quinta-feira, 7 de março de 2013

NÃO CHORO PELO “CHORÃO”, UMA TRISTE CONSTATAÇÃO DE QUÃO LONGE ESTAMOS DE CRISTO


Hoje, 07/03/2013, me deparei com este artigo (escrito por um Pasto Evangélico) sendo veiculado no grupo de email, de estudos bíblicos, no qual faço parte:

NÃO CHORO PELO “CHORÃO”.
Pr. José Francisco Veloso

Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como “Chorão” ( chorava muito quando caia do skate em Santos, daí o apelido), líder da banda Charlie Brown Jr foi encontrado morto em seu apartamento em SP, capital.
Segundo informou o delegado que cuida do caso, o apto está quebrado, manchas de sangue, comprimidos, um pó e bebidas alcoólicas foram encontrados.
A policia desconfia que morreu de overdose!
Por ser famoso na grande mídia e ter amigos nela, muitos estão tentando poupar a memória do ainda jovem cantor, líder de muitos jovens no Brasil.
O investigador Alexandre Avilez diz que era cocaína o pó encontrado no local (estes testes são feitos na hora).
Segundo o policial isto era esperado pelos amigos e mais próximos pelo momento ruim em que Chorão vivia.
Até onde vai minha memória outros famosos brasileiros morreram por overdose ou pelo meio em que viviam: Raul Seixas, Elis Regina, Cazuza, Cássia Eller e outros.
E o que faz a mídia?
Endeusam a vida, a arte e não dizem que foram maus exemplos para a juventude de sua época e atual.
Dois meses antes de Cassia Eller morrer, ela deu uma entrevista e foi capa da Revista de Domingo do então Jornal do Brasil; Cassia exaltou o lado bom das drogas em sua vida e isto foi publicado.
Na semana seguinte na sessão de Cartas o JB publicou uma carta minha: “Lamento ela pensar assim, falar e vocês publicarem; aviso a ela que quem usa drogas para ser artista desce tão rápido como está subindo!”
Não, não estou alegre com a morte destes e de Chorão, mas também não choro porque já tantos não famosos morreram e ninguém diz e escreve um “a” de lamento!!!
Quem usa droga fica sabendo: está caminhando na beira do abismo, caminhando em cima do fio da navalha.
Escrevo isto agora, assim de repente, porque uma mãe de Vitória-ES me liga pelo filho que ela reencontrou ontem e quer trazê-lo; marquei para amanhã mas esta mãe quer para hoje e só poderá ser à noite!
Vou fazer minha parte porque muita coisa pode acontecer de hoje para amanhã, e esta mãe que ainda não conheço vai dizer que o culpado sou eu.
Aí chorarei!

Observação:
Pastor Veloso é terapeuta e mestre em dependência química,
www.pastorveloso.net - e-mail: veloso.chico@uol.com.br

Fiquei muito triste em ler um artigo como este, veiculado para tantos cristão que fazem parte do grupo de estudo bíblico no qual eu participo. Enquanto a gente está avaliando ou não se deve chorar por um caso como este, talvez deveríamos estar tentando levar o Reino de Deus para pessoas que vivem como o Alexandre viveu. Fico me perguntando: Nosso papel como Igreja (corpo místico de Cristo) é se questionar se devemos ou não chorar? Concordo que a vida do “Chorão” não era uma vida que eu queria para o meu filho. Concordo e reconheço que em tudo o que era revelado da vida do mesmo fazia-nos crer que ele era um ímpio e pecador. Mas quem somos nós para prover juízo? E ainda, quem não é pecador?

Além do mais, fico pensando. Como imitadores de Cristo, qual seria a atitude que deveríamos ter perante uma situação como esta?

Acredito que o Pastor  foi muito infeliz em escrever este artigo. Precipitado. Numa situação como esta creio que é tempo de orarmos mais. Muito mais do que temos orado. Para que outros “Chorões” não tenham o mesmo fim que o Alexandre, muito mais um carente de misericórdia do que vocalista do Charlie Brown Jr. E se ainda assim o fato aqui é avaliar se devemos ou não chorar pelo Chorão. Então diria que Cristo chora pelo Chorão, por este Chorão e por tantos outros. Isto não quer dizer que Cristo aprove as atitudes deles. Mas sim, que Cristo ama a todos estes Chorões e gostaria de levá-los ao Pai, para que através do Seu precioso sangue, o Senhor, assim, pudesse adotá-los. Por conta disso, assim como Cristo chorou ao ver do alto a cidade de Jerusalém (lugar onde habitavam todos os que clamariam por sua crucificação), creio de todo o meu coração que Nosso Senhor ao ver homem morrer desta forma, derrama lágrimas ao lamentar mais uma vida em que seu Reino Santo e Misericordioso, infelizmente, não conseguir alcançar. Creio que Cristo chora por ver mais um homem, dentre tantos, que partiu sem encontrar a Verdade. Acho que ao invés de perdermos tempo escrevendo artigos como este, deveríamos investir este tempo em oração. Seja pelo Chorão, seja pelo bêbado que rompe a blitz da lei seca e mata um menino que esta voltando para casa, seja pelo menino que está voltando para casa. Esta é nossa realidade. Se temos situações como estas é por que o Reino de Deus não chegou ainda naquela parte dos “confins da Terra” como Cristo nos pediu. Precisamos voltar ao Evangelho. Parar de apontar dedos para acusar, e começar abrir os braços para acolher. Artigos como este nos mostra que ainda estamos no Sinai, e não no Calvário. Isso sim é motivo para chorar!

Choro sim! Me entristeço em ver um mundo onde pessoas ainda vivem um estilo de vida como viveu o  Chorão, onde infelizmente a Verdade ainda não se fez presente. Choro por este ser mais um dos tantos males que a humanidade vive (fome, prostituição, etc.). Também choro por pessoas que fazem comentários como este artigo infeliz e desnecessário do meu irmão em Cristo João Francisco Veloso. Pois se por um lado há o problema sério da cocaína e das bebidas alcoólicas (o que é realmente triste), por outro lado vemos que ainda falta muita misericórdia no nosso meio cristão. Por isso digo que muito mais que chorar, eu oro. Clamo ao Pai por misericórdia, pois não sabemos o que fazemos. Clamo ao Pai por perdão, por estarmos chorando demais e orando de menos. Por estarmos ainda no Sinai e não na Cruz do Calvário. Por estarmos cada vez mais falhos em buscar ser verdadeiros imitadores de Cristo. Oro pedindo perdão, por a gente preferir vestir as vestes de acusadores e se esquecer que a palavra demônio significa exatamente isso: acusador!
O Chorão não teve (ainda que com todos os recursos financeiros e toda a sua popularidade), talvez, a oportunidade de receber o evangelho de Jesus Cristo, assim como, por exemplo, o Rodolfo Abrantes (ex Raimundos), o Lázaro (ex Olodum) e tantos outros que estavam na mesma situação que ele, receberam. O irmão João Francisco Veloso é terapeuta e mestre em dependência química, e ainda que seja Pastor, talvez só falte unir tudo isso à Misericórdia e à Graça de Cristo. Então verás que uma morte como esta, muito mais que uma reflexão teológica aproximada da realidade dos nossos dias, só nos mostra o quanto ainda falta a ser feito neste mundo, para que cada vez mais pessoas alcancem a salvação. Se olharmos para isso, se importaremos menos com a Mídia e daremos mais valor para o Reino de Deus.

Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós, falhos e pó.

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