É domingo à noite. Culto lotado e o pregador pergunta: “Quem
veio buscar milagre (benção) nesta noite?”. A igreja responde fervorosamente.
Tudo seria lindo se o conceito de “benção” ou “milagre” não estivesse
distorcido. O milagre na vida de um homem tem nome, e é nome próprio: Jesus.
Ele é o Milagre, Ele é a benção. O problema está no modo como o termo “milagre”,
“benção” foi banalizado. E infelizmente, por consequência, até Jesus acaba
tendo o Seu Santo Nome Banalizado.
Buscamos o “Milagre”, pois o mesmo é considerado impossível
de ser realizado por nós, meros homens mortais. Jesus, o Cristo, é o Milagre
pois só Ele pode se fazer salvação para toda a humanidade. Por isso, Milagre,
tem nome próprio e é muito mais uma pessoa do que uma “coisa material”. Milagre
mesmo é Jesus.
A Teologia da Prosperidade diz que o homem tem que
prosperar. Diz que o homem tem que usar a Palavra de Deus para arrancar “milagres”
de Deus. E se Deus não conceder o impossível, tem pastor dizendo que a igreja
tem que dar com o pé nas portas celestiais, por que é obrigação de Deus
abençoar. Deus, para estes pregadores (que geralmente são os únicos que
realmente “prosperam”), é refém do homem.
Triste ver gente pensando assim. Triste ver gente invertendo
a posição entre Criador e criação.
Jesus é o Milagre Único concretizado em Salvação na Cruz do
Calvário. Ele se fez sacrifício para salvar a humanidade, pois esta era a
vontade do Pai. Jesus não se permitiu ser pregado na cruz para paparicar o
homem. Jesus não morreu numa cruz para que você fosse promovido no trabalho, ou
ganhasse um IPhone, ou conseguisse aquela namorada, ou comprasse aquela casa na
praia...Ele se entregou para salvar a humanidade!
Você então deve estar pensando: Ora, então você é do tipo “Franciscano”
que faz voto de pobreza?!
Não sou a favor da miséria. O texto escrito aqui não é um
artigo sobre a Teologia da Miséria. Longe disso! Sou contra a Teologia da
Prosperidade e contra a Teologia da Miséria. Somos fruto da Graça Divina. Jesus
é o meio pelo qual está Graça nos alcançou. É esta a consciência que nos falta
hoje. Viver consciente de que a cruz não é um fim de valores limitados a este
mundo. A cruz tem valor de eternidade. Quando a cruz nos alcança, o reino de Deus
nos alcança e traz dentro de si os valores da vida de Jesus. Estes valores
mudam o modo do homem viver. Por consequência, o ser humano não permite que um
outro ser humano viva sem dignidade, pois os valores do Reino de Deus são
alicerçados pelo amor para a eternidade na presença do Pai.
A igreja não deve pregar miséria. Mas também não deve pregar
a prosperidade distorcida que tem pregado. A igreja deve pregar Jesus
Ressurreto, pois esta mensagem resulta na restauração da dignidade de todo o
homem. Isso passa longe de ser um “meio termo” entre a miséria e a
prosperidade. Passa muito longe. Pois o verdadeiro significado não está
consolidado neste mundo. O verdadeiro significado busca a eternidade na glória
de Jesus.
O ciclo da nossa história tem sido...
...de um lado o pecado... O homem se colocando no lugar de
Deus
...do outro a salvação...Deus se colocando no lugar do Homem...a
cruz!
Deus não quer lhe dar “mimos”. Deus não quer te “paparicar”.
A única prosperidade que Deus quer lhe dar se chama salvação. O verdadeiro
homem prospero é o que prospera na salvação concedida pelo Cordeiro Santo. Toda
prosperidade que não seja para a glória de Jesus, é “vanprosperidade” cercada
de “vanglória”. Tudo em vão. Em outras palavras, é pecado!
Quando realmente entendermos isso, teremos muito menos
templos gigantescos e muito mais moradias para gente que vive na miséria.
Deus deseja nos salvar através de Sua Infinita Graça. E está
Graça custou a vida de Jesus, Seu Filho Amado. Enquanto Ele está tentando fazer
isso, nós estamos querendo ser “mimados”. Seja sincero e responda: não há algo
de muito errado nisso? Será que estamos buscando prosperar em Mamon ou
Prosperar na Graça de Jesus?
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