segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O PARADOXO DO SANGUE

No paradoxo da Cruz temos o espetáculo de amor e o espetáculo de horror caminhando de mãos dadas. Deus mostrando o que é amar verdadeiramente e o homem mostrando o amor corrompido. Jesus se entregando à vontade do Pai, e nós, por outro lado, matando o próprio Deus! Jesus escancarando a Graça e a Misericórdia, e nós assumindo as vestes de agentes de desgraça, executores da maior injustiça que este mundo já viu: Deus morrendo por nossas mãos!

O sangue de Jesus é também um paradoxo: para quem não se arrepende o sangue de Jesus é condenação, mas por outro lado, para aquele que se rende o sangue é salvação!

Creio que o que define se o sangue de Jesus é ou aliado nosso, é o nosso próprio coração!

John Stott certa vez afirmou que o coração do problema humano é o problema do coração humano.

Mas afinal de contas, qual é o problema do coração humano!?

Talvez a melhor resposta venha do pensamento de outro renomado pensador cristão, C. S. Lewis, que disse que o orgulho é a galinha sob a qual todos os outros pecados são chocados.

O coração do ser humano é orgulhoso. Um orgulho demoníaco que serve de raiz para todos os pecados que evaporam em nossas atitudes, pensamentos, palavras e até mesmo omissões. O orgulho nos desconecta de Deus e do nosso próximo. O orgulho nos conecta aos nossos apetites vorazes malignos, que passa por cima de tudo e todos sem medir consequências para satisfazer o nosso ego. O orgulho nos faz imagem e semelhança de Lúcifer, aquele que era um anjo e se fez demônio.

Somos corruptos! Somos corrompidos pelo pecado! Temos em nós um amor corrompido: o pecado! O amor distorcido! O amor ao nosso “eu” que busca satisfazer todas as vontades desproporcionais do nosso ego.

C.S. Lewis certa vez disse: “Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para um outro mundo”.

Fiódor Dostoiévski dizia que o ser humano carrega em si um vazio do tamanho de Deus. Em outras palavras, um vazio que só Deus pode preencher. Um vazio infinito que só pode ser preenchido por alguém infinito: Deus!


Já parou para pensar nisso. Que estamos buscando satisfazer em nós um desejo que jamais conseguiremos satisfazer com as coisas deste mundo. Neste sentido acabamos anestesiando nossa consciência e passamos a não medir as consequências para satisfazer o nosso ego, pois nosso orgulho é maior do que tudo.

Não é à toa que a injustiça e o sofrimento permeia o mundo em que vivemos. Mas não se iluda. Lewis nos alerta: “O sofrimento é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido”. O ápice deste sofrimento é a Cruz, onde o próprio Deus assume para si o sofrimento de todos os nossos pecados. É o grito para toda a humanidade: Parem! Voltem para Casa! Parem! Não sejam rebeldes!

Quando iremos acordar? Quando o nosso coração se renderá a Deus como um soldado sozinho que joga as suas armas no chão perante a um exército poderosíssimo, reconhecendo que não adianta lutar contra?

Se o coração do problema humano é o problema do coração humano, vemos a solução do homem no coração de Jesus, o Cristo! No coração de Jesus está explícito o coração do Pai. Um coração imaculado, santo, que nos provê a salvação através de um convite que o próprio Jesus nos faz: sermos imitadores Dele, Jesus! Quem faz de seu coração igual ao de Cristo em um mundo como este, só tem um destino: A Cruz!

Para que o nosso coração seja curado precisamos entrega-lo na mão do Pai, para que ele molde os nossos corações conforme o coração de Cristo: esta é a Salvação que Cristo nos escancara na Cruz! A possibilidade de sermos gente como Jesus é gente! A possibilidade de sermos santo como Jesus é Santo. Temos que fazer o nosso melhor e não se conformar com este mundo. Em alguns momentos, na nossa caminhada, iremos tropeçar no pecado. Mas isso não pode ser uma escolha, uma opção nossa. Se isso acontecer, tem que ser um acidente. Para casos como esses, venceremos no Sangue de Jesus, através do nosso arrependimento. Para isso, temos que ter consciência de que o Sangue de Jesus só será nosso aliado se nos rendermos ao sacrifício que Ele nos proveu na cruz!


