Visitar cemitérios não é o tipo de programa que as pessoas
gostam de fazer. Mas infelizmente, vez por outra, temos que ir. O fato é que, quando
visitamos um cemitério, dificilmente deixamos de observar nos túmulos os dados
pessoais da pessoa que está enterrada. Mensagens do tipo: “Aqui jaz fulano de
tal, nascido em tal data, falecido em tal data” seguidas de um epitáfio.
Epitáfios são frases escritas nas lápides que ficam sobre os
túmulos dos mortos. A finalidade é homenagear o morto com uma curta mensagem. Os
epitáfios no passado procuravam narrar os atos heroicos do nobre, rei ou um
membro proeminente da corte. Com o passar dos tempos começou a ser usado por
toda população para lembrar as qualidades daquele ente querido que partiu
deixando muita saudade.
Veja abaixo alguns epitáfios de famosos:
“É uma honra para o gênero humano que tal homem tenha
existido." (Isaac Newton, cientista e físico inglês)
“Foi poeta, sonhou e amou na vida." (Álvares de
Azevedo, escritor brasileiro)
"O tempo não pára..." (Cazuza, cantor famoso
brasileiro)
É claro que os Epitáfios também viraram motivo de humor,
como nos exemplos abaixo:
Epitáfio de um sapateiro: "Bati as botas!"
Epitáfio de um confeiteiro: Acabou-se o que era doce!"
Epitáfio de um hipocondríaco: "Não disse que eu estava
doente?"
Enfim, muitos pessoas famosas e personagens históricos foram
sepultados com honrarias em belos monumentos. Alguns em praça pública, tendo
seus nomes e feitos gravados em mármore ou esculpidos em bronze, outros em
cemitérios milionários. Entretanto, para todos estes, o epitáfio sempre foi
marcado pela frase: "aqui
jaz".
Feito este “pano de fundo”, gostaria de lhe convidar a
refletir sobre o epitáfio de Jesus, o Nazareno.
Primeiramente, gostaria de lembrar que Jesus, Deus em forma
humana, entrou na história através do ventre de uma virgem, Maria e que foi
sepultado também em um túmulo virgem, pois o seu corpo foi colocado em uma
sepultura, cedida por José de Arimatéia, e a mesma era nova, ninguém jamais havia
sido sepultado naquele túmulo.
O túmulo virgem de Jesus é diferente de todos os túmulos que
já existiram. Está vazio e aberto. Dentro dele não há um defunto. Foi o único
túmulo aberto de dentro para fora. E sua porta aberta escancara para todo o
mundo a vitória do nosso amado Redentor.
O escritor J J Benitez, na sua excelente ficção literária “Cavalo
de Tróia 1 – Jerusalém” relata um momento em que um dos discípulos pergunta a
Maria, mãe de Jesus, que epitáfio deveria ser colocado no túmulo de Jesus. Sei
que o livro é uma ficção, mas acho extraordinário pensar dentro do contexto do
autor, onde a pergunta “Que deseja escrever como Epitáfio no túmulo do seu
Filho?” é feita para Maria antes do evento relatado em João 20, quando todos
descobrem que Ele havia ressuscitado e saído do túmulo. A resposta de Maria é: “Escreva:
Ressuscitou!”.
Muitos dizem que o epitáfio de Jesus, o Cristo foi a placa pregada
na cruz pelos romanos, que dizia: “Jesus
Nazareno, o Rei dos Judeus”, João 19:19. Entretanto, penso diferente. Durante
o império romano, quando as pessoas eram crucificada, pregavam-se sobre o
crucificado uma placa dizendo qual era o crime que a pessoa havia cometido. Faziam
isso para que servisse de exemplo a todos. Quando todos vissem o morto,
crucificado, e a placa com o seu respectivo “crime”, ficariam chocados e o
choque serviria como um incentivo a não cometer o mesmo ato. Em outras
palavras, o suposto “crime” cometido por Jesus foi ser Deus. Foi essa a nossa
acusação contra Ele. Vale muito a pena pensar nisso: Se por um lado a verdade é
que Jesus se entregou, por outro está escancarado o fato de que nós matamos
Cristo por Ele ser Deus!
Voltando a pensar no epitáfio de Jesus, o Cristo, o
evangelista Billy Graham expos o seguinte pensamento: "Como é diferente o
epitáfio no túmulo de Jesus! Não está escrito em caracteres de ouro, e tampouco
gravado em pedra, foi pronunciado pela boca de um anjo, exatamente o oposto do
que há em todos os demais túmulos: Ele
não está aqui, ressuscitou como havia dito."
Somos filhos de um Deus vivo. Ele Vive. Não adoramos um
"Senhor morto", cremos em um Cristo vivo. Jesus vive. Ele ressuscitou.
O túmulo cedido por José de Arimatéia continua virgem, pois não há nenhum morto
lá. A ressurreição de Jesus foi
consumada e é a garantia da nossa ressurreição.
Jesus disse: "Se
alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e
siga-me" Lucas 9.23
“Após Mim”...veja...Ele foi primeiro! Ele abriu caminho!
Ele vive. E a maior prova disso é a libertação e
transformação de milhares de pessoas que, rompe séculos e mais séculos, chegando
a cada um de nós nos dias de hoje.
O epitáfio de Jesus foi justificado pela vida que o Cristo
viveu. Uma vida sem pecados, e em total submissão ao Pai. Vale lembrar que se
por um lado, o salário do pecado é a morte, por outro o salário da santidade é
a ressurreição. Este foi o salário de Jesus: a ressurreição.
O meu, o seu ...epitáfio e o de todo aquele que crer em
Jesus e buscar uma vida com os valores vividos pelo Cristo é um só: o mesmo
epitáfio de Jesus. Pois o Sangue Santo do Cordeiro Imaculado justifica todo aquele
que se redime à cruz.
Que o Senhor não tire a Sua graça sobre nós!
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