quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O QUE ESTAMOS CANTANDO?

Desde que comecei a buscar conhecimento na Palavra de Deus e descobrir coisas extraordinárias sobre o nosso Criador, passei a não aceitar tudo o que o mundo “evangélico” (ou se preferir, “religioso”, “gospel”) tem “empurrado” para mim. De fato, nós Cristãos, por conta da cultura em que vivemos, nos tornamos um mercado (um público alvo). Estou exagerando?. Poxa, basta ver em que “pé” se encontra a sociedade na qual vivemos e não será muito difícil perceber que estamos cercados de pessoas que buscam alcançar uma benção, um milagre, ou simplesmente consolo em Jesus Cristo. Sendo assim, naturalmente que alguns “meios” acabam sendo utilizados por todos nós nesta busca: um louvor, um livro, palestras, etc. Faz parte! Você ouve um louvor no culto de domingo na igreja e então vai atrás do CD que tem aquela canção e compra o mesmo (nos dias de hoje, acabamos “baixando” pela internet) para ouvir no carro, ou em casa, enfim, no seu dia a dia. Por consequência deste e outros fatores, criou-se uma indústria gospel. Até aqui, vejo um curso natural das coisas e não fundamento crítica algum em perceber as coisas desta maneira.
O problema é que muita gente enxerga o dom de “produzir algo (músicas, livros, etc.) em pró da obra de Deus” como um meio de se promover. E é aqui que levanto uma bandeira de atenção.
Por diversas vezes me pego no culto ouvindo um louvor, em pé, batendo palmas, lendo a letra no projetor e ...de repente...”click” uma luz se acende em minha mente e diz: “Por que você esta cantando isso?”. E digo mais, isso tem ocorrido com muita frequência. Eu não sei se já aconteceu isso com você, mas creio que muita gente acaba cantando sem perceber isso, simplesmente por confiar que o ministério que selecionou o louvor (por exemplo), tomou o devido cuidado de analisar a letra com o que está escrito nas Escrituras Sagradas (o que geralmente não acontece).
O fato é que, geralmente, o povo é “massa de manobra” (lembre-se, somos o mesmo povo que os fariseus induziram a clamar pela libertação de Barrabás ao invés de Cristo...o mesmo povo que clamou por crucificação) e acaba aceitando tudo, pagando qualquer preço (por exemplo para comprar um CD), por aceitar muita coisa que na verdade, nem sempre é do agrado de Deus. Tenho plena consciência do comentário que estou fazendo, ao ponto de deixar claro que não sou capaz de sinalizar (em um português claro: Julgar) o que é do agrado ou não de Deus (sou pó...reles mortal), entretanto eu sei que existe um parâmetro no qual podemos nos basear, para que, nem tudo o que nos é empurrado, seja aceito como elementos “auxiliadores” de manifestação de nossa fé. Esse parâmetro é a Palavra de Deus.
Por este motivo, ouso dizer que existem muitas músicas (caminharei no campo do louvor para exemplificar melhor) nas quais taxamos como “seculares” que se enquadram muito melhor em um louvor à Deus do que muitas canções taxadas explicitamente como Gospel. É claro que nem sempre estas canções (seculares) nas quais eu me refiro nasceram com o propósito de serem aplicadas como louvor à Deus. Mas cabe aqui algo que todos nós temos que aprender sempre: Consagrar (tornar sagrado). Isso implica em resignificar (dar novo significado).
Bom...acho que posso expressar melhor este pensamento em uma das canções na qual eu creio que é possível resignificar e consagrar como louvor à Deus. No caso, prefiro cantar esta canção em louvor à Deus do que muito lixo evangélico que já ouvi em minha caminhada Cristã. Leia a letra e tente resgatar Jesus nas entrelinhas da composição:
ESPERANDO NA JANELA – COGUMELO PLUTÃO (uma banda que NÃO É GOSPEL)
Quando me perdi
Você apareceu
Me fazendo rir
Do que aconteceu
E de medo olhei
Tudo ao meu redor.
Só assim enxerguei
Que agora eu estou melhor.

Você é a escada da minha subida,
Você é o amor da minha vida,
É o meu abrir de olhos do amanhecer,
Verdade que me leva a viver.
Você é a espera na janela,
A ave que vem de longe tão bela,
A esperança que arde em calor,
Você é a tradução do que é o amor.

E a dor saiu;
Foi você quem me curou.
Quando o mal partiu
Vi que algo em mim mudou
No momento em que quis
Ficar junto de ti
E agora sou feliz,
Pois lhe tenho bem aqui.

Você é a escada da minha subida,
Você é o amor da minha vida,
É o meu abrir de olhos do amanhecer,
Verdade que me leva a viver.
Você é a espera na janela,
A ave que vem de longe tão bela,
A esperança que arde em calor,
Você é a tradução do que é o amor.

