“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3.16
Ao contrário do que muitos dizem por ai, a Graça de Deus não é “de graça”. Ela teve um preço. Ela teve um custo. Ao contrário do que muitos dizem por ai, o Amor de Deus não é Incondicional. Ele teve uma premissa. Ele teve uma condição.
O custo da Graça e a condição do Amor Incondicional de Deus são exatamente o mesmo elemento: o Sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário. O favor imerecido de Deus só nos foi concedido por causa e por meio do sacrifício de Cristo na Cruz. O amor incondicional de Deus para conosco, só foi possível por causa do sacrifício de Cristo na Cruz. Ao se entregar na Cruz em sacrifício por nós, o próprio Deus, em Cristo Jesus, pagou o preço da Graça e executou a condição do seu Amor Incondicional.
Você pode pensar: Heresia!...e talvez seria, caso eu não complementasse o pensamento.
Se pensarmos em um ponto de vista partindo de Deus para o Homem: A Graça é de graça...e o Amor Incondicional não têm condições. Entretanto se pensarmos em um ponto de vista partindo de Deus para o Próprio Deus, então temos um preço à ser pago pela Graça e uma condição á ser executada pelo Amor Incondicional. Ora, mas se há um preço e uma condição, em “tese”, imposta por Deus para consigo mesmo. O que poderia saciar este “preço” e o que poderia saciar esta “condição”? A pergunta mais certa talvez não seria elaborada com um “o que” e sim com um “quem”, seguido de um “como”. E um entrave “Divino” como este só poderia ter como resposta, um elemento (um ser) Divino: o próprio Deus.
Abro um parênteses aqui...
Muitas vezes enxergamos à Jesus Cristo como um ser 50% Deus e 50% homem. Este é um erro que talvez a gente nem perceba. O fato é que Jesus ao se fazer Emanuel (Deus Conosco), Ele veio na condição 100% Deus e 100% homem. Isto é extraordinário e ao mesmo tempo extremamente misterioso. Mas é exatamente assim que Deus se revela à nós. De forma explícita em tudo o que devemos saber para sermos homens conforme o seu projeto original (antes de Genêsis 3). E de forma extremamente misteriosa nas coisas que se dizem à respeito sobre o seu próprio ser (o Sobrenatural). E neste ponto há sempre margem para dúvidas. Quer um exemplo? Vejamos: no Getsêmani (lugar onde o próprio nome diz “lugar de prensa de olivas”, em outras palavras, lugar de produção de azeite) temos o seguinte contexto:
Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.
Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo.
E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo?
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados.
E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores.
Mateus 26:36-45
Poderíamos interpretar Deus tentando (ou talvez a melhor palavra seria “provando”) a si próprio? Por três vezes! Ora, não seria possível ser este o caso? Tudo bem você poderia interpretar esta porção das Escrituras Sagradas de uma outra forma. Mas não poderia ser este o caso? Inclusive, talvez o mais óbvio? E partindo que realmente o fosse: Como poderia um ser, 50% homem e 50% Deus, aceitar enfrentar toda a via dolorosa e se entregar à Cruz (pois Cristo era consciente de tudo o que iria passar)? Só um ser 100% homem e 100% Deus conseguiria. O interessante é ver que no Getsêmani Cristo estava em um lugar onde o óleo (utilizado para muitas coisas, mas em termos espirituais, para unção) era produzido. Há margem para interpretar que passando pela provação, em um lugar como o Getsêmani, Jesus estaria sendo Ungido para a Cruz. Mas isso é “pano para manga” para gerar discussão.
O mesmo pensamento pode ser aplicado para entender que se Jesus fosse apenas 100% Deus (sem a Sua metade 100% homem), não faria sentido Ele ser conduzido pelo Espírito Santo para ser tentado no Deserto. Ora, Deus jamais seria reprovado se fosse o caso.
O que quero ilustrar é que um Deus que ao mesmo tempo se revela como “Eu Sou o que Sou” e se revela explicitamente como “Jesus Cristo”, é um Deus extraordinário, pois nos mostra como o homem deve ser e ao mesmo tempo, qual é o lugar exato do homem: uma criatura totalmente dependente do Criador.
...fecho o parênteses!
