A cruz é um paradoxo. De um lado a raça humana cometendo
Deicídio, em outras palavras, assassinando o Deus Criador. Um espetáculo de
horror, a miséria humana em ação, escancarada a os olhos de toda a história. Ao
mesmo tempo, por outro lado, Deus está se entregando, como um cordeiro mudo
indo para o abate. Consciente de tudo o que estava fazendo, Deus realiza na
cruz o maior espetáculo de amor já visto pela humanidade. A cruz é um paradoxo
no qual a humanidade tem de lidar todos os dias. Como viver diante destas 2 ações
contraditórias: o horror e o amor, o assassinato e a entrega?
Diante do pecado da humanidade, Deus, criador de tudo e
todos, teve de fazer uma escolha muito difícil: Matar ou Morrer? A chave de
tudo se encontra exatamente na escolha que Deus fez para esta dúvida: Ele
escolheu morrer. Mas por que esta escolha, por que morrer em pró de seres tão
miseráveis como nós seres humanos?
O amor, o verdadeiro amor, não existe para ser entendido, mas
sim para ser aceito. O amor existe para ser abraçado. O amor escolhe morrer, se
entregar, e faz isso sem reservas, sem olhar méritos ou deméritos. Deus é o
Amor. Ele Ama, e ama apesar dos “por quês”. Simplesmente ama. Deus escolheu
morrer pois sabia que a sua morte era o único meio de aniquilar o pecado sem
precisar aniquilar o pecador. A sua morte foi por amor, matou o pecado sem
matar o pecador. Só um Deus santo e bondoso como este é capaz de morrer por
gente tão miserável como nós. A morte não foi capaz de detê-lo pois Ele é
Santo. Ele vive e vem resgatar-nos. Sua vinda será breve.
Diante do paradoxo da Cruz, todo aquele que tem mente sã e
entende sua própria miserabilidade sabe que só há uma maneira de se viver
diante de tudo o que aconteceu no Calvário: arrepender-se e se banhar na
misericórdia do Sangue do Cordeiro, para que Ele seja glorificado. Costumamos
ir nas celebrações todos os domingos e alegar que estamos adorando ao Senhor
quando cantamos louvores. Sim, uma maneira de adorarmos à Deus é louvando o Seu
Santo Nome. Mas talvez o que nós cristãos tenhamos que entender é que a
verdadeira adoração é o arrependimento, uma ação promovida pelo Espírito Santo
em nós, pois é Ele quem nos convence de nosso Pecado. É no arrependimento que
damos vazão para que o Espírito Santo faça de nós mais parecidos com Jesus.
Este processo restituí ao Pai toda a Glória que um dia nós, como Lúcifer,
desejamos ter para nós. E Não é ousado demais afirmar que esta é a raiz de
todos o pecado da humanidade, roubar a glória de Deus para satisfazer o nosso
ego.
Deus, pelo óbvio, tinha de nos matar. Mas o Deus descrito na
palavra não é um Deus que gosta de contrariar o óbvio. Ele escolheu morrer.
Aqui começamos entender aquilo que a santa palavra nos descreve como “Graça”.
Apesar de sermos o que somos, miseráveis, Deus escolheu morrer ao invés de nos
matar.
O Paradoxo da Cruz está diante de nós, todos os dias, qual
tem sido a resposta que temos dado para todos os acontecimentos que aconteceram
no Calvário?
Nenhum comentário:
Postar um comentário