segunda-feira, 10 de novembro de 2014

MATAR OU MORRER

A cruz é um paradoxo. De um lado a raça humana cometendo Deicídio, em outras palavras, assassinando o Deus Criador. Um espetáculo de horror, a miséria humana em ação, escancarada a os olhos de toda a história. Ao mesmo tempo, por outro lado, Deus está se entregando, como um cordeiro mudo indo para o abate. Consciente de tudo o que estava fazendo, Deus realiza na cruz o maior espetáculo de amor já visto pela humanidade. A cruz é um paradoxo no qual a humanidade tem de lidar todos os dias. Como viver diante destas 2 ações contraditórias: o horror e o amor, o assassinato e a entrega?

Diante do pecado da humanidade, Deus, criador de tudo e todos, teve de fazer uma escolha muito difícil: Matar ou Morrer? A chave de tudo se encontra exatamente na escolha que Deus fez para esta dúvida: Ele escolheu morrer. Mas por que esta escolha, por que morrer em pró de seres tão miseráveis como nós seres humanos?

O amor, o verdadeiro amor, não existe para ser entendido, mas sim para ser aceito. O amor existe para ser abraçado. O amor escolhe morrer, se entregar, e faz isso sem reservas, sem olhar méritos ou deméritos. Deus é o Amor. Ele Ama, e ama apesar dos “por quês”. Simplesmente ama. Deus escolheu morrer pois sabia que a sua morte era o único meio de aniquilar o pecado sem precisar aniquilar o pecador. A sua morte foi por amor, matou o pecado sem matar o pecador. Só um Deus santo e bondoso como este é capaz de morrer por gente tão miserável como nós. A morte não foi capaz de detê-lo pois Ele é Santo. Ele vive e vem resgatar-nos. Sua vinda será breve.

Diante do paradoxo da Cruz, todo aquele que tem mente sã e entende sua própria miserabilidade sabe que só há uma maneira de se viver diante de tudo o que aconteceu no Calvário: arrepender-se e se banhar na misericórdia do Sangue do Cordeiro, para que Ele seja glorificado. Costumamos ir nas celebrações todos os domingos e alegar que estamos adorando ao Senhor quando cantamos louvores. Sim, uma maneira de adorarmos à Deus é louvando o Seu Santo Nome. Mas talvez o que nós cristãos tenhamos que entender é que a verdadeira adoração é o arrependimento, uma ação promovida pelo Espírito Santo em nós, pois é Ele quem nos convence de nosso Pecado. É no arrependimento que damos vazão para que o Espírito Santo faça de nós mais parecidos com Jesus. Este processo restituí ao Pai toda a Glória que um dia nós, como Lúcifer, desejamos ter para nós. E Não é ousado demais afirmar que esta é a raiz de todos o pecado da humanidade, roubar a glória de Deus para satisfazer o nosso ego.

Deus, pelo óbvio, tinha de nos matar. Mas o Deus descrito na palavra não é um Deus que gosta de contrariar o óbvio. Ele escolheu morrer. Aqui começamos entender aquilo que a santa palavra nos descreve como “Graça”. Apesar de sermos o que somos, miseráveis, Deus escolheu morrer ao invés de nos matar.


O Paradoxo da Cruz está diante de nós, todos os dias, qual tem sido a resposta que temos dado para todos os acontecimentos que aconteceram no Calvário?

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