Retomando o raciocínio, temos um preço e uma condição. Um proporciona a Graça e outro o Amor Incondicional, ambas vindas de Deus. Tanto o Preço (com “P” maiúsculo) quanto a Condição (com “C” maiúsculo) são exatamente o mesmo elemento: o próprio Deus. E ainda, foram “impostas” por Deus para Ele mesmo, com o objetivo de que uma reconciliação entre criatura e Criador pudessem ocorrer. Ora, como disse anteriormente a chave de tudo estava em questionar: “Quem” era o preço e a condição? E “Como” o preço seria pago e a condição seria executada?
O “quem” está implícito no pensamento: o Próprio Deus. Mas de forma explícita este “Quem” é Jesus Cristo, o Messias: 100% homem, 100% Deus. E o como!? Ora, o sacrifício de Jesus na Cruz! E aqui é importante lembrar que, não o simples “Sacrifício”, a morte, mas sim toda a vida (santa e sem pecados) de Jesus que justifica a Cruz e principalmente à sua ressurreição (pois se a morte é o salário do pecado, quem não tem pecado não recebe a morte).
A Graça, em outras palavras, o favor imerecido de Deus para conosco, só nos é concedida pela Cruz, que muito antes da criação do mundo já havia sido designada por Deus, o Criador. Ora, o simples fato de você estar vivo é devido à Graça! O ar que respiramos é Graça. O universo que vivemos é Graça.
O Amor Incondicional de Deus, só foi possível pela Cruz, que consequentemente foi provedora da Graça. Pois para podermos desfrutar do Amor Incondicional do Pai era necessário que Deus nos mantivesse vivos, mesmo depois de termos pecado contra Ele. Então a condição deste Amor Incondicional veio através da Cruz, onde Deus nos diz: “Não há condição alguma em relação ao Amor que tenho por cada um de vocês, nem a vida do meu próprio Filho!” e onde Deus diz para si próprio: “Para amar à todos os meus filhos, precisarei sustenta-los, e para isso precisarei entregar o sacrifício do meu próprio filho para saciar a minha ira com relação ao pecado original. Então esta condição será atendida com um ato incondicional da minha parte: Me entregarei! Entregarei Meu Filho Unigênito por eles!”
Que a Graça e o Amor Incondicional de Deus adentre os nossos corações. Que cada um de nós tenha plena consciência que a Graça teve um preço e o Amor Incondicional de Deus teve uma condição. Uma vida. A vida do próprio Deus. Um Deus Santo. Um Deus que se esvaziou e tomou sobre Si toda a responsabilidade de nos Amar com o Amor em Essência Pura. Não por obrigação de nos amar, mas pelo simples fato de que Ele é o propriamente o Amor.
por favor, êxito do conteudo a parte gostaria de saber qual o papel da ICPB ai representada
ResponderExcluirCaro Oziel, Graça e Paz! Meu caro, frequentei por muito tempo a ICPB de Santo André. Sou um amigo muito pessoal do Pastor que cuida desta comunidade. Na verdade, não só a ICPB mas todas as referências relacionadas aqui são comunidades que tive, de certa forma, algum contato. A ideia de referenciar as comunidades tem simplesmente o âmbito de ajudar quem passa por aqui. Este blog iniciou-se como um "livro eletrônico" que comecei a escrever para o meu filho. É um legado, pelo menos assim considero, para que ele saiba quais são os valores que aprendi em minha caminhada cristã. Não tenho como objetivo forçar este conteúdo "goela abaixo" a ninguém...inclusive ao meu filho. Penso que um dia ele irá ler o conteúdo publicado aqui, olhará para a minha história de vida e então saberá o que vale a pena ou não levar como um "valor de vida". Como empenhei muito esforço em estudar as coisas que estão publicadas aqui, achei que valeria a pena publicar para que outras pessoas pudessem usufruir. Por isso do blog. As referências são simplesmente um "norte"...servem como uma bussola...para quem pretende achar algumas respostas para a vida.
ExcluirEnfim, espero ter lhe respondido a sua pergunta de forma a suprir a informação que você procurava! Um grande abraço em Cristo Jesus e mais uma vez muito obrigado pela sua visita.