segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

UMA BREVE CONVERSA COM MINHA CONSCIÊNCIA

123...câmbio!!! 123...testando!!! Tem alguém ai?!

Olá, faz tempo hein? Há quanto tempo a gente não se falava?

Não, não vem com esse ar de indiferença. Cansei de viver todo esse tempo com esta sua mania de me ignorar. Eu sei que esta será uma conversa muito difícil, mas, uma hora ou outra, você sabia que iria se deparar com esse nosso papo. Poxa, a gente já teve um relacionamento bom, gostaria de resgatá-lo, sabia?.

 Você ainda se culpa, não se culpa? Carrega consigo um fardo pesado, eu sei. Você tenta ignorar as suas feridas, assim como faz comigo, mas elas ainda estão expostas em sua alma. Você sabe disso. Ahhh sabe sim! Sabe exatamente do que eu estou falando. Feridas na qual você achava que o tempo iria curar. Mas “cá entre nós”, eu sei que não foram curadas. Não se faça de desentendido, você sabe que eu sei, ou se esqueceu que sou sua consciência?

Você se lembra da última vez que conversamos de forma sincera um com o outro? Tempos bons àqueles, não? Não haviam segredos entre nós! Todas as vezes que você colocava a sua cabeça no travesseiro, se havia algo de errado, eu lhe incomodava e você me ouvia. E assim prosseguíamos unidos, sabendo que mesmo errando, estávamos comprometidos a viver uma vida justa. Me lembro que neste tempo conversávamos um com o outro a cerca de tudo o que Deus nos havia revelado em nossa caminhada.

Mas infelizmente as coisas foram mudando. Comecei à perceber que, dentro de você, algo havia entrado em concorrência comigo. Fui perdendo voz. Algo começou a falar mais alto do que eu. Algo começou a interferir em nossas conversas. Começou a roubar o tempo que passávamos juntos. Percebi que nos raros momentos em que eu poderia dizer algo, eu era ignorada. Praticamente fui enterrada viva. Poxa, uma consciência só tem vida, só existe, se há vazão para ser ouvida. E ao me tornar uma voz perdida no vácuo, só me restou adormecer. Fui sepultada na cova da indiferença da sua alma, enterrada com pás e mais pás de culpa, que me deixaram a mercê do esquecimento em sua mente.

Enquanto eu era silenciada, vi muitas pessoas serem deixadas para trás. Me entristeci, pois eram rostos que geralmente faziam parte de conversas agradáveis que a gente costumava ter, minutos antes de uma noite de sono, no carro e até mesmo durante um banho, logo depois de um dia cansativo. Cada pessoa deixada era um sorriso apagado dentro de mim. Cada pessoa deixada era uma história esquecida em mim.

Quanto tempo faz que você abandonou o seu lar? Quanto tempo faz que você começou a valorizar muito mais as outras coisas do que as pessoas que verdadeiramente te amavam? Quanto tempo faz que você trocou a sua família pelos seus interesses?

Estas perguntas estão entaladas em minha garganta. Eu não consigo me lembrar! você se lembra? 10, 15, 20 anos?

Você lembra de quais foram os motivos? Você lembra o que te fez partir? O que te fez desistir da sua própria família? Vasculhe sua mente. Traga à tona. Estas coisas me dão vida. Estas coisas me fazem respirar.

Não me lembro de muita coisa. Me lembro de algumas frases como “tenho o direito de ser feliz” e “eu vou buscar a minha felicidade”!

Me lembro de ter sido nocauteada por uma voz mais alta do que eu. A voz que me calou. Você se lembra que voz era esta?

Não se lembra?

Tudo bem, dessa eu me lembro. Foi seu ego! O seu ego entoou uma voz tão alta que passei a ser ignorada. Como eu poderia me esquecer?! Disso eu me lembro. Me asfixiou.

Agora, deixa eu te fazer uma pergunta: por que você me acordou?

Estranho. Sinceramente eu achava que jamais iria conversar com você novamente.

Nossa! Não me diga que esta é uma última chance que você esteja me dando?

Ora, se é realmente uma última chance, então é injusto comigo, você há de concordar, pois estou carregada de culpa. E ainda, tô de laranja nesta história, pois a culpada não fui eu. Por que tenho que pagar o pato?

Bom, tudo bem...se for sua vontade, pode me calar novamente. Deixe-me apenas lhe cantar uma canção ao seu coração. Depois de ouvi-la...fique à vontade para me silenciar novamente dentro de você:


Caso ainda assim desejar me sepultar no mesmo lugar de sempre. Estarei aguardando uma nova oportunidade para estar junto a ti...não se esqueça, sou a sua consciência, nasci para lhe ajudar a encontrar o (único) Caminho certo, Jesus. Sempre haverá uma maneira de voltar. Estarei sempre aqui, dentro de você, esperando ansiosa por nossas agradáveis conversas.

Um abraço de alguém que se importa com você: Sua Consciência.

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