quinta-feira, 5 de setembro de 2013

SIMPLESMENTE HUMANOS

É engraçado! Muitas pessoas querem ser como os anjos. Teem uma grande admiração pelos seres dotados de auréolas e asas. Até ficam felizes quando alguém diz: “você é um anjo!”. Desejam ser Nicolas Cage em “Cidade dos Anjos”. Assistem “Anjos e Demônios” e “pagam um pau” para os efeitos especiais que giram em torno do personagem do anjo Gabriel. Veem os anjos como seres superiores aos humanos. Mas não é isso que a Palavra nos relata. As Escrituras Sagradas relatam que os seres criados a imagem e semelhança de Deus são os humanos (homem e mulher, o casal) e não os anjos.
 
Você deve estar pensando: “Pronto, agora vai começar a criticar os anjos! Lá vem um artigo para falar mau dos anjos”. Não, não tenho nada contra os anjos e, não, não é este o ponto central que quero trazer como reflexão. O ponto central é, por que as pessoas querem ser outros tipos de seres e não simplesmente serem verdadeiros humanos? Por que temos “fetiche” de sermos anjos, deuses (sobre nós mesmos e sobre os nossos próximos), ou sei lá o que...e não simplesmente humano.
 
Talvez a resposta esteja no fato da deturpação da imagem do ser humano, que deveria ser semelhante à Deus, mas está muito mais próxima a de uma “besta”. Nós fizemos isso com nós mesmos. Deturparmos o parâmetro de referência do que é ser gente.
 
Immanuel Kant certa vez afirmou que a missão suprema de uma pessoa é saber o que ela precisa para ser pessoa. Em outras palavras, toda pessoa tem uma missão em comum: descobrir uma maneira de ser gente como gente realmente deve ser.
 
Então a pergunta: afinal de contas, o que precisamos saber para sermos realmente humanos?
 
O cristianismo vem de encontro a este pensamento e responde: “Deus, Nele encontramos tudo o que precisamos encontrar para sermos gente de verdade!”. Aliás o cristianismo muito mais do que responder esta questão, escancara a olho “nú” a resposta. Nos diz: “Olhe para Jesus e Nele você verá tudo o que precisa ver para saber como ser um humano de verdade!”.
 
De fato, a vida de Jesus nos remete a realidade de como o ser humano deveria ser em sua plenitude. Muita gente não almeja ser gente de verdade por que não conhece à Jesus. Jesus é muito mais que um parâmetro inicial para descobrirmos “como nos tornarmos verdadeiramente humanos”. Jesus é o próprio Deus disposto a se envolver nesta jornada em nos tornarmos humanos.
 
Um antigo provérbio Chinês diz “Se caminhas sozinho irá mais rápido. Se caminhas acompanhado irá mais longe.”. As Escrituras Sagradas nos remete ao fato de que não há como se tornar um ser humano de verdade se decidirmos caminhar sozinhos. Diz mais ainda, nos diz que só nos tornamos gente de verdade se caminharmos uns com os outros juntamente com o Espírito Santo. Quem caminha em comunidade com os irmãos em Cristo, acompanhado do Espírito Santo não vai apenas mais longe, vai para uma eternidade com qualidade eterna, qualidade de Deus. Por trás disso, vale apena afirmar que gente, para ser gente, precisa de Deus, mas gente, para ser gente, precisa de gente.
 
O Reino de Deus alicerça os valores que nos capacitam à andar em comunidade. Você pode chamar esta comunidade da maneira como quiser: a turma de Jesus, a turma que rompeu com a rebelião da queda, o ajuntamento de pessoas que se justificam pelo Sangue do Cordeiro, a Igreja. O fato é que essa turma vive consciente de que são merecedores do inferno, mas que Deus proveu, ainda que não merecêssemos, a reconciliação através de Jesus. Por isso todo dia estas pessoas vivem cultuando a Deus com o próprio viver e de domingo em domingo se reúnem em comunidade e celebram a este Jesus Amoroso que Vive e Reina.
 
Estas são as pessoas que não desejam ser nada mais nada menos do que seres humanos que, através do sacrifício de Jesus, buscam consumar a plenitude do projeto de Deus chamado “Humanidade, imagem e semelhança à Trindade Santa”. Esta é a verdadeira igreja de Jesus, o Messias, o Cristo. Uma igreja que não é feita de muros e pedras mortas. Uma igreja que é o verdadeiro corpo de Cristo. Uma igreja de pedras vivas, pois têm consciência de que o próprio ser humano é morada do Senhor. Uma igreja viva que é morada de um Deus vivo. Uma igreja viva que mora em um Deus vivo.
 
Que aceitemos o desafio de sermos simplesmente humanos conforme a vontade de Deus. Nada além disso. Nada abaixo disso. Simplesmente gente conforme a vontade de Deus. Simplesmente humanos.

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