segunda-feira, 24 de março de 2014

A CRUZ FALA MAIS QUE MILHÕES DE PALAVRAS

Conta-se que muito tempo atrás, em uma época onde não existia luz elétrica, um novo padre chegou em uma paróquia de um pequenino e isolado vilarejo. Como toda cidade pequena, é claro que todos ali começaram a criar uma expectativa de como seria este novo padre. Burburinho daqui, burburinho dali, o novo padre mal tinha desfeito suas malas, já estava ali, em frente da igreja colocando uma pequena placa com os dizeres: “Não percam a missa do próximo domingo à noite, teremos um extraordinário sermão sobre o amor de Deus”. É claro que com uma propaganda desta, juntamente com a novidade de um novo padre na cidade, a expectativa de todos que viviam ali aumentou ainda mais. A semana inteira não se fala em outra coisa a não ser sobre isso. A pequena igreja na pracinha que ficava bem no centro do vilarejo era muito simples. Apesar de não ser muito grande tinha tamanho suficiente para acolher a toda a comunidade que vivia ali. E aconteceu que no domingo, em uma noite linda, a igreja ficou abarrotada de gente. Até quem não costumava ir às missas compareceu. Como não havia luz elétrica, a igreja estava repleta de lampiões e velas. No centro do altar uma pequena mesa com uma pequena imagem de Jesus Cristo na cruz. Todos murmuravam em ansiedade. E então um coroinha sai pela porta ao lado do altar andando lentamente. Todos começam a se silenciar ao perceber o início da missa. Entretanto o coroinha ao invés de ir para o altar começa a caminhar pelas laterais da igreja. Ao passar pelo primeiro lampião, o menino apagou o mesmo. Então caminhou mais alguns passos e soprou algumas velas. Seguiu adiante e apagou outro lampião. Todos em silêncio observavam o menino indo em cada foco de luz e apagando os mesmos, até que finalmente ele apagou o último lampião e igreja ficou em total escuridão. Não se enxergava um palmo a frente. O silêncio era total. Foi ai que uma luz apareceu na sala ao lado do altar. O padre caminhou lentamente em direção ao altar, segurando cuidadosamente uma única vela em suas mãos. Então o padre, sem dizer nenhuma palavra, aproximou a luz da vela para iluminar os pregos encravados nos pés da imagem de Jesus. Em seguida aproximou lentamente a luz para iluminar os pregos na mão esquerda de Jesus. Lentamente fez um movimento com a vela e iluminou a os pregos da outra mão. Com o mesmo cuidado iluminou a cabeça da imagem de Jesus evidenciando os espinhos. Por fim o padre posicionou a vela cuidadosamente de forma que a luz iluminava por inteiro a imagem de Jesus Cristo crucificado. Silenciosamente...sem dizer nenhuma palavra...o padre se retirou do altar e sentou-se juntamente com a comunidade.
 
Ouvi esta história recentemente em uma pregação. É claro que tive que reproduzir a mesma com minhas palavras, pois não encontrei o relato integral para compartilhar aqui. Não sei se é um fato verídico. O fato é que uma história como esta nos convida a refletir sobre muitas coisas. Deixando a discussão religiosa de lado (coisas do tipo, adoração de imagem, católicos versus evangélicos, e tantas outras prerrogativas), é interessante observar que só existe um Nome Próprio nesta história, o de Jesus Cristo. Hoje em dia, o homem se acha tão mais importante que Deus, que o próprio nome fica mais importante que o nome de Jesus. É um ego absurdo. Gente que coloca na frente da igreja placas dizendo “Igreja do Missionário X”, “Igreja do Apóstolo Y”, “Igreja do Pastor Z”...e por ai vai. São igrejas de outras pessoas, menos de Jesus. O nome de Jesus pode até ser dito dentro destes lugares, mas quando vejo alguns programas de TV, rádios, com propagandas evidenciando muito mais o nome do “santo” do que o nome de Jesus, sinto o Espírito Santo incomodar o meu coração e dizer: “ – Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, contemplará entrará no Reino de Jesus!”. As igrejas precisam de gente anônimas! Gente que esteja disposta a agir como a serva, a escrava de Naamã, cujo o nome próprio nem aparece na Palavra, mas o seu ato é digno de ser relatado sempre, afinal de contas a cura da lepra de Naamã não foi só um processo de 7 mergulhos no rio Jordão, antes disso ele teve que dar créditos ao que esta anônima serva lhe disse. Se talvez fizéssemos uma enquete, por mais ridícula que fosse, apenas para ilustrar, perguntando para um grupo de pessoas quais delas gostariam de ter tido a oportunidade de vivenciar o que viveu o Rei Davi, o Apóstolo Paulo, Daniel, José...muitos levantariam a mão. Mas creio que poucos levantariam a mão para estar ali no papel para viver o papel da serva anônima que ajudou Naamã. O ego humano deseja holofotes. Em um paralelo a história do Padre que contei no início desta diluição de pensamento cristã, acredito que muitos supostos cristãos famosos que vemos atualmente, segurariam a vela para iluminar a si mesmos. Triste realidade! Perceba que o padre, após iluminar a cruz, sentou-se em silêncio juntamente com a comunidade que ali estava. Quantos supostos “membros das elites espirituais” hoje em dia não precisam assumir uma consciência como esta. De se ver igual a todos na comunidade na qual ele tem responsabilidade de colaborar com a missão de Jesus.
 
