E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Gênesis 1:26-27
É muito comum ouvirmos as pessoas dizerem, principalmente no meio cristão, que somos a imagem e semelhança de Deus. Entretanto, será que realmente somos semelhantes à Deus? O que nos torna semelhantes à Deus? O que há em mim, em você, em nós humanos à ponto de podermos dizer que somos semelhantes à um ser tão Perfeito como é Deus?
Vejamos, primeiramente precisamos fundamentar os nossos pensamentos no fato de que Deus é um em três. É uma equação aparentemente estranha, mas que todos nós Cristãos temos que entender: 1 + 1 + 1 = 1.
Deus Pai + Deus Filho (Jesus) + Espírito Santo = Deus
Ora, se Deus é uma unidade em 3 pessoas, Deus é uma comunhão. É por isso que o versículo 26 de Gênesis diz “FAÇAMOS o homem...” e não “FAREI o homem...”. Muitas vezes a gente lê a Palavra de Deus e esquece de que Jesus e o Espírito Santo sempre estiveram presentes na história da humanidade. Muito antes da fundação do mundo Cristo e o Espírito Santo já eram presentes. Achamos que Jesus só foi aparecer em Belém e que o Espírito Santo só foi aparecer no dia de Pentecostes, mas não...em todo o Antigo Testamento, tanto Jesus quanto o Espírito Santo estavam presentes.
A nossa semelhança começa neste fundamento: para sermos semelhantes à Deus precisamos ser seres em comunhão.
Por este motivo Deus nos falou:
Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar;
E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.
E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.
Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
Gênesis 2:21-24
Entretanto, a mulher como complemento do homem e o homem como complemento da mulher era apenas o princípio da comunhão que Deus desejava para o homem. Deus, Trino, seria a comunhão plena para todos. Esta comunhão traria plena vida para todos nós.
Entretanto a humanidade, induzida por satanás, optou por rebelar-se contra Deus, e a comunhão proposta por Deus no princípio da Criação não foi concretizada. Fomos criados por Deus para sermos seres em comunhão entre si e com Ele. Mas esta comunhão não se concretizou como Deus desejava. É por este motivo que o ser humano possui um imenso vazio existencial dentro de si. Todo homem anseia por seu complemento. Ilustro isso no refrão da música Jesus e Eu interpretada pela Dupla Zé Marco e Adriano:
Não posso explicar, o que Ele é pra mim
Palavras nunca falarão
Não dá pra imaginar o seu amor sem fim
Não cabe no meu coração
Impossível, sobreviver sem Ele
É como abelha sem o mel
Impossível, me imaginar sem Ele
É como a noiva sem o véu
É como a estrela sem o céu
Jesus é fonte de água viva
Eu sou a sede
Sou uma alma sem descanso
Ele é a rede
Jesus é a rosa de saron
Sou beija-flor
Eu sou um coração amando
Ele é o amor.
Palavras nunca falarão
Não dá pra imaginar o seu amor sem fim
Não cabe no meu coração
Impossível, sobreviver sem Ele
É como abelha sem o mel
Impossível, me imaginar sem Ele
É como a noiva sem o véu
É como a estrela sem o céu
Jesus é fonte de água viva
Eu sou a sede
Sou uma alma sem descanso
Ele é a rede
Jesus é a rosa de saron
Sou beija-flor
Eu sou um coração amando
Ele é o amor.
Fiódor Dostoiévski diz que o ser humano possui dentro de si um vazio do tamanho de Deus.
Este anseio em completar o vazio existencial que habita em nosso "eu" ocorre simplesmente, por que antes que Deus pudesse concluir a Sua obra em nós, o homem achou que podia ter vida em si, viver independente do Criador e deixou que o seu ego proclamasse um grito de independência contra o Senhor. Este grito de independência se concretiza quando o homem decide comer da árvore do conhecimento, que faria com que o homem pudesse entender o bem e o mal à ponto de querer julgar o certo e o errado. Em outras palavras: tomar o lugar de Deus.
Por diversas vezes tentamos preencher este vazio com coisas que nós mesmos julgamos capazes de nos tornar completo. Entretanto o ser humano nunca se sente saciado. Por que o tamanho do nosso vazio é do tamanho de Deus. Deus é infinito...assim como nosso vazio. A gente insiste em preencher este vazio com coisas fúteis e não percebemos que na realidade estamos tentando tornar, doce, toda a água dos oceanos, com uma mera colher de chá de açucar. Nosso vazio é infinito e só pode ser preenchido por algo (no caso alguém) infinito: Deus!
Por diversas vezes tentamos preencher este vazio com coisas que nós mesmos julgamos capazes de nos tornar completo. Entretanto o ser humano nunca se sente saciado. Por que o tamanho do nosso vazio é do tamanho de Deus. Deus é infinito...assim como nosso vazio. A gente insiste em preencher este vazio com coisas fúteis e não percebemos que na realidade estamos tentando tornar, doce, toda a água dos oceanos, com uma mera colher de chá de açucar. Nosso vazio é infinito e só pode ser preenchido por algo (no caso alguém) infinito: Deus!
