Ilustremos algumas situações para refletirmos...
Primeiro...
Uma menina de 12 anos é violentada por dois moleques. Fora
os machucados, consequência da violência, e fora o trauma psicológico, resta a gravidez.
A infância desta menina é assaltada, e a brincadeira que outrora consistia em
ser mamãe de uma boneca, cria traços de realidade em uma mãe de 12 anos, com um
filho de verdade. O medo assusta. Uma menina de 12 anos, tão pequenina, e já é
cobrada pelas circunstância a amadurecer. A pular fases da vida. A sensação de
revolta invade os seus pais.
Segundo...
Campo de concentração nazista. Soldados alemães armados enfileiram
judeus. Logo à frente algumas forcas estão montadas. Um a um, dos judeus, vão
sendo enforcados. Os filhos vão primeiro, para que os pais assistam. A corda
vai esticando e estrangulando pescoço à pescoço. A sensação de impunidade
invade o coração.
Terceiro...
É domingo de tarde. As lágrimas rolam pelo rosto da mãe. O
quarto do filho está intacto, exatamente da mesma forma como ele havia deixado
da última vez que saiu de casa. O problema é que ele não vai mais voltar. Foi assassinado
brutalmente em um assalto onde tentavam lhe roubar a carteira. Ele nem reagiu.
Atitaram por atirar. O pai, que assistia os jogos de futebol juntamente com o
filho, pois torciam para o mesmo time, nem sequer liga mais a TV. O vazio é
imenso.
3 situações distintas, mas totalmente reais no mundo onde
estamos. O fato é que em casos como estes uma pergunta vem à tona: “Onde está
Deus?”
Onde está Deus no momento onde uma menina de 12 anos é
estuprada por moleques? Onde está Deus enquanto judeus estavam sendo enforcados
simplesmente por serem “judeus”? Onde está Deus onde o rapaz recebe um tiro no
peito sem sequer reagir? Onde está Deus enquanto crianças na Somália morrem
lentamente de fome? Onde está Deus??? Cadê Ele?
Muitas são as perguntas para o sofrimento e injustiça na
humanidade. O problema é que, qualquer resposta para aqueles que se deixaram
cegar-se, calar-se e ensurdecer-se espiritualmente, soaram como rasa,
superficial ou evasiva.
Procurando respostas para esta pergunta, confesso que me
senti tentado a abandonar tudo o que aprendi e tentei viver como cristão. A
pergunta paradoxal de Epicuro, o filósofo, me anestesiava a alma:
“Se Deus é Onipotente (pode tudo), Onisciente (sabe tudo) e Bom!
Então por que o mal continua existindo?”
Entenda...o nó que Epicuro propõe com este pensamento...
Se Deus é Onipotente, Onisciente e Bom, então o mal não
poderia continuar existindo. Para Deus e o mal continuarem existindo ao mesmo
tempo é necessário que Deus não tenha uma das três características. Ora...
Por um lado... se Deus for Onipotente e Onisciente, então
tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele. Neste caso, se o
mal existe, e Deus não o aniquilou, então Ele não é Bom.
Por outro lado...se for Onipotente e Bom, então tem poder
para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas não o faz, pois não sabe o
quanto mal existe, e onde o mal está. Então Ele não é Onisciente.
Ou ainda...se for Onisciente e Bom, então sabe de todo o mal
que existe e quer mudá-lo. Mas isso elimina a possibilidade de ser Onipotente,
pois se o fosse, se realmente tivesse poder, erradicava o mal. E se Ele não
pode erradicar o mal, então por que chamá-lo de Deus?
Os teólogos dizem que este paradoxo é um sofisma. Ou seja, é
uma mentira propositalmente maquiada por argumentos verdadeiros para que possa
parecer real. Confesso que demorei muito para enxergar esse pensamento como
sofisma. Mas hoje, tenho plena convicção de que o pensamento de Epicuro é um
sofisma.
Deus, é o Bem Supremo. Ele não criou o bem: Ele é o Bem!
Muita gente acredita que Deus é o criador do mal. Sim Deus criou tudo.
Entretanto o mal é exatamente a ausência do bem. Entenda, não é o oposto do bem,
mas sim sua ausência. Em outras palavras, o mal sempre foi uma teoria. O mal só
se concretizou em Lúcifer, quando o mesmo permitiu que o seu ego se tornasse
absoluto. A consequência disso: se tornou demônio e se rebelou contra o Criador.