Então é preciso perguntar para si mesmo: No paradoxo do sangue de Jesus, o sangue do Cristo é motivo de condenação ou salvação para mim?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

SÓ EXISTE UMA BOLA, ENTÃO VOCÊ PRECISA TÊ-LA

Hendrik Johannes "Johan" Cruijff é considerado por muitos um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos. Muitos alegam que ele era um jogador revolucionário, extremamente tático, ofensivo, coletivo, vistoso e eficiente. Muitos jogadores e treinadores renomados alegam que suas extraordinárias atuações no Ajax e, principalmente, na Copa de 74, quando jogou pela Seleção Holandesa, são inspirações para seus trabalhos. No mundo extra campo, Cruyff muitas vezes é considerado polêmico, porém dentro dele, ele enxergava passes que ninguém enxergava, tinha uma consciência do ritmo de jogo incomparável, sabia como controlar uma partida como muitos poucos.
 
Uma coisa interessante que Cruiff disse sobre o futebol foi: “Tem apenas uma bola, então você precisa tê-la.”. Inclusive esta foi uma das filosofias que o Barcelona adotou nos últimos anos e fez dele um time praticamente imbatível, com um futebol arrasado onde a posse de bola chegava a atingir 70 % para o time merengue em uma partida. Era o famoso “tic-tac” que encantou muitos críticos do futebol.
 
O pensamento de Cruiff de que “tem apenas uma bola, então você precisa tê-lo” nos agrega muito se fizermos um paralelo com a Palavra de Deus:
 
Só existe um Deus, então você precisa tê-lo, Só existe uma Salvação, então você precisa tê-la. Só existe um Caminho de Vida, então você precisa tê-lo. Só existe uma Cruz, então você precisa tê-la. Só existe um Salvador, então você precisa tê-lo.
 
As Escrituras Sagradas nos diz Deus só tem um. É o Deus de Israel, Isaque, Abraão. Um só Deus composto por 3 pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. A misteriosa Trindade Santa. Deus não é um objeto que podemos ter em mãos. Deus não se define. Mas Deus nos mostra os seus valores, nos mostra como devemos viver. Ele faz isso em Jesus, o Cristo. Jesus de Nazaré é a perfeita “auto-expressão” de Deus a nós. O “ter” aqui é no sentido de absorver os valores que Deus nos provê. É como diz a velha canção cristã:
 
“É bom
É muito bom
É muito bom ter Jesus no coração.
Andar com Ele
Juntinho dEle
É muito bom ter Jesus no coração.”
 
A nenhum outro deus (dinheiro, fama, droga, etc) podemos dar espaço em nossos corações. Só existe Um Deus, e temos que tê-lO em nossos corações!
 

Jesus é Deus! Jesus não precisa morrer de novo na cruz por você. Ele já fez isso. A cruz é o Plano de Salvação de Deus. Em termos de salvação, o Plano do Pai é este. Deus é perfeito e Ele já nos proveu um plano de salvação perfeito: A Cr
Hendrik Johannes "Johan" Cruijff é considerado por muitos um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos. Muitos alegam que ele era um jogador revolucionário, extremamente tático, ofensivo, coletivo, vistoso e eficiente. Muitos jogadores e treinadores renomados alegam que suas extraordinárias atuações no Ajax e, principalmente, na Copa de 74, quando jogou pela Seleção Holandesa, são inspirações para seus trabalhos. No mundo extra campo, Cruyff muitas vezes é considerado polêmico, porém dentro dele, ele enxergava passes que ninguém enxergava, tinha uma consciência do ritmo de jogo incomparável, sabia como controlar uma partida como muitos poucos.
 
Uma coisa interessante que Cruiff disse sobre o futebol foi: “Tem apenas uma bola, então você precisa tê-la.”. Inclusive esta foi uma das filosofias que o Barcelona adotou nos últimos anos e fez dele um time praticamente imbatível, com um futebol arrasado onde a posse de bola chegava a atingir 70 % para o time merengue em uma partida. Era o famoso “tic-tac” que encantou muitos críticos do futebol.
 
