terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CONSTANTES E VARIÁVEIS...COMPLEMENTANDO UM PENSAMENTO

Vivemos em um universo carregado de constantes e variáveis. Ao mesmo tempo em que as coisas permanecem, elas mudam. É um paradoxo. Aliás, um paradoxo perfeito. Perfeito por que algo tão complexo e ao mesmo tempo simples só poderia ter sido criado por mãos divinas. Calma, não quero entrar na velha discussão “Criação x Evolução”. Deixo essa discussão em cargo dos teólogos e cientistas. Apenas preciso de um ponto de partida para assumir a responsabilidade de não deixar um pensamento raso, superficial, no qual mais para frente darei detalhes. Então proponho pensarmos constantes e variáveis.

Em uma visão macro (a olho nu e generalista) é possível ver o universo em que vivemos como uma constante (ou “quase, praticamente, constante”). Ora, todos os dias você se depara com o sol nascendo, o céu no horizonte,  o ar disponível para respirar, a gravidade lhe mantendo estável sobre o solo, etc.  

Em uma visão micro (utilizando lentes de maiores alcance para enxergar o detalhe de algo), vemos com mais clareza alguns detalhes ocultos à olhos nus. Com uma lupa de longo alcance vemos pessoas sofrendo, pessoas enriquecendo, gente saudável, gente fazendo quimioterapia, uns se curando e outros falecendo. Aqui habita o universo variável

Achei necessário fazer um pano de fundo como este para não deixar de considera-los no texto “A Melhor Foto do Ano: Deus não está no controle!” que escrevi ontem, 18/02/2013.

É claro que o contexto considerado na diluição deste pensamento (“A Melhor Foto do Ano: Deus não está no controle!”) é uma visão micro, detalhada, da vida. Conforme mencionei no próprio texto, dizer que “Deus não está no controle” não é o mesmo que dizer que “Deus não tem poder para controlar algo”. Então considero necessário observar algo importante aqui. Existe sim algo que Deus controla. Mas no caso prefiro, e creio ser mais “assertivo” trocar a palavra “controla” por “mantém”, ou se preferir “sustenta”. Deus não controla aquilo que acredito podermos classificar como “visão micro” (onde habitam as variáveis), pois nisto implica o livre arbítrio. Mas em visão macro, Deus atua, dando ao Universo uma sustentação constante (com pequenas variações...já que, por exemplo, há dias em que haverão chuvas, outros não). O fato é que, esta constante nos possibilita um universo praticamente “estável” (o amanhecer e o anoitecer, o dia e a noite, um loop infinito, que só Deus, por também ser infinito, conhece até onde vai). É claro que existirão dias de chuva , de sol, etc. Mas é evidente que ainda que estas variáveis estejam presentes, a constante segue nos proporcionando viver.

Deus sustenta o universo (isto não é novidade, pois todos nós cristão sabemos), mas não creio que Ele sustente à ponto de ficar olhando de cima, como fossemos um jogo “SimCity 3000 “ ou uma cidade de lego/playmobil, onde Ele mande terremotos e outras catástrofes baseando-se no mérito ou demérito da humanidade.

Tudo bem, você pode me questionar dizendo: mas Deus não fez isto na época de Noé, quando enviou o dilúvio?

Sim, de fato Ele fez. Mas acredito que o mesmo acontecimento da época de Noé está presente nos dias de hoje, mas de uma outra forma. Creio que a cruz de Cristo no Calvário é a Arca. Que o dilúvio será o arrebatamento. E que não é mais necessário Deus ficar gerando catástrofes como aquela.

Então diria que Deus, ainda que tenha o poder de controlar tudo, absolutamente tudo, prefere controlar simplesmente as circunstâncias que possam prover ao ser humano um cenário onde Ele, Deus, não precise controlar nada. Em outras palavras, em um universo tão complexo e ao mesmo tempo simples, Deus se responsabiliza pelas constantes (poderia afirmar que está é uma definição de Graça, já que não merecemos isso) e confia em nós a responsabilidade de gerenciar as variáveis (ainda que, não necessariamente, as mesmas sejam causadas por nós).

Lembre-se, a premissa que mantém as constantes se renovando diante de nossos pés é o clamor de um Cordeiro Santo pregado na Cruz: “Pai perdoa-os, pois não sabem o que fazem”.

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