segunda-feira, 6 de abril de 2015

A SOBERBA QUE SABOTA O MEU CORAÇÃO

Me lembro do primeiro velório onde minha consciência começou a absorver o contexto da morte. Não convivia muito com a irmã da minha avó. Via ela muito pouco. Mas um dia minha mãe chegou em casa com os olhos marejados dizendo que sua tia havia morrido e que deveríamos ir ao velório. Eu, com meus 8 anos de idade, me vi diante de uma série de pessoas. Alguns rostos conhecidos, outros não, mas todos tristes, com lágrimas escorrendo. Um clima depressivo e “pesado”, algo que jamais tinha visto até então. Depois desta experiência, conforme ia crescendo, a morte começou a aparecer mais vezes. Um amigo ali, um parente aqui, minha avó, meu avô, outro tio avô...enfim, a história seguia o seu ciclo e vira e mexe me via em um velório.
 
Inevitável então parar e pensar: por que a morte é vista como algo tão ruim? Por que tamanha angústia? Para onde iremos? Será que veremos estas pessoas novamente?
 
É claro que estes questionamentos não são apenas meus. Muitos se perguntam sobre essas coisas! O fato é que questões como estas vão despertando a nossos corações, nossas consciências. Então saímos em buscas das respostas para as mais variadas perguntas.
 
Tenho lido alguns textos de Paul Washer, um teólogo cristão, e me deparei com o seguinte pensamento:
 
“O nosso problema não é a fraqueza, mas é a falta de consciência da nossa fraqueza.”
Paul Washer
 
A morte talvez seja a expressão maior de como somos fracos. Infelizmente somos soberbos demais, achamos que somos donos do nosso tempo. Alguém nos disse que temos todo o tempo do mundo, e esse alguém é o nosso coração. Quão soberbo é o nosso coração em acreditar que somos capazes de viver o tempo que desejarmos.
 
Nós, cristãos, acreditamos que Jesus venceu a morte, acreditamos que a morte não é o fim. Esta fé implica na responsabilidade de crucificar esta soberba em nosso coração e confiar que Deus, um Deus de caráter íntegro e bondoso, identificado pelo Amor, esteja no controle das nossas vidas. É um ato de fé, mas não um ato de se assumir burro para a razão.
 
O próprio Paul Washer expressa ainda:
 
“Jesus não é tudo que precisamos. Ele é tudo que TEMOS!.”
 
Este é o pensamento do verdadeiro cristão que sabe quem é Jesus, que reconhece em Jesus os valores de vida capaz de nos tirar desta condição miserável que é o pecado. Para isso é preciso pensar. Como disse John Stott: “Crer é Pensar!”. Em outras palavras, fé que pensa é a razão que crê.
 
Somos soberbos. Seres miseráveis. A soberba que habita em nós sabota o nosso ser diariamente. É um ciclo miserável que todos seres humanos tem que enfrentar. Precisamos de salvação. Precisamos de um salvador. Jesus é a nossa Única esperança.
 
Paul Washer nos ensina mais...
 
“Uma canção muito popular a alguns anos dizia: “Deus nunca desistiu de mim”, é por que Ele nunca colocou nenhuma esperança em você. “ele nunca desistiu de você”, quem ensinou essas coisas a você? Ele nunca desistiu porque ele não pôs esperança em você. Ele colocou esperança na Sua própria promessa, no Seu próprio juramento em Sua própria Aliança, Ele colocou esperança onde ela pertence, em Sua Pessoa, Seus decretos, na Sua obra.”
 
“Deus perdoa todo o tipo de pecado, ainda que não inocenta o culpado. Aquele que aceita Jesus é justificado e tratado como justo porque há dois mil anos Jesus foi tratado e condenado como culpado.”
 
Temos que trocar a soberba do nosso coração e toda sabotagem miserável que ela produz em nosso ser pelos valores de vida expressos em Jesus, o Cristo de Deus. Precisamos cravar nossa soberba na cruz, nos render ao Pai, como um soldado que joga as armas por terra e cai de joelho com as mãos para o alto diante do exército poderoso, reconhecendo que não tem como vencer a batalha, reconhecendo que não há poder para lutar...só assim veremos que do outro lado Deus não deseja que nós venhamos a nos render à Ele para sermos prisioneiros odiados, mas sim para sermos acolhidos como filhos, justificados pelo sangue santo de Jesus.
 
Todas as vezes que o nosso coração nos diz: “Eu em primeiro” devemos dizer para ele “Eu por último”...Deus é o primeiro, meu próximo o segundo e eu...por último. É assim que cravamos a nossa miséria soberba na cruz, é assim que negamos o nosso ego para dar vazão aos valores de vida do Reino do Pai.
 
Que o Senhor nos conduza sempre e sempre em retidão no ÚNICO caminho que é JESUS: NOSSO ÚNICO, ETERNO, SUFICIENTE, EXCLUSIVO, BONDOSO, SANTO E MARAVILHOSO SALVADOR.