O pensamento de Cruiff de que “tem apenas uma bola, então você precisa tê-lo” nos agrega muito se fizermos um paralelo com a Palavra de Deus:
 
Só existe um Deus, então você precisa tê-lo, Só existe uma Salvação, então você precisa tê-la. Só existe um Caminho de Vida, então você precisa tê-lo. Só existe uma Cruz, então você precisa tê-la. Só existe um Salvador, então você precisa tê-lo.
 
As Escrituras Sagradas nos diz Deus só tem um. É o Deus de Israel, Isaque, Abraão. Um só Deus composto por 3 pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. A misteriosa Trindade Santa. Deus não é um objeto que podemos ter em mãos. Deus não se define. Mas Deus nos mostra os seus valores, nos mostra como devemos viver. Ele faz isso em Jesus, o Cristo. Jesus de Nazaré é a perfeita “auto-expressão” de Deus a nós. O “ter” aqui é no sentido de absorver os valores que Deus nos provê. É como diz a velha canção cristã:
 
“É bom
É muito bom
É muito bom ter Jesus no coração.
Andar com Ele
Juntinho dEle
É muito bom ter Jesus no coração.”
 
A nenhum outro deus (dinheiro, fama, droga, etc) podemos dar espaço em nossos corações. Só existe Um Deus, e temos que tê-lO em nossos corações!
 
Jesus é Deus! Jesus não precisa morrer de novo na cruz por você. Ele já fez isso. A cruz é o Plano de Salvação de Deus. Em termos de salvação, o Plano do Pai é este. Deus é perfeito e Ele já nos proveu um plano de salvação perfeito: A Cruz de Cristo. O Pai tinha traçado um Plano A, lá no Jardim do Éden, mas o ser humano rejeitou. Deus é amor e jamais irá impor algo para nós. O amor aceita, simplesmente ama. O amor aceita até a rejeição, e nós O rejeitamos. O Plano de Deus ainda é o Plano A, não existe Plano B. A Salvação que Deus nos provê com o Cruz é algo previsto por Deus desde antes da criação do mundo. A cruz era uma garantia do Próprio Deus para que o Seu Plano Perfeito venha se concretizar. Deus não desistiu de criar um Reino de gente igual a Jesus. A Cruz é uma garantia que Deus escolheu arcar, ou se preferir, pagar o preço, com a própria Vida para que seu plano se concretizasse em nós. Precisamos ter este plano concretizado em nossas vidas. Deus só traçou o Plano A, por que Ele não precisa de Plano B. A Cruz não é um Plano B, pois a Cruz é conhecida na eternidade muito antes da criação deste mundo. Só existe um Plano da Parte de Deus e Ele deseja que você participe dele: O Reino composto de seres humanos como Jesus nos ensinou a ser como humano.
 
Pode parecer uma analogia simplória, mas observe o time do Barcelona buscando a bola na final da UEFA de 2011 contra o Manchester United! Só existe uma bola, então você tem que tê-la! A gana pela bola, a vontade de vencer! É assim que nós Cristão temos que enfrentar este mundo. Com a gana de termos Jesus em nossos corações, para que a vitória que Ele conquistou na cruz se concretize em nós.
uz de Cristo. O Pai tinha traçado um Plano A, lá no Jardim do Éden, mas o ser humano rejeitou. Deus é amor e jamais irá impor algo para nós. O amor aceita, simplesmente ama. O amor aceita até a rejeição, e nós O rejeitamos. O Plano de Deus ainda é o Plano A, não existe Plano B. A Salvação que Deus nos provê com o Cruz é algo previsto por Deus desde antes da criação do mundo. A cruz era uma garantia do Próprio Deus para que o Seu Plano Perfeito venha se concretizar. Deus não desistiu de criar um Reino de gente igual a Jesus. A Cruz é uma garantia que Deus escolheu arcar, ou se preferir, pagar o preço, com a própria Vida para que seu plano se concretizasse em nós. Precisamos ter este plano concretizado em nossas vidas. Deus só traçou o Plano A, por que Ele não precisa de Plano B. A Cruz não é um Plano B, pois a Cruz é conhecida na eternidade muito antes da criação deste mundo. Só existe um Plano da Parte de Deus e Ele deseja que você participe dele: O Reino composto de seres humanos como Jesus nos ensinou a ser como humano.

