Todos estamos acostumados a entender a “Graça” como um favor
imerecido. Deus nos concede esse favor para conosco e nós, seres humanos,
jamais se enquadraremos na posição de merecedores. Aliás mérito, do ponto de
vista “em pró” dos homens, é palavra que não tem espaço dentro do entendimento
da “Graça”. O homem não merece coisa alguma a não ser o inferno.
A Palavra, em Gênesis 3, nos revela o momento em que a
humanidade optou por dar uma “catarrada” na face de Deus. Este ato é consumado
quando Adão e Eva escolhem agir em desobediência a Deus e optam por comer do
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao fazerem isso, ambos fizeram
com que a humanidade gritasse independência de Deus e declarassem, inutilmente,
autossuficiência em si. O que ambos não sabiam é que ao assumirem uma concorrência
com Deus, tentando tomar o lugar que só a Deus pertence, eles entrariam na
condição de morte. Em outras palavras, ao optarem pelos seus desligamentos de
Deus, ambos caíram em estado de morte, pois não há vida que não esteja
conectada em Deus. Sem Deus, sem Vida.
O fato é que esta cusparada na face de Deus é reproduzida a
cada dia em nossas vidas. Fazemos isso constantemente confirmando atitude de
Adão e Eva em seguir ruminando, feito Lhamas, o fruto da árvore do conhecimento
do bem e do mal. Comer deste fruto é assumir a atitude de Lúcifer, e assumir para
si a condição de demônio, que significa “acusador”. Em outras palavras é querer
ser Deus.
Enquanto a realidade nos diz “Merecida Morte”, “Merecido
Inferno”...Deus vem na contra mão e diz “Imerecida Vida”. Esta é a realidade
mais profunda que a Graça de Deus nos trás. Vai muito além do que conseguir uma
casa, um carro ou qualquer bem material. Vai muito além do que conseguir a cura
física com relação a uma doença. A “Imerecida
Vida” aqui tem a ver com o sopro de vida que Deus nos concede a cada segundo. O
aspirar e o expirar do ar que nos permite permanecer ligados de forma que
sejamos participantes do plano de redenção que Deus traçou para a humanidade.
Como costuma dizer o Pastor Ariovaldo Ramos, antes de dizer “Haja Luz”, Deus bradou “Haja Cruz”. Ao fazer
isso, o Criador deu um “nó” na lógica da morte. Cravou na cruz o sangue de Seu
Filho amado. O Único ser humano que jamais mastigou o fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal: Jesus de Nazaré. Ele é o nó eterno que invalida a
morte. Por que Nele não havia pecado, e se o salário do pecado é a morte, Jesus
recebeu um estorno deste pagamento, pois era imaculado, santo, incorruptível...não
tinha iniquidade alguma. Por isso a ressurreição de Cristo nos convida a tomar a
nossa própria cruz, de forma que o velho Adão que habita em nós seja
crucificado para que um novo Jesus venha surgir em nós. Ao fazer isso, cuspimos
para fora o fruto que não nos pertence, caímos em arrependimento e clamamos por
misericórdia, reconhecendo que a vida que temos é imerecida é vem de uma única
fonte: Jesus, o Messias.
Imerecida Vida, é a Graça que Deus proveu desde antes da
fundação do mundo. É a Graça expressa na Cruz de Jesus. É uma atitude que tem
tudo a ver com quem Deus é e nada a ver com quem nós somos. É Deus confirmando a
Sua afirmação de que Ele é um Deus cujo o poder e o caráter é identificado como
Amor.
Para aqueles que acham que Deus não faz nada, que não
trabalha...saiba que Deus já fez e faz muito. Deus trabalha e muito. Olhe para
Cruz! Veja o quanto a Cruz atua no Universo até hoje. É na Cruz que habita a
oração que sustenta o Universo, pois foi lá que Jesus proclamou “ – Pai,
perdoa-os pois eles não sabem o que fazem”. Soldados Romanos, fariseus, séculos
de humanidade e nós, aqui e agora, somos contemplados nesta oração. Não sabemos
o que fazemos. Mas Deus sabe o que faz, e constantemente nos convida para
participar deste processo. A melhor maneira de usufruir desta Imerecida Vida é
fazer deste favor uma jornada de transformação de estado de espírito, onde
deixamos para trás o nosso velho Adão em busca de nos tornar como Jesus. É como
o Pastor Ariovaldo Ramos também costuma dizer...todo ser humano deveria usar uma
plaquinha escrita: “Desculpe o transtorno, estou em obra”. Não somos aquilo que
deveríamos ser. Mas em Jesus podemos ser aquilo que deveríamos ser, pois Nele
vemos quem Deus é e como o homem deve ser. Jesus é o nosso destino final. Por
isso Ele dizia ser O Caminho!
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