Dois Rabinos discutiam se Deus existia ou não. Passaram praticamente
a madrugada inteira nesta discussão, até que ambos chegaram à conclusão que não:
Deus não existia. Então, discussão encerrada, ambos foram dormir. No dia
seguinte, logo pela manhã, como de costume, um dos rabinos foi orar. O outro
rabino, percebendo a atitude de seu amigo, dirigiu-se até ele e lhe perguntou: “-
Ontem à noite, nós não chegamos à conclusão de que Deus não existe?”. Então o
outro lhe respondeu: “Sim!”. Ainda sem entender a atitude de seu amigo, o
rabino retrucou: “Então por que você ora?”. Seu amigo então lhe respondeu: “O
que Deus tem a ver com isso?” e continuou suas orações.
Deus, está acima de todo debate humano. Ele é o único que
pode afirmar que É! Pois Ele se banca por si só. É o único ser que tem
autonomia. Nós?! Ahhhh, nós! Pensamos que nos bancamos. Pensamos que temos
autonomia. Mas não passamos de Walking Deads aguardando pelo momento em que a
morte venha se concretizar. Fora de Deus, estamos mortos. Somos mortos vivos. Como
um notebook que tem bateria, mas está com a tomada desligada da fonte de
energia. Logo a energia da bateria vai se acabar e o notebook vai se desligar.
Não entendeu? Então tudo bem, exemplifico de outra maneira: somos como
ventiladores ligados à tomada, com a hélice girando e produzindo vento. Agora
imagine que a tomada tenha sido desligada da energia. A hélice, ainda que de
forma mais fraca, irá continuar girando. A força da mesma irá diminuir, até que
a mesma irá parar. O “resquício” de vida que temos dentro de nós, e faz com que
os nosso corações sigam batendo, não é nosso, vem de Deus, e Ele nos concede
por Graça, em outras palavras, faz isso sem que a gente mereça, faz isso
partindo do Seu Próprio caráter, sem levar em consideração o que somos.
Alguns ateus dizem que Deus é um delírio. Outros dizem que
não acreditam em Deus devido ao mal e a injustiça que existe no universo.
Outros vão além, dizem que não acreditam em Deus por que não se pode provar Sua
existência cientificamente.
Deus não é um delírio. O homem é quem delira ao acreditar
que pode se manter vivo por conta própria. Acha que pode ser Deus de si mesmo.
Ao olhar para a carcaça de argila que somos e ver o quanto a lógica que existe
em nossa mente é contaminada por um vírus chamada pecado, onde sua natureza é a
maldade, vejo o quanto deliramos ao achar que somos algo. Quanto ao mal, me
lembro de algo que certa vez ouvi do Pastor Ariovaldo Ramos:
Disse ele que certa vez um menino lhe falou que não
acreditava em Deus, por causa do mal. Ele então lhe respondeu: “Mas eu acredito
em Deus justamente por causa do mal! Pois o mal não conhece limites, não respeita
a moral, não respeita o limite étnico, não respeita a lei, não respeita a
vontade humana. Então, por que o mal ainda não tomou conta de tudo? Justamente
porque existe um poder que impede o avanço dele. A Bíblia diz que esse poder é
uma pessoa, Jesus, e é Nele que eu creio”.
De fato, a existência de Deus não se prova com ciência. Mas também
é fato que a Sua não existência também não é possível ser provada através da
ciência. Quando o assunto é a existência ou não de Deus, ficamos iguais aos
Rabinos, tentando especular isso ou aquilo...mas no fim, tudo será apenas
especulação. É por isso que concordo com o pensamento do Pastor Ed René Kivitz:
Deus não se prova. Ou crê ou não crê. Deus não é objeto de lógica. Deus é “objeto”
de fé. Primeiro se crê para depois entender. Enquanto não se crê o debate é
estéril, mais afasta do que aproxima. Só quando creio, a inteligência se faz
presente.
Por que me converti ao Cristianismo?
Esta é uma resposta que vivo a cada dia, não simplesmente um
pensamento. Me converti ao cristianismo por que sei que se “eu” ou qualquer
outro “ser”, a não ser o Deus explícito no rosto de Jesus Cristo, exercer o
papel de “deus” em minha vida, o caminho será de morte. Pois somos gente que
pensa em nós mesmos. Somos seres cheios de ego. Deus não nos criou assim. Nós
nos fizemos assim. Me converti ao Cristianismo por que sei que a vida do ser
humano só será plena, em termos de justiça, igualdade, fraternidade, bondade,
se todos nós formos semelhantes à Jesus. Ora não é esta a Nova Jerusalém
descrita na Palavra de Deus, um lugar onde todos serão perfeitamente imagem e
semelhança de Deus, sem distorções. Me converti ao cristianismo por que sei que
só é possível ser esse tipo de gente se eu tomar como ponto de partida a vida
de Jesus, pois Nele está a absoluta concretização de como o ser humano deve
ser, de como Deus projetou o ser humano para ser. É por isso que creio que a
bíblia foi escrita para aprendermos a viver, e não para provar a existência de
Deus. Ela é um livro que precisa ser lido através da fé. Por isso é elementar que
só aprenderemos a viver através das Escrituras Sagradas se crermos nelas. Me
converti ao cristianismo por que dentro de mim há um infinito vazio, clamando
para ser preenchido. E como disse Fiodor Dostoievski, só o infinito pode
preencher um vazio infinito. E este infinito para mim é uma pessoa: Deus. Me
converti ao cristianismo na esperança de um dia conseguir ter o meu caráter
plenamente transformado pelos valores do Reino de Jesus, descrito na Bíblia.