 
Pode parecer uma analogia simplória, mas observe o time do Barcelona buscando a bola na final da UEFA de 2011 contra o Manchester United! Só existe uma bola, então você tem que tê-la! A gana pela bola, a vontade de vencer! É assim que nós Cristão temos que enfrentar este mundo. Com a gana de termos Jesus em nossos corações, para que a vitória que Ele conquistou na cruz se concretize em nós.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A TEORIA DO GATO FLUTUANTE

“Se passo manteiga em uma torrada e por um descuido ela cai no chão, diz a lenda que ela cairá com o lado da manteiga virado para o chão. Da mesma forma se jogarmos um gato para cima, diz a lenda que ele cairá com as pernas para o chão. Sendo assim, há quem diga que se passarmos manteiga nas costas do gato e jogarmos o mesmo para o alto, ele permanecerá flutuando, pois suas patas e a manteiga nas suas costas anularão a sua queda”. Eis ai a “teoria do gato flutuante”, uma ideia fundamentada fora de um contexto real, baseada na imaginação humana que tem como referência uma lógica absurda.

Coincidência ou não, o atual cenário cristão está cheio de gente pregando um evangelho fora de contexto. Alguns deles baseando-se em um Deus “Papai Noel”, um Deus pronto para satisfazer as vontades daqueles que o seguem, outros baseando-se na culpa, negligenciando a grça que Deus concedeu a todo homem que Nele crê.

A Palavra nos diz que dentre nós apareceriam “falsos profetas”. Que estes pregariam sofismas (mentiras vestidas de verdades) e guiariam muitos de nós para o inferno. Um falso profeta, para se um “expert” falso profeta, tem que conhecer muito a Palavra para poder manipula-la em seu próprio favor. Aliás, o falso profeta tem como principal prática fazer exatamente isso, manipular, direcionar, inclinar a Palavra de Deus em pró de seus interesses próprios. Para fazer isso, é óbvio que uma pessoa que deseja ser “falso profeta” precisa estudar as escrituras. Ninguém cria uma “teoria do gato flutuante” sem antes observar a torrada com manteiga e o gato.

A Palavra nos diz em Mateus Capítulo 7 dos versos 20 a 22:

“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo aquele que diz a mim: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos céus, mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.  Muitos dirão a mim naquele dia: ‘Senhor, Senhor! Não temos nós profetizado em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E, em teu nome, não realizamos muitos milagres?”

A Palavra nos mostra que diversas pessoas diziam “Senhor, Senhor...” mas Deus sabia que por trás do falar não havia um coração sincero. Em uma de suas parábolas, descrita em Mateus Capítulo 25, Jesus afirmou nos versículos 10 e 11:

“Mas, saindo elas para comprar, chegou o noivo. As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete de núpcias. E a porta foi fechada. Mais tarde, todavia, chegaram as virgens imprudentes e clamaram: ‘Senhor! Senhor! Abre a porta para nós!”

Todos sabemos que o Noivo não recebeu as noivas. Em Lucas 6:46 Jesus disse:

“E por que me chamais: ‘Senhor, Senhor’, e não praticais o que Eu vos ensino?“

E em Romanos 2:13 encontramos:

“Pois, diante de Deus, não são os que simplesmente ouvem a Lei considerados justos; mas sim, os que obedecem à Lei, estes serão declarados justos.”

A corrupção do pecado tem se alastrado pelo mundo e é muita ingenuidade não crer que ela tenha chegado até as igrejas. Muitos pastores tem desistido do Caminho. Os escândalos estão aparecendo cada vez mais, e muitos são aqueles que não sabem se é bom ou ruim dizer que é evangélico, afinal de contas todos os evangélicos foram colocados pela sociedade em um único saco. Um saco que generaliza todos, os corruptos e aqueles que seguem em integridades, com um rótulo de interesseiros, gananciosos, caçadores de ofertas e dízimos, profetas safados que faz da fé dos outros um negócio ganancioso ao seu favor.

Não podemos desistir. A integridade da igreja começa em nós mesmos. Se cada um assumir para si o compromisso de seguir no Caminho em integridade, santidade e obediência, a Igreja (corpo de Cristo e não instituição) seguirá salvando vidas na graça do Senhor. Temos que lutar contra estes evangelhos do gato flutuante, contra o evangelho fora do contexto da Cruz, fora do contexto da Graça do Pai, o evangelho que não pensa, que só busca o interesse próprio, que passa por cima de todos para conquistar os apetites do ego.


