Sempre gostei muito de jogar videogame. Tive Atari, Game
Boy, Mega Drive, Master System, Super Nintendo, PSP e hoje tenho um Xbox.
Joguei muito Enduro, River Raid, Alex Kid, Eco the Dolphin, Super Mario Bros,
Donkey Kong, Street Fighter, Mortal Kombat, Super Star Soccer e tantos outros
jogos que demoraria horas aqui relatando. Interessante perceber que os jogos (a
maioria deles) possuíam uma coisa em comum: o “Continue”. No empenho de esforço
para poder “fechar” o jogo, ou seja, evoluir todas as fases até finalizar todo
o game, era natural que em algum momento houvesse uma dificuldade maior. Ao
empacar em uma determinada fase, o jogador do console (vídeo game) tinha que
fazer o uso do “Continue”. Por exemplo no Super Mario Bros você podia jogar com
o “Mario” ou com o “Luigi” e possuía um determinado número de “vidas” para
seguir jogando. Cada erro no jogo, uma vida ia embora. Ao se esgotar todas as
vidas, ao invés de ter que iniciar todas as fases novamente e começar tudo de
novo, o game possibilitava ao jogador, através do recurso “continue”, seguir
jogando da fase onde o mesmo havia esgotado a sua última vida.
Eu entendo que esta possa ser para muitos uma analogia
simplista e hipócrita, mas imagino que Jesus tenha feito algo similar para nós
na cruz do calvário. Ali no madeiro, Jesus nos proveu um “continue” Todos
iremos passar pela morte. O fato é que um dia teremos que encarar o “ceifeiro”.
O ato de Cristo na Cruz nos convida a vencer a morte. É Deus nos provendo um
“continue”. Deus nos dizendo: “ – Não termina aqui, vamos seguir juntos!”. É
claro que comparar a vida como um jogo de vídeo game talvez não seja a melhor
forma de se ilustrar a jornada humana. Entretanto a vida é composta de fases, e
assim como um jogador exerce “controle” sobre o personagem do game, Deus possui
a prerrogativa para exercer Senhorio sobre toda a humanidade. Deus deseja que
todo homem complete sua jornada, que o homem não “morra na praia”, que sua vida
termine em uma determinada fase da jornada. Deus sabe que o fim de cada ser humano
é ser gente em plenitude como Jesus é gente. Deus deseja que cada um de nós
sejamos igual ao Seu amado filho Jesus, o Messias. E é através do próprio
Cristo que Deus aperta o botão no controle confirmando na Cruz do Calvário o
“Continue”.
É claro que a vida é muito mais que um jogo. É claro que
este mundo é muito mais complexo que um console de vídeo game. Jesus sabia
desta complexidade. Ele afirmou: “ - Tende bom ânimo Eu venci o mundo!”. Jesus
nos convida a viver uma vida como a que Ele viveu. Em submissão ao Pai, pois só
assim usufruiremos do “Continue” da Cruz.
Como disse anteriormente, a vida não é game, é mais complexa
do que um jogo. Mas assim como os games, a vida consiste em uma jornada que é
composta de fases. A fase da infância, da adolescência, da faculdade, da
enfermidade...N fases. Não necessariamente passaremos por todas, mas obviamente
muitas fases são inevitáveis. Diria que a morte é uma delas. Esta é uma das
fases mais difíceis que temos que enfrentar. Talvez só haja uma fase mais difícil
do que esta: a fase de reconhecer que precisamos do “Continue” de Deus. Sabe o
que torna esta fase mais difícil do que a fase da morte? Creio que seja o fato
de reconhecermos que não somos autossuficientes, que dependemos de Deus, e que
sem Ele não somos nada. Isto é extremamente difícil, pois implica em
reconhecermos que somos criaturas malignas, dependentes da bondade de Deus, de
Sua Graça, de um favor que jamais teremos como provar que merecemos. Isto é
extremamente difícil pois implica em rendição, crucificação do nosso ego, dos
nossos apetites, nossas paixões...nosso “eu”. Esta é a fase mais difícil na
vida do homem, mas ao mesmo tempo é fase mais valiosa...pois é nesta fase que
percebemos que o “Continue” é Deus!
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