O problema é que o homem aderiu à rebelião de Lúcifer e permitiu que a maldade
se concretizasse também no coração humano.
Agora pensamos:
Deus criou o homem não para conhecer e consumar o mal. Deus
não predestinou o homem a se rebelar contra Ele. Deus criou o homem para que
Ele pudesse compartilhar a Sua bondade. Deus criou o homem para ser bom. Amou o
homem muito antes de consumar a sua criação. Deus é BOM. Muito mais que isso:
Deus é Amor. O Amor não impõe. O Amor aceita. Se fosse “imposição” não seria
amor, seria ditadura.
Deus não aniquila o mal, justamente por que é Amor. O homem
conheceu e consumou o mal em seu próprio coração. A maldade não habita em outro
lugar a não ser no coração humano. Já parou para pensar que a aniquilação do
mal implica na aniquilação dos maldosos?
Muita gente acredita num Deus que é indiferente ao
sofrimento humano. Ora, mas será que Deus permanece de braços cruzados perante
o mal?
Deus não determinou, mas sempre soube que o homem poderia conhecer
e consumar o mal, como o fez. Logo Deus, além de Bom, é Onisciente. Pois previu
que isso aconteceria. Mas Deus não destruiu imediatamente a consumação do mal.
Poderia, mas isso implicaria na aniquilação da raça humana, os consumadores do
mal, ato que não iria de encontro com Sua bondade. Deus é inteligentíssimo.
Provedor de sabedoria única. Ele é a Sabedoria. Então ao optar por agir desta
forma, não destruindo a maldade imediatamente, mas concedendo tempo para que os
consumadores do mal se arrependessem, Ele manteve Sua Onisciência, Onipotência
e Bondade!
Ora, mas onde entra a Onipotência de Deus neste contexto? Em
tudo, mas principalmente na consumação do sacrifício de Jesus, o Messias, na cruz
do calvário!
Logo Deus é não só Onisciente e Bom, mas também Onipotente,
por controlar as circunstâncias naturais,
respeitando o livre arbítrio (que é liberdade e não libertinagem) para prover
tempo aos consumadores do mal para que se arrependem de sua maldade.
O homem conheceu o mal, poderia consumar o mal e optou em consumá-lo.
Logo homem é mau, pois poderia E PODE escolher não consumá-lo!
Portanto Deus é sim Onisciente,
Onipotente e Bom e Epicuro, um sofista!
Quanto aos três casos ilustrado no começo deste pensamento e
tantos outros, a pergunta que paira no ar é Onde está Deus?
Deus está ali, na forma de bebê, dentro do ventre da menina
de 12 anos. Deus está ali, na forca, pendurado injustamente pelo pescoço em
meio a chacota dos nazistas (por isso a cultura judaica diz que no holocausto
não foram mortos 6 milhões de judeus, mas sim 1 judeu morto 6 milhões de vezes,
por que o homem carrega em si a imagem e semelhança de Deus). Deus está ali,
levando um tio no peito sem impor reação. Deus está ali, na Somália, com o
estômago doendo, morrendo aos poucos com uma fome que dói na alma. Deus está
ali, debaixo da ponte, encolhido, abraçando os joelhos para se proteger do frio
que castiga a pele. Deus está ali na cruz do calvário clamando: “Pai, perdoa-os
pois não sabem o que fazem!”.
Deus é Sonho. Sonhou por que é Amor. Sonhou uma humanidade
bem diferente desta que contemplamos com os nossos olhos. Sonhou uma humanidade
repleta de “Jesuses”. Mas o homem criou uma humanidade repleta de “Lúcifers”. Entretanto,
dentro da boa notícia que Jesus nos trouxe escancara em misericórdia o seguinte
pensamento: O seu passado e a sua situação de vida atual não te define como ser
humano!
Por ser Onisciente, Onipotente e Bom, Deus fez tudo
antecipadamente por nós. Escreveu na história o sacrifício de Jesus, o Seu
Filho, na cruz: um meio de eliminar a maldade sem eliminar os maldosos.
E você é um maldoso cujo Deus está eliminando o mal?
Mas lembre-se...o Amor não impõe...não arromba janelas, não
é um ladrão. O Amor é gentil...ama...é educado ...entra se é convidado...e entra
apenas pela porta da frente...
Eis que estou à
porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa, e com ele cearei, e ele comigo.
Apocalipse 3:20
Apocalipse 3:20
Escute! Escute...ouça com os ouvidos da fé...e simplesmente
tome a decisão de abrir a porta!
Que Deus nos abençoe
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