Que o Espírito Santo nos convença de nossos pecados. Que nos livre de sermos falsos profetas. Que nos livre de sermos caminho de destruição para o nosso próximo. Que nos ajude a combater o bom combate e a guardar em nós os valores expressos na vida de Jesus. Que cada um de nós tenha discernimento para seguir no Caminho, rumo aos braços do Pai.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A CONSCIÊNCIA DA GRAÇA X A ANGUSTIA DA FINITUDE

A incógnita da morte é a maior angústia do ser humano. Não somos donos do nosso tempo. Não sabemos o tempo que temos, consequentemente, não temos tempo algum. Todos os dias saímos de casa para ganhar o pão de cada dia, para por o arroz e o feijão sobre a mesa e não sabemos se iremos voltar para casa. Deixamos nossos filhos na escola, damos um beijo nele e talvez, a gente vá para casa, mas ele não. Tomamos café da manhã com nossa esposa, nossa mãe ou nosso pai, e não sabemos se este será o nosso último momento reunidos em uma mesa. A vida é aleatória, nos trás diversas incógnitas e a maior delas é a morte.

A esperança é o que nos resta! Mas infelizmente, diante de tantas tragédias, dos sofrimentos que vemos na face do outro, das dores e calos que permeiam nossos corações, vemos cada vez mais a esperança ser sufocada pelo choro, pela tristeza, pela angústia das fatalidades que se fazem concretas diante de nós mostrando-nos o quanto somos incapazes de controlar as coisas.

O nosso ego diz que temos que ter controle de tudo, mas a verdade é que não podemos sequer saber o que vai acontecer no próximo segundo. A angústia da finitude nos move em direção a depressão, a desistência da vida, nos move até a “não esperança”, o desespero!

Em tempos de fatalidade temos é muito fácil lembrar de que Jesus nos disse: “ – No mundo terei aflições!” mas é muito difícil viver o “ – Tende bom animo, eu venci o mundo!”.

Ainda que as fatalidades e as tragédias venham querer sufocar a nossa esperança, ainda que as lágrimas estejam mais presentes do que as risadas, temos que seguir em frente. Confiar em Jesus! Olhar para sua cruz. No caixão um pai de 29 anos, morto numa fatalidade do transito. Imprudência dele? Sim? quem sabe? Mas a realidade esta ali, na sala do velório. O menino de 8 anos ouve a mãe dizer: “ – O papai foi pro céu!”. O menino então diz: “ – Então ele foi para um bom lugar”.

Ao mesmo tempo que olhamos para a vida que termina ali, que olhamos para toda uma história já escrita e para N possibilidades que poderiam se concretizar na vida deste pai, temos que olhar para uma vida de 8 anos que tem um caminho imenso pela frente. A desesperança caminhando de mãos dadas com a esperança. Somos finitos!

Jesus diz ao Pai do alto da cruz: “ – Perdoa-os Pai, pois não sabem o que fazem!”. Uma frase destinada aos Romanos que o crucificaram ou uma frase destinadas a mim, a você...a toda humanidade? Não sabemos o que fazemos! Achamos que sabemos, mas não sabemos! Na aleatoriedade da vida, seguimos nossos dias no “deixa a vida me levar, vida leva eu”, seguimos no “let it be”, e uma simples ida na padaria para buscar pãozinho francês pode ser os nossos últimos passos aqui.

Talvez estas palavras sejam um desabafo diante da morte prematura do meu primo André Oliveira da Silva, um bom homem, um ser humano que tive o privilégio de conhecer, apesar do pouco convívio nos últimos anos de sua vida. Uma vida inteira pela frente que volta ao pó. A fatalidade tenta abafar a esperança. Mas Jesus é extraordinário e Nele está a nossa esperança, e Ele é maior do que qualquer fatalidade, afinal de contas a maior fatalidade que nós conhecemos na história foi a aberração que nós fizemos com Deus na cruz e, Ele, Jesus, o próprio Deus com rosto humano, venceu!