Não aguento mais esta lógica de morte, roubo, imoralidade, injustiça. Creio em
Deus, pois Ele é o Único capaz de acabar com a maldade. E aqui é importante
dizer que não vejo a maldade como uma criação concretizada de Deus. Vejo a
maldade como uma teoria baseada na ausência do bem. Uma teoria que o homem
concretizou ao achar que poderia ser a hélice do ventilador girando por conta
própria enquanto o mesmo está desligado da fonte de energia. Me converti ao
Cristianismo por que o mesmo anuncia um evangelho, uma boa notícia, uma boa
nova, de que Deus, a “fonte de energia”, deseja se reconciliar com o ser
humano, “o ventilador”, e viver conectado com o mesmo para que a vida prevaleça.
Me converti ao Cristianismo por que o mesmo traz um Deus, o único Deus, capaz
de eliminar o mau sem aniquilar os maldosos. Me converti ao Cristianismo por
que este Deus faz isso sem tirania, e sim com amor. Um Deus todo poderoso, onde
o amor é o caráter que move o poder. Um Deus que derruba qualquer teologia de
mérito, prosperidade ou culpa. Um Deus que se move através da Graça!
Fora disso, o ser humano é uma bolinha de frescobol tomando
"raquetadas" de seus próprios deuses ilusórios (dinheiro, ego, luxúria, ira...e
por ai vai).
É claro que há muitos motivos que me fizeram “titubear” a me
converter ao Cristianismo. Foi necessário me perguntar também “Por que não
deveria me converter ao Cristianismo?”. Homens manipulando dízimo sem temor à
Deus. Roubando fiéis. Tirando alimento da mesa de gente humilde, sem condições
de ter uma refeição digna durante o dia, para embolsarem ofertas. Gente que
mais julga do que ama. Gente que se sente estrela. Cantores e bandas que, assim
como Lúcifer, desejam brilhar mais do que Deus. Gente impiedosa e indiferente
ao próximo. Não tem como se iludir, as igrejas estão cheias de escândalos,
estão cheias de gente usurpadoras. Gente praticando a maldade em nome do Senhor
Jesus. Mas, o que Deus tem a ver com isso? Vai ser chegada a hora em que Deus
irá dizer: “Afastem-se de mim, pois não os conheço! Pois nem todo o que diz
Senhor, Senhor, herdará o reino dos céus”.
Ainda existem igrejas comprometidas com a Palavra. Ainda existem
igrejas que vivem os valores ensinados por Jesus. Ainda existem igrejas que
caminham em comunidade com a consciência de que os seus passos só podem ser
dados mediante à graça de Jesus. Concordo que é raro achar. Mas é necessário.
Pois todo ser humano precisa de Deus, mas também precisa de gente para viver. A
caminhada cristã é uma caminhada comunitária. Uma caminhada de culto diário à
Deus, e celebração em comunidade aos domingos. Na mesa, com os irmãos, diante
do Pão, o Corpo de Cristo e o Vinho, Seu Precioso Sangue.
O Cristianismo me liberta de crer em mim. Me liberta de crer
no meu “eu”. Não é uma alto ajuda. É Ajuda do alto. É eu me desarmando. É eu
despondo de meus argumentos. É eu me rendendo, me esvaziando. É eu gritando: “Miserável
Homem Eu Sou!”. É Deus dizendo: “Eu sei disso, mas te enxergo, te amo e te
acolho, banhado pelo Sangue Imaculado de Meu Filho, para fazer de você o ser
que planejei desde o princípio!”
O Cristianismo, como diria CS Lewis, se resume em...o homem
se colocando no lugar de Deus (pecado) e Deus se colocando no lugar do homem (salvação)...no
Calvário.
Enfim, me converti ao Cristianismo por que sei quem sou
(carcaça de barro de natureza maligna), o que me tornei (de imagem e semelhança
de Deus, passei a ser imagem e semelhança do diabo) e o que mereço (morte). Me
converti ao Cristianismo por que creio ser Deus, através de Seu Filho Jesus, o Único
a me retirar do tremedal de lama do pecado que é a minha vida, quando outro ser
ou coisa está exercendo o papel de deus no lugar de Deus. Me converti por que vi na face de Jesus o Amor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário