O Cristianismo nos convida a viver uma vida em que os nossos
interesses, aqueles interesses que provém dos apetites do nosso ego, fiquem em
segundo...terceiro plano. O Cristianismo nos convida a pensar sempre em sermos “o
terceiro”: em primeiro lugar Deus, em segundo lugar o nosso próximo e em
terceiro lugar, nós mesmos. Deixar os nossos interesses em segundo...terceiro plano,
não é tarefa fácil. Somos interesseiros, e o nosso principal interesse é saciar
o nosso ego. Este apetite existencial do ser humano perdeu o controle depois de
nossa queda em Gênesis 3. Antes, a presença de Deus nos supria em tudo. Depois
da queda, com o nosso grito de independência existencial, um vazio se instalou
em nós, e nossos apetites e interesses próprios ganharam dimensões extremas. E
quando o assunto é interesse do nosso ego, Agostinho nos convida a pensar em
algo interessante: Nenhum homem diz “Deus não existe”, a não ser aquele que tem
interesse em que ele não exista. É claro que em contra partida, muitos podem
afirmar que nenhum homem diz “Deus existe”, a não ser aquele que tem interesse
que Ele exista (que diriam os pastores que gostam de vender terrenos no céu!?).
Enfim, muitos afirmam que a existência de Deus não é provada pela ciência. Mas
se esquecem que a “não existência” de Deus também não pode ser provada pela
mesma.
Quando o assunto é “Deus” a fé é fundamental. Então
pensamos: Deus é instrumento da fé ou a fé é um instrumento de Deus?...O fato é
que no relacionamento entre Deus e o homem a fé é necessária. Deus tendo fé nos
homens e os homens tendo fé em Deus. Afirmar que Deus não existe de certo modo implica
em algumas responsabilidades, mas afirmar que Deus existe, ainda mais o Deus
revelado em Jesus Cristo, implica em responsabilidades maiores. Se Deus existe,
então existe-se um jeito certo de se viver, e Jesus Cristo é o gabarito, Nele
conferimos se o nosso viver está de acordo ou não com os valores do Reino de
Deus. Agora, se Deus não existe, qual o parâmetro que se tem para viver a vida?
O dos homens? Em qual homem é possível olhar e afirmar, esta é uma vida digna
de se inspirar para viver? Damos voltas e voltas e se formos sinceros com nós
mesmos, chegaremos novamente a Jesus Cristo. O viver de Jesus jamais poderá ser
comparado com o de qualquer ser humano, pois ninguém viveu uma vida tão
inspiradora como o Carpinteiro de Nazaré.
Quais são os interesses que estão por trás da sua fé em Deus?
Quais são os interesses que estão por trás da sua afirmação em ser ateu? Quais
são os interesses e intensões que permeiam o seu coração quando você afirma que
Deus é o seu Senhor?
Como cristãos verdadeiros único interesse que devemos ter é
restituir ao Criador a glória que um dia tentamos roubar Dele. Devemos nos
diminuir para que Ele cresça. Só podemos fazer isso reconhecendo a nossa
miserabilidade, nos rendendo ao sacrifício de Jesus na Cruz e assumindo os
valores da vida do Cristo em nosso viver. Este é o interesse verdadeiro do cristão
que entendeu a mensagem de Jesus. Servir a Deus! E como muitos sabem, só há um
jeito de servir a Deus: servir ao próximo.
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