Hoje ouvi pela primeira vez a música “Quando Tiver Sessenta”
do mais novo álbum da banda cristã Rosa de Saron. Em uma das estrofes me
deparei com um que me chamou a atenção: “Que possamos ser mais médicos e menos
juízes”. Sinceramente eu não sei até onde o pensamento que irei diluir aqui fugirá
do contexto no qual o Guilherme Sá, compositor da canção (e vocalista da
banda), aplicou na letra da música. O fato é que em tempos como o nosso, onde o
egoísmo do ser humano fala alto expondo a nossa iniquidade, o nosso pecado, a
nossa queda, vale a pena sim pensarmos em sermos muito mais médicos do que
juízes.
Como cristãos, verdadeiros cristãos, daqueles que dizem ser verdadeiros
seguidores de Jesus, imitadores do Mestre, se observarmos os valores de vida
Dele, veremos que Ele tinha toda a prerrogativa de agir como Juíz, mas preferiu
agir como Médico. Jesus, Deus vestido de pele e osso, Criador que se fez
criatura, não entrou na história para nos condenar, mas sim para nos restaurar.
Ele não veio pisar sobre a cana que já estava quebrada, Ele veio para restaurar
a mesma.
Se nós, pecadores, rebeldes, clamássemos a Deus dizendo “ –
Pai faça justiça na minha vida” o mais correto seria Deus enviar sobre nossas
cabeças um raio. Mas Deus preferiu absorver sobre si todo o pecado da humanidade.
Fez da Cruz do Calvário o maior para-raio que já existiu e levou ali toda a
condenação da humanidade. Levou sobre si todo o pecado de todo ser humano. Agindo
assim, Deus assumiu para conosco muito mais que uma postura de Juíz, mas sim
uma postura de Médico. Preferiu aplicar sobre nós um plano de redenção e cura e
não uma condenação (que jamais mancharia o seu caráter, pois somos merecedores
da morte).
Jesus nos ensinou com o seu modo de viver que devemos ser
mais médicos e menos juízes. Devemos cuidar muito mais uns dos outros do que
julgarmos uns aos outros. Aliás o ato de julgar é na verdade mastigar o fruto
da árvore do bem e do mal, assumir para si a prerrogativa de ser Deus, achar
que tem discernimento e sabedoria ao ponto de ser Deus para julgar o que é
certo e errado. Só Deus é capaz de conhecer tudo plenamente para lidar com
justiça. A justiça dos homens é falha, a de Deus é perfeita.
Deus é justo! Assumiu para si a responsabilidade de mostrar
ao universo que Ele tem senso de justiça, mas que Sua justiça se baseia num caráter
de amor. Por isso se entregou na cruz. Talvez um jeito de explicar aquilo que
chamamos de graça seria exatamente isso: Deus nos tratar como um médico amoroso
que cuida de nós e não como um juiz que nos condena. Se Deus nos trata assim,
por que não podemos tratar o nosso próximo da mesma maneira?
Com certeza, se cada um de nós assumir muito mais uma
postura de médicos e deixarmos nas mãos de Deus a prerrogativa de Juíz, com
certeza este mundo será melhor. É claro que neste contexto é importante
lembrarmos que só precisa de médico aquele que está doente. No caso toda
humanidade precisa entender que somos soro positivos do pecado, e que só Deus
pode nos provê a cura. Aliás Ele já fez isso...esparramou na cruz do Calvário o
Seu Santo Sangue...o divino remédio que cura o pecado do mundo.
Que o Senhor siga nos tratando como Médico!
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