Outra coisa interessante nesta história é perceber que a Cruz nos diz tudo. Se você parar para pensar, a Cruz nos diz mais do que milhões... trilhões de palavras! Talvez as pessoas ainda não entendam a Cruz em sua plenitude simplesmente por não entenderem quem foi Jesus. Gente que vê Jesus como um ídolo, um simples líder, um mestre inteligente e por ai vai. Jesus não é um ídolo! Jesus é muito mais que um líder, muito mais que um mestre: JESUS É DEUS! Se as pessoas não entenderem isso, jamais entenderão o que aconteceu no calvário. Jamais entenderão o que aconteceu na Cruz. Mas se entendermos isso, entendermos que Jesus é Deus que se esvaziou e veio habitar juntamente conosco, então a cruz irá falar aos nossos corações em plenitude. Responda para si mesmo: “ – Se você estivesse ali, vendo aquela cena, uma escuridão imensa, e diante de seus olhos só a imagem de Jesus Crucificado, o que a cruz falaria ao seu coração?!”...ou ainda, num contexto mais próximo da sua rotina de vida, da sua maneira de viver, do seu cotidiano...responda: “ – O que a cruz de Jesus tem dito ao meu coração?”.
 
Ao tentar responder estas perguntas, me entristeci comigo mesmo. Percebi o quão medíocre eu sou. No fundo isso não era uma novidade para mim. Isso por que o maior pecador, o mais repugnante, sujo, egoísta, nojento, medíocre, escória da humanidade, que conheço...sou eu! Não se espante se este sentimento vier à tona no seu coração. A cruz nos revela muita coisa!
 
A comunidade sentada na igrejinha em total escuridão é nada mais nada menos do que toda a humanidade em todos os tempos. Vivemos em trevas. Só quem possui Luz é Deus (muita gente acha que é a AES Eletropaulo, a Light...ou qualquer outra companhia de energia elétrica hehe). Só Deus detém em Suas mãos a luz capaz de tirar o ser humano das trevas. Eu sou mais um ali naquela igrejinha, na escuridão, escutando a cruz falar ao meu coração. Cada um de nós, neste universo inteiro, atravessando a barreira do espaço e tempo, cabe dentro daquela igrejinha. Os candeeiros, lampiões, velas deste mundo seguem apagados. O mundo está em trevas. Nós não pertencemos aqui. Jesus nos convida a nos disponibilizarmos a ser luz neste mundo. Deus já compartilhou conosco a luz que Deus detém em Suas Divinas Mãos através de Seu Espírito Santo. Muita gente ainda não percebeu isso, muita gente não sabe disso, falta expandir a consciência. Deus não nos fez seres iluminados. Deus nos fez seres luminosos. Compartilhou conosco Sua Luz. Ele diz para nós: “ – Vós sois a luz do mundo!”. Sendo assim, Deus nos inclui no seu plano de restauração da humanidade para que atuemos juntamente com Ele, sendo veículos de Sua Luz, de Sua Graça, Misericórdia, Justiça e Amor. Só assumindo este compromisso seremos capazes de responder a Jesus: “ – Cristo, muito obrigado, valeu à pena!”
 
Muita gente acha que Deus faz pouco. Outros acham que Deus faz o suficiente. A Cruz nos diz que Deus fez infinitamente muito mais que o suficiente. Pense em um outro exemplo (aparentemente grotesco):
 
Imagine um copo de vidro com um uma tarja vermelha em sua metade. Imagine que Deus, para salvar a humanidade, teria que encher o copo com Seu sangue até a tarja vermelha. Se o Seu sangue atingir a tarja vermelha já seria suficiente para nos salvar. Então Deus vai e derrama ali o Seu próprio sangue, transbordando o copo, fazendo vazar pela boca do mesmo litros e litros...e mais litros....de forma infinita...sangue e mais sangue...de forma que ao olhar para o copo você e para o oceano de sangue jorrando à sua frente venha algo em sua mente: IMENSURÁVEL!
 
É isso que a Cruz nos diz! E diante disso ela nos pergunta: “ – Como você tem vivido?  Este sacrifício valeu a pena?”
 
A Cruz fala muito, nos diz muitas coisas. Conversa diariamente com nossos corações. O que temos ouvido? Ela nos faz uma pergunta pessoal e nos desafia a responder: - Que resposta meu modo de viver tem dado ao sacrifício de Jesus na Cruz?
 
Jamais conseguiremos dar uma respostas imensurável como o sacrifício de Jesus. Mas Deus sabe disso. Sabe que jamais daremos uma resposta à altura. Deus não espera isso de nós. Deus simplesmente deseja que a gente entenda que Ele nos ama, que nos quer de volta em Seus Braços. Que sem Ele só nos resta a morte, pois não há vida sem Ele. Deus deseja que a gente rompa com a rebelião e que assuma os valores de vida, valores do Seu Reino, princípios de vida, para que o Espírito Santo possa agir em nós e nos transformar em seres iguais à Jesus Cristo. Por isso Ele se entregou, para nos resgatar da condição nojenta em que vivemos e nos levar para uma vida eterna, com qualidade eterna, ao Seu lado!
 
A cruz nos diz isso diariamente.
 
 
Louvado Seja o Nosso Grandioso Senhor

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