Imagine uma situação absurda:
Deus observando a humanidade quando então passa do lado dele
o diabo que para, aponta para você e diz para o Todo Poderoso:
" - É isso que você chama de humano?"
Então Deus olha para a cara de Lucifer e responde:
" - O que você vê não é uma obra completa! Estou
trabalhando ali...quando Eu completar o que estou fazendo ali, ai sim você verá
um ser humano de verdade!"
Acho que esta ilustração, por mais que "simplista"
que ela seja, ela nos remete a alguns pensamentos importantes.
Todos nós, seres humanos, partimos de “Adão”, mas somos (ou pelo menos
deveríamos ser) destinados a “Jesus”. Partimos da realidade da “queda” mas
somos (digo mais uma vez... pelo menos deveríamos ser) destinados para a
realidade da santidade expressa em Jesus. Assumir para si a prerrogativa de ser um cristão
implica em vestir-se da consciência de que, imitar a Jesus, o Cristo, é um
comprometimento que devemos ter com nós mesmos em colaborar com o Espírito
Santo de forma que Ele tenha total liberdade para agir integralmente em nós. Isso
por que, como diz a Palavra, é o Espírito Santo quem nos convence do nosso
pecado e nos conduz ao arrependimento. Este é um processo no qual temos que colaborar
diariamente e que implica em aprender a concordar sempre com Deus, e se
desarmar de qualquer prerrogativa que impeça Ele de avançar no nosso processo
de transformação.
Martin Luther King Jr certa vez expressou o seguinte sentimento...
"Eu não sou quem eu gostaria de ser!
Eu não sou quem eu poderia ser!
Ainda mais... eu não sou quem eu deveria ser!
Mas graças ao Bom Deus, eu não sou mais quem eu era."
Ser mais quem nós éramos é a grande evidência de que Deus
está trabalhando em nosso ser. Sabemos que temos um alvo em vista: sermos
iguais a Jesus! Mas também sabemos que isso implica em um processo gradual de
transformação. Essa transformação será consumada quando recebermos um corpo
como de Jesus, ou seja, um corpo incorruptível. Até lá temos de seguir
controlando os nossos apetites de forma a não dar vazão aos mesmos diante das
tentações.
A palavra nos diz que existe tempo para tudo...
“Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito
debaixo do céu:
tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,
tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir,
tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar,
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter,
tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora,
tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz.”
Eclesiastes 3:1-8
tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,
tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir,
tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar,
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter,
tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora,
tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz.”
Eclesiastes 3:1-8
...porém é importante perceber que quando o assunto é “arrependimento”,
todo tempo é tempo de se arrepender!
Essa consciência nasce em nós através do Espírito Santo. É
Ele quem ilumina o nosso viver e nos mostra o quão sujo somos. Uma vez que o
Espírito Santo age em nós, por consequência somos conduzidos ao ato de “nascer
de novo” (relatado por Jesus a Nicodemos no Evangelho de João Capítulo 3). Nascer
de Novo implica em deixar para trás o velho “Adão” que habita em nós e gerar um
marco na vida que determina o início de um compromisso nosso com Deus para que
o processo de transformação de nosso próprio ocorra diariamente. Este
compromisso é um exercício de arrependimento diário que vai restaurar em nós a
imagem e semelhança que Deus depositou em nós, mas que o pecado distorceu com
toda a sua malignidade.
A igreja nada mais é do que um grupo de pessoas que entendeu
isso. Gente que segue Jesus pelo que Ele é e não pelo que Ele pode (faz). Gente
que segue Jesus por que deseja ser “gente” como Jesus é “gente”. Há quem diga
que uma das formas mais linda e reais de se expressar adoração a Deus é imitando
a Ele! Em outras palavras, adora-lo verdadeiramente é fazer de tudo para tornar-se
igual a Ele.
Hoje, mesmo convertidos, somos falhos. Deus não nos resolve
na conversão, Ele nos resolverá na ressurreição. É na ressurreição que nós
seremos plenos em incorruptibilidade e perfeitamente iguais a Ele. Enquanto
isso aguardamos a redenção do nosso corpo, seguimos gemendo espiritualmente perante
aos paradoxos da nossa carne, fazendo o nosso melhor, diariamente, para que o
arrependimento em nossos corações seja sempre presente e para que o pecado em
nossas vidas sejam “acidentes” e não “escolhas”.
Ainda neste contexto é libertador entender que não devemos ter
vergonha de ter apetites, pois a carne é um furacão, porém devemos sim ter
vergonha da forma na qual muitas vezes nós lidamos com nossos apetites. Ilustrando:
Ter sede é lícito! Não devemos ter vergonha de ter sede, porém se ver bebendo água
de uma carga de um caminhão que foi roubado, isso sim é motivo de vergonha!
Beber água onde não devo, isso sim é motivo de desapontamento. Mas bacana nisso
tudo é ver, ainda que numa situação dessas, Jesus, com toda paciência, nos
falando: “ - Eu sou um rio de água viva, disponível para você, e você ai,
escolhendo beber água de carga roubada!? Vem comigo, deixa eu lhe ensinar a
lidar com seus apetites!”
Se estamos em Cristo, já somos participantes da realidade do
reino que Ele inaugurou. Sendo assim, como costuma dizer o Pastor Ariovaldo
Ramos, deveríamos andar com uma plaquinha pendurada no pescoço com os dizeres “Estamos
em Obra!”.
O evangelho transforma a vida de uma pessoa e ao mesmo tempo
torna a pessoa em um ser transformador.
Que cada um de nós possa dar vazão ao Espírito Santo, para
que Ele, em graça e misericórdia, complete em nós a plenitude do ser de Jesus,
o Cristo.