Eu poderia parafrasear todas as frases e dar sentido bíblico a cada uma delas. Entretanto vou parafrasear e comentar apenas algumas partes da letra (que considero as mais lindas), mostrando como resignifiquei as mesmas, para exemplificar o que estou querendo expressar aqui:
As frases “Você é a escada da minha subida” e “Verdade que me leva a viver” podem ser consagradas através do versículo: Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”. João 14:6

A frase “É o meu abrir de olhos do amanhecer” nos trás algo lindo: Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo". Lucas 23:34.  Existe um clamor que sustenta o universo, um clamor que permite que todos nós possamos abrir os olhos em todo amanhecer que se renova: Jesus Cristo é este clamor expressado na Cruz em Palavras de misericórdia: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”.

A frase “Você é a espera na janela”, nos remete ao dia a dia, onde esperamos a volta de nosso Senhor: "Tu mesmo o disseste", respondeu Jesus. "Mas eu digo a todos vós: chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu". Mateus 26:64. A letra complementa esta esperança com a parte “A esperança que arde em calor”, e ai me lembro de: Mas aqueles que esperam no Senhor renovaram as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam. Isaias 40:31

Em “A ave que vem de longe tão bela”, me remete ao fato de o Filho estar no Pai e o Pai estar no Filho. Então me transporto para o batismo de Cristo: Assim que saiu da água, Jesus viu os céus se abrindo, e o Espírito de Deus descendo como pomba sobre ele. Marcos 1:10

Por fim, a frase mais linda da canção: “Você é a tradução do que é o amor”. Jesus é a tradução, concretizada aos olhos do homem, do que é o amor. João nos diz: Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. 1 João 4:16. E ainda: Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. 1 João 4:8. Então Deus se traduz ao homem em Cristo Jesus: Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade. João 1:14
Precisamos filtrar melhor algumas coisas. Ainda que o mundo secular possa dar uma conotação de trevas para algo, é possível enxergar este mesmo algo de forma pura e resignificar o mesmo. Fazer isso implica quebrar algemas da religião. Fazer isso implica em abrir mãos de valores do nosso ego, e questionarmos se as nossas manifestações que interagem com Deus (louvor, oração, etc.) estão carregando a pureza do nosso coração. É claro que cada um de nós terá uma percepção diferenciada para cada “algo” que nos depararmos. Eu resignificarei um “algo” de uma maneira, você o fara de outra forma. Mas o centro do pensamento que proponho aqui está em não aceitar tudo o que nos é imposto dentro do meio evangélico. Temos que ter um parâmetro de partida e este parâmetro é Cristo Jesus revelado nas Escrituras Sagradas. Partindo dai, estaremos mais próximos do propósito de todo Cristão: ser cada vez mais parecido com Cristo.
Por fim, com base neste pensamento, gostaria de lhe propor uma ultima reflexão: o que temos oferecido à Deus? Engraçado...todas as vezes que vamos oferecer algo para Deus (seja por voto, jejum, propósitos, etc.), geralmente implica em sacrifícios (não é a questão de discutir se isto é correto ou não). Talvez, não seria o caso de trocarmos, ainda que por um momento, os joelhos ensanguentados de uma subida de escadarias de uma catedral, por um ano de leitura diária de poemas para Deus? Talvez não seria o caso de trocarmos uma quaresma sem comer carne, por uma quaresma de orações, tendo como premissa não pedir nada à Deus (talvez, apenas perdão) e como propósito apenas agradecer? Difícil não?!
Talvez, toda esta dificuldade venha daquilo que nós consumimos como “matéria-prima” para expressão da nossa fé: tudo o que nos empurram através do mercado Gospel (onde o que mais é ensinado é pedir e determinar, já que a maior característica pregada sobre Deus é a de que Ele é Provedor). Precisamos filtrar. Precisamos pensar. Crer pensando. Não aceitar qualquer profecia, louvor, palestra, etc. Precisamos voltar às Escrituras Sagradas e a partir da Palavra construir uma fé fundamentada no centro de tudo o que nós definimos como Universo: Jesus Cristo na Cruz do Calvário.

5 comentários:

  1. boa noite, so pra informar, esta musica foi composta para Deus por o autor estava em depressao e escreveu agradecendo a Deus por ter superado a fase

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  2. Exato, não é coincidência que a letra se encaixe no contexto cristão. Eu estava procurando exatamente o contexto em que ela foi escrita (já tinha visto em algum lugar de que tinha sido feita pra Jesus, mas não lembrava onde) quando encontrei este blog aqui.

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  3. Sim, essa música foi feita pra Jesus. O autor dela confirma isso aqui: https://youtu.be/7kFwlVtlwE0?t=323

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  4. troca "você" por "Jesus" e veja a mágica acontecer. Só isso.

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