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, mas distorcemos à imagem de Deus em nosso Eu. Perdemos a referência inicial proposta por Deus. Assumimos as rédeas e se rebelamos contra Ele. Partimos para a nossa independência antes que Deus pudesse completar a Sua obra em nós.
Quando olhamos para essa nossa atitude, se formos verdadeiros com nós mesmos veremos que merecíamos estar mortos. Deus poderia ter aplicado o seu julgo, e estaria fazendo o certo, em nos aniquilar de Sua Criação.
O famoso “Pecado Original” não é o fato de simplesmente termos desobedecido à Deus em comer um Fruto, mas sim o fato de termos alimentado o nosso ego à ponto de querermos tomar o lugar de Deus. Com este gancho, é possível afirmar que a nossa imagem e semelhança à Deus já não é mais algo natural por causa do nosso pecado. É por este motivo que acredito que o maior pecado que existe é o Orgulho, o pecado de Lúcifer, o pecado ensinado por satanás ao homem. O orgulho alimenta o ego, de tal forma que se torna ego absoluto, e o ego absoluto faz com que o homem peque todos os demais pecados: matar, roubar, mentir, etc.
Para não aplicar a condenação que merecíamos, Deus, Trino, fez com que Um dos Três, o Deus Filho, se entregasse em sacrifício por Nós e recebesse a nossa condenação. Aqui vem uma pergunta que todos nós devíamos nos fazer: O que de tão grave nós fizemos à ponto do Próprio Deus descer do Seu Trono à ponto de morrer na Cruz por Nós?
A Cruz de Cristo nos mostra exatamente o contrário do ego absoluto...que é a entrega absoluta pela vida do outro.
Quando Deus enviou Jesus, Ele nos mandou a referência inicial que havíamos perdido. Em Jesus vemos Deus como É e o homem como deve ser.
É por isso que concordo com o Pastor Ariovaldo Ramos que diz: Estamos em obra!
Todo Cristão está em obra, se reconstruindo, tendo como referência para esta construção Jesus Cristo.
Quando reconhecemos isso, e quando começamos este processo de reconstrução, estamos restaurando a nossa imagem e semelhança ao Pai. E cada vez mais o vazio existencial que há em nós vai se preenchendo. Então entendemos que... Jesus é fonte de água viva...e somos sede...que Jesus é a rosa de saron...somos beija-flores...que somos almas sem descanso...e que Jesus é a rede.
Imagem e semelhança não é o fato de pensarmos e sermos inteligentes...os anjos também são seres que pensam e são inteligentes. Imagem e semelhança é sermos uma comunidade assim como a Trindade Divina, que se complementa entre si...e no nosso caso...que se complementa em Deus.
É por isso que quando Jesus ensina os discípulos a orar, Ele dizia: “Pai nosso”, “Venha à nós”, “Pão nosso”, “nos dai hoje”, “nossas ofensas”, “Livra-nos”...
Só entenderemos a equação “1 + 1 + 1 = 1” e a sua real essência quando pararmos de pensar através do “Eu”.
Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. 1 Coríntios 12:13
Derrubemos as nossas muralhas de orgulho, construídas pelo nosso “eu” egoístas. Todos estamos em obra...mas temos que ter consciência do que estamos construíndo. Estamos construíndo muros egoístas ou estamos construíndo pontes? Estamos complementando a construção iniciada por “Adão” ou decidimos demolir tudo e construir um homem com base em Cristo?
O próprio Cristo nos disse que quem quiser ganhar a vida, terá que perde-la...será que ester “perde-la” não é o exato processo de matar o nosso “eu egoísta”, o nosso ego absoluto.
Finalizo com “Muros”, música do Oficina G3:
Muros de pedra, muros de orgulho
Que nos separam, e nos envergonham
Muitos já caíram, outros ressurgiram
Que nos separam, e nos envergonham
Muitos já caíram, outros ressurgiram
Muitos preconceitos, muitos já desfeitos
Muitos insistem em existir
Oculto em nossos dias, há uma guerra fria
Vitimas que ninguém vê
Muitos insistem em existir
Oculto em nossos dias, há uma guerra fria
Vitimas que ninguém vê
Caiam os muros, tirem as pedras
Nossa unidade não é real
Se a verdade é o que pregamos
Porque erramos não sendo um?
Nossa unidade não é real
Se a verdade é o que pregamos
Porque erramos não sendo um?
Muitos se defendem, escondem a fraqueza
Atrás de mentiras
Que encobrem quem realmente são
Muros que nos envergonham
Atrás de mentiras
Que encobrem quem realmente são
Muros que nos envergonham
Ao derrubarmos os muros...daremos um passo para saciar este anseio por complemento...que só pode ser saciado por Deus.
Que a Graça e a Paz do Senhor esteja conosco e que o Sangue de Cristo lave a nossa alma e principalmente a nossa consciência, para que à gente retome o processo de tornar a nossa imagem semelhante à do Deus Trino.
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