quinta-feira, 24 de abril de 2014

CONTINUE


Sempre gostei muito de jogar videogame. Tive Atari, Game Boy, Mega Drive, Master System, Super Nintendo, PSP e hoje tenho um Xbox. Joguei muito Enduro, River Raid, Alex Kid, Eco the Dolphin, Super Mario Bros, Donkey Kong, Street Fighter, Mortal Kombat, Super Star Soccer e tantos outros jogos que demoraria horas aqui relatando. Interessante perceber que os jogos (a maioria deles) possuíam uma coisa em comum: o “Continue”. No empenho de esforço para poder “fechar” o jogo, ou seja, evoluir todas as fases até finalizar todo o game, era natural que em algum momento houvesse uma dificuldade maior. Ao empacar em uma determinada fase, o jogador do console (vídeo game) tinha que fazer o uso do “Continue”. Por exemplo no Super Mario Bros você podia jogar com o “Mario” ou com o “Luigi” e possuía um determinado número de “vidas” para seguir jogando. Cada erro no jogo, uma vida ia embora. Ao se esgotar todas as vidas, ao invés de ter que iniciar todas as fases novamente e começar tudo de novo, o game possibilitava ao jogador, através do recurso “continue”, seguir jogando da fase onde o mesmo havia esgotado a sua última vida.
 
Eu entendo que esta possa ser para muitos uma analogia simplista e hipócrita, mas imagino que Jesus tenha feito algo similar para nós na cruz do calvário. Ali no madeiro, Jesus nos proveu um “continue” Todos iremos passar pela morte. O fato é que um dia teremos que encarar o “ceifeiro”. O ato de Cristo na Cruz nos convida a vencer a morte. É Deus nos provendo um “continue”. Deus nos dizendo: “ – Não termina aqui, vamos seguir juntos!”. É claro que comparar a vida como um jogo de vídeo game talvez não seja a melhor forma de se ilustrar a jornada humana. Entretanto a vida é composta de fases, e assim como um jogador exerce “controle” sobre o personagem do game, Deus possui a prerrogativa para exercer Senhorio sobre toda a humanidade. Deus deseja que todo homem complete sua jornada, que o homem não “morra na praia”, que sua vida termine em uma determinada fase da jornada. Deus sabe que o fim de cada ser humano é ser gente em plenitude como Jesus é gente. Deus deseja que cada um de nós sejamos igual ao Seu amado filho Jesus, o Messias. E é através do próprio Cristo que Deus aperta o botão no controle confirmando na Cruz do Calvário o “Continue”.
 
É claro que a vida é muito mais que um jogo. É claro que este mundo é muito mais complexo que um console de vídeo game. Jesus sabia desta complexidade. Ele afirmou: “ - Tende bom ânimo Eu venci o mundo!”. Jesus nos convida a viver uma vida como a que Ele viveu. Em submissão ao Pai, pois só assim usufruiremos do “Continue” da Cruz.
 
Como disse anteriormente, a vida não é game, é mais complexa do que um jogo. Mas assim como os games, a vida consiste em uma jornada que é composta de fases. A fase da infância, da adolescência, da faculdade, da enfermidade...N fases. Não necessariamente passaremos por todas, mas obviamente muitas fases são inevitáveis. Diria que a morte é uma delas. Esta é uma das fases mais difíceis que temos que enfrentar. Talvez só haja uma fase mais difícil do que esta: a fase de reconhecer que precisamos do “Continue” de Deus. Sabe o que torna esta fase mais difícil do que a fase da morte? Creio que seja o fato de reconhecermos que não somos autossuficientes, que dependemos de Deus, e que sem Ele não somos nada. Isto é extremamente difícil, pois implica em reconhecermos que somos criaturas malignas, dependentes da bondade de Deus, de Sua Graça, de um favor que jamais teremos como provar que merecemos. Isto é extremamente difícil pois implica em rendição, crucificação do nosso ego, dos nossos apetites, nossas paixões...nosso “eu”. Esta é a fase mais difícil na vida do homem, mas ao mesmo tempo é fase mais valiosa...pois é nesta fase que percebemos que o “Continue” é Deus!

Nenhum comentário:

Postar um comentário