Se de um lado a incógnita tenta se levantar, por outro a certeza de que Jesus, em seu sacrifício na cruz, nos faz aceitáveis ao Pai permeia os nossos corações.  O sacrifício de Jesus esta vivo em todo aquele que se rende a Cruz. Nesta certeza encaramos o mundo. É nesta certeza que o menino de 8 anos crescerá sem a presença do seu pai e se tornará um homem de caráter bom. É nesta certeza que a mãe encarará o quarto vazio do seu filho que morreu prematuramente.


Não podemos perder a esperança. Ouvi diversas vezes no velório do meu primo o seguinte pensamento: “ – Jesus não permite que uma folha não caia de uma árvore se não for vontade Dele!”. Jesus delegou a gestão do mundo nas mãos do homem. Não é à toa que este mundo está cada vez mais um caos, cada vez mais em trevas. Logo Deus reassumirá a gestão de tudo o que vemos. Não sei dizer se ele controla tudo aqui. Mas creio que Deus esteja no controle no sentido de que todos aqueles que pertencem a Ele irão para perto Dele. Sendo assim, não há motivos para perder as esperanças! Este mundo é provisório, não se compara com o reino que há de vir! Façamos o nosso melhor aqui, hoje e agora. Que o presente de nossas vidas seja usufruído na consciência da graça e não na angustia da finitude, pois aonde a desgraça se faz presente, Deus faz superabundar a sua graça...a maior prova disso é você, eu, todos nós estarmos respirando. SIGA EM DIREÇÃO A CRUZ!


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

PARTE DE UM TODO

Quando o Criador criou o homem, ele pensava em Jesus. Ele desejava criar um ser que pudesse viver conectado com a Trindade Santa. Desejava viver em harmonia com o homem com o mesmo tipo de harmonia que as 3 pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo vivem dentro da Trindade Santa.

Infelizmente nós pecamos contra Ele. Rejeitamos Ele. Rejeitamos o Seu amor. Preferimos dar vasão ao nosso próprio ego. Nos tornamos amigos do pecado e, consequentemente, nos colocamos na posição de inimigos de Deus.

Esta condição de pecado no qual nós mesmos nos colocamos nos fez miseráveis criaturas individualistas. Gente que olha apenas para si mesmo. O que restou para o homem foi a grande dificuldade de se entender “parte de um todo”.  De fato, temos a grande dificuldade de conseguir olhar além do próprio ego e nos vermos como o complemento do outro, do nosso próximo. E para aqueles que acham que estou exagerando, convido a ir em uma estação da linha vermelha do metro de São Paulo  às 18 horas, bem no horário do rush. Não se espante se lá você ver o egoísmo humanos (no qual me incluo) vindo à tona: gente empurrando gente, para poder entrar no vagão do metrô e chegar em casa.

Somos uma uva. Mas somos parte de um cacho. Precisamos entender que somos parte de um todo. Precisamos expandir a consciência para o arrependimento do nosso pecado coletivo, como família, nação, povo, humanidade. Não cometemos apenas pecados individuais. Cometemos também, e principalmente, pecados como comunidade. Da mesma forma precisamos entender que a salvação vai muito além do conceito individual. A salvação é também, e principalmente, comunitária. Por isso somos igreja do Pai, uma comunidade. Ao mesmo tempo que somos uma uva, somos um cacho, um parreiral. De fato precisamos adquirir consciência de que só o Sangue de Deus nos purifica e nos faz aceitáveis ao Pai. Mas também precisamos nos conscientizar de que precisamos do outro para sermos salvos.  Os seres humanos precisam de Deus. Mas os seres humanos também precisam de seres humanos.

Só através do nosso relacionamento com o outro que nós poderemos evoluir como pessoas. Somos destinados a ser como Cristo. Nisto consiste a salvação de cada um de nós: ser gente como Jesus nos mostrou ser gente. Ele é o gabarito. A nossa plenitude humana será concretizada quando nos tornarmos participantes plenos da Trindade Santa, assim como Jesus é participante. Afinal de contas Jesus não é o primeiro de muitos filhos que o Pai deseja ter?

Sendo assim precisamos amarmos uns aos outros, como Ele nos amou. Em outras palavras precisamos primeiramente amar a Deus sobre tudo e todos, com todo nosso entendimento e força, para aprendermos a amar verdadeiramente. Tendo como padrão o amor do Pai, saberemos como amar o nosso próximo e poderemos cumprir o segundo mandamento que Jesus nos deixou: Amar o nosso próximo como Ele nos amou. Amar a Deus nos ensina a ser feliz. Amar a Deus nos faz entender a verdadeira felicidade.

Enquanto formos maus uns aos outros, seremos piores para nós mesmos. Enquanto formos bons uns com os outros, seremos bons para nós mesmos. Primeiro Deus, depois o próximo e por último nós mesmos. Deus é o primeiro, o próximo é o segundo e eu sou o terceiro.

A tradição judaica costuma dizer que no holocausto da segunda guerra mundial não foram mortos 6 milhões de judeus, mas sim um judeu morto 6 milhões de vezes. Nós somos um! Um cacho de uva! Quando um sofre, todos sofrem. Quando um se alegra, todos se alegram. Esta é a verdadeira igreja viva do Pai. Esse é o Reino que Jesus inaugurou em nós!


Se você quer se amar verdadeiramente, ame primeiro a Deus e depois o seu próximo. Se você quer se amar verdadeiramente, se ame por último. Essa é a melhor forma de se amar! Amar como Jesus amou! 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

CORDÃO UMBILICAL

Adão e Eva não tinham umbigos. Adão e Eva não tiveram uma mãe, pois foram criados pelas próprias mãos do Criador. Interpretando Gênesis através da literalidade, essa é a conclusão que podemos chegar. Interessante pensar nisso, pois o umbigo, além de ser uma das principais evidências de que nós temos uma mãe, é também a evidência de que um dia nós fomos conectados a ela. Sim! Afinal de contas já se é sabido que todo ser humano, quando bebê (não nascido) ainda no ventre de sua mãe, fica ligado a ela através de um cordão umbilical. Aliás o cordão umbilical tem função essencial para que o bebê se desenvolva no ventre de sua mãe até que ele possa ter condições de nascer, pois é através desta ligação, feita pelo cordão umbilical, que o bebê obtém “alimento” de sua mãe.

Agora, interessante é ir além deste raciocínio e ver que Eva, apesar de não ter tido umbigo, teve sim cordão umbilical, afinal de contas ela foi mãe de Caim, Abel, Sete e outros filhos e filhas. Sendo assim, se olharmos para a continuidade das gerações, até os dias de hoje, o cordão umbilical no qual nossas mães se ligaram a nós, em nossas gestações, é uma continuidade do cordão umbilical iniciado em Eva. Bom... mas antes de prossegui, como estamos elaborando os pensamentos através dos fundamentos vistos em Gênesis, creio ser importante abrir um parêntese para comentar algo. Abre parêntese:

Todos nós precisamos ter discernimento para interpretar a Palavra de Deus. Discernimento este que o Espírito Santo nos provê em graça. A Palavra de Deus é carregada de mistérios, mas também é carregada de sabedoria e deve ser lida com temor e amor. Hora a literalidade está ali, presente nos versículos, nos traduzindo a história dos nossos antepassados e nos relatando a forma como Deus se relacionava com eles, outrora se veste de poesia para expressar Deus aos nossos corações, nos mostrando que Deus é um vento que sopra onde bem desejar e da forma que desejar. Deus fala conosco de N maneiras, e uma delas é através de Sua Palavra. Mas é Interessante (e preciso) pensar que mesmo dentro de Sua Palavra, Deus nos fala também com muitas maneiras diferentes. Uma única mensagem: Ele nos Ama e nos quer perto Dele! Diversas formas para esta mensagem chegar até nós. Seja a literalidade, as entrelinhas, a poesia, as ilustrações ou qualquer outro meio, tudo está em um contexto amarrado, do início ao fim. Já pesou como isso é extraordinário!

Ler Gênesis parece ser simples, mas creio que Gênesis é o maior exemplo de que a literalidade e a não literalidade precisam ser tratadas com o máximo de delicadeza pelo leitor. Em Gênesis vemos o literal e o não literal andar de mãos dadas, sendo assim, quando lemos Gênesis é o mesmo que estar caminhando sobre uma corda bamba, entre a heresia e a verdade, qualquer deslize você pode cair para uma interpretação errada. Algumas pessoas podem pensar diferente, mas como penso assim, creio que é importante expor isso antes de prosseguir.

Fecha-se os parênteses.

Voltemos ao umbigo! Quando eu, você, qualquer outro ser humano nasce, o cordão umbilical é removido para que o bebe tenha autonomia, ou seja, para que o seu organismo possa funcionar por conta própria (no caso aqui, por conta própria em relação aos organismos da mãe). Quando o cordão umbilical é cortado, o que resta em nós é uma espécie de cicatriz. Esta “cicatriz” é conhecido como umbigo. Sendo assim, por ter sido criada diretamente pelas mãos do criador, volto afirmar que Eva não tinha umbigo, mas teve cordão umbilical, pois foi mãe. Adão e Eva, como o primeiro homem e mulher, não tinham mãe. De acordo com o Livro de Gênesis, na Bíblia, Deus criou Adão do pó da terra e soprou a vida nele. Depois Deus fez Eva através de uma costela de Adão (ou pelo menos da parte do lado de Adão). Sendo assim, nem Adão e nem Eva tiveram uma mãe. Por isso não tiveram a cicatriz na barriga conhecida como umbigo. Entretanto, como a Palavra diz que Adão “conheceu” Eva e ela gerou filhos, obviamente, Eva teve “cordões umbilicais” em suas gestações.

Ora, mas o que nos agrega saber se Adão e Eva teve umbigo ou cordão umbilical? Sinceramente, nada! Se formos realistas com nós mesmos e sermos sinceros em reconhecer a nossa miserabilidade como seres humanos, veremos que devemos estar muito mais preocupados em que fazer para sermos salvos desta miséria, que é o pecado, do que ficar discutindo se Adão e Eva tiveram umbigo.

Bom, mas então por que escrever um texto assim?

Discutir se Adão e Eva tiveram umbigo ou não, não nos agregará a nada. Entretanto, entender que eu, você, os nossos pais, os nossos filhos, avós, netos, ou seja, todos os seres humano, somos uma extensão do cordão umbilical de Eva, nos agrega muito se entendermos essa “ligação” do ponto de vista espiritual. Eva foi a primeira mulher. Do seu ventre saíram todas as gerações que já passaram na terra. Somos todos filhos de Eva. Infelizmente Adão e Eva pecaram contra o Pai. Ao fazerem isso, Adão e Eva se corromperam. Como Eva e Adão tiveram suas naturezas corrompidas pelo pecado, e como eles nos geraram, automaticamente somos participantes desta corrupção, pois somos da mesma natureza que eles.

Em outras palavras, há um cordão umbilical espiritual que iniciou-se em Eva, chegou até nós e se estenderá até nossos descendentes. Este cordão umbilical nos faz participantes da corrupção de Eva e de Adão no ato de pecar contra o Pai, pois estende até nós a natureza de Adão e Eva.

A história nos diz que só um homem não participante desta natureza habitou entre nós. Um homem que nasceu de uma virgem, que foi gerado pelo Espírito Santo: Jesus de Nazaré.

A natureza de toda humanidade é diferente da natureza de Jesus. Nós temos o mesmo tipo de natureza de Adão e Eva, enquanto Jesus tem a natureza do próprio Deus. Jesus é 100% homem e 100% Deus ao mesmo tempo. É o próprio Deus que se fez homem em nosso meio. Jesus nos veio dar uma boa nova, ou se preferir, veio nos trazer um evangelho. A mensagem de que Deus está estabelecendo, hoje, agora, já, um Reino de gente que quer romper com o cordão umbilical da corrupção do pecado e assumir para si uma aliança com o Pai.

Jesus é o Unigênito do Pai, o único filho gerado (e não criado) por Deus. O cordão umbilical de Jesus estava ligado a Maria, mas ela era virgem. Jesus e o Pai eram um só, ligados por uma conexão que jamais conseguiremos compreender. Hoje Deus nos diz: pare de olhar para o seu próprio umbigo, deixe para traz seu ego e abrace a aliança que Jesus lhe proporcionou na Cruz.


Jesus veio para cortar o nosso cordão umbilical com o pecado. Veio substituir o cordão umbilical por uma aliança. Esta aliança foi feita com Seu Sangue. É este sangue que nos faz aceitáveis ao Pai. É este sangue que nos faz irmão do Unigênito, filhos adotivos do Pai, gente que ama a Deus sobre tudo e todos, gente que ama o próximo mais do que a si mesmo, gente que não olha só para seu próprio umbigo.