Paris, a capital francesa, é considerada uma das cidades
mais lindas do mundo. Um dos seus maiores pontos de referência é o Rio Sena que
corta a cidade e possui lindas pontes. Dentre elas, a “Pont des Arts” destaca-se por um tradicional
costume, onde casais do mundo inteiro colocam cadeados nas grades de seu parapeito
para simbolizar romanticamente o amor eterno. O casal escreve os seus
respectivos nomes no cadeado e, após trancá-lo na grade do parapeito da ponte, arremessam
a chave no rio.
Particularmente acho um lindo costume, mas ao mesmo tempo acho
engraçado. Isso por que quando ouvi dizer sobre esta tradição algo me veio em
mente: Por que escolheram logo um cadeado para simbolizar o amor eterno?...Só
poderia ser coisa de humanos. O cadeado nos remete a algo que será trancado...
preso, e amor verdadeiro tem muito mais a ver com liberdade do que com
aprisionamento. Tudo bem, depois de refletir muito pensei...”o cadeado
simboliza um elo de sentimentos, no caso o amor, fechado entre duas pessoas”...mas
ainda assim, romantismo à parte, fiquei com aquela sensação de que isso nos
remete a um simbolismo de aprisionamento.
Hoje em dia a palavra “amor” é tão deturpada que qualquer
sentimento acaba levando o nome de “amor”. Quantos garotos dizem para garotas
que à amam simplesmente para ter uma hora de sexo. Fico imaginando quantas
pessoas não desejariam pular no Rio Sena para pegar de volta sua chave e
retirar o “cadeado de amor eterno” que um dia foi preso de forma precoce no
parapeito da “Pont des Arts”. Afinal de contas, não é assim o amor humano...uma
hora ama...outra ora já não ama mais.
O ser humano se acha capaz de entender o que é um amor
eterno, mas não entende a Cruz de Jesus. Amor não tem nada a ver com
aprisionamento. Amor não torna o outro refém. Amor dá espaço. Amor dá
liberdade. É como o Pai do filho pródigo, que mesmo sabendo que o filho está a
caminho da perdição não coloca cadeados na porta da casa. Simplesmente o deixa
partir. Sabe que se deixar o cadeado preso no ferrolho da porta, vai estar
produzindo muito mais desamor do que amor. O amor não computa débitos nem
créditos...simplesmente ama.
Rubem Alves certa vez escreveu:
“Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”
O filho pródigo é o pássaro pousado no dedo do Pai. O Pai é
Deus. Nós somos os pródigos. Quando desejamos alçar voo, o Pai simplesmente nos
deixa voar. Ele sabe que Seu amor depositado em nós fará com que a gente se lembre
qual é o nosso lar, e uma hora ou outra voltaremos para lá.
Deus não prendeu um cadeado no parapeito da “Pont des Arts”
do Rio Sena para lhe demonstrar amor eterno. Mas Deus prendeu Seu Filho
Unigênito na Cruz do Calvário para que você soubesse que o Filho Pródigo sempre
poderá voltar para casa, pois o Pai sempre estará de braços abertos lhe
esperando...por que Ele não computa méritos nem deméritos...Ele simplesmente
ama!
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