quinta-feira, 28 de março de 2013

O PONTO DE VISTA

Olhe ao seu redor. Olhe para a sua rotina de vida. Pense um pouco: estamos tão acostumados com um ritmo de vida acelerado, que é praticamente um “rush constante”, que buscamos soluções rápidas e práticas para os problemas do cotidiano. Somos induzidos a um estilo de vida “pilhada”. Sem perceber aceitamos esta “cultura” sem pestanejar. Então vez por outra nos vemos perante uma prateleira da Saraiva, na sessão de autoajuda, tentando decidir se leva um livro com 12 passos para uma vida de sucesso ou  o de 10 maneiras eficazes para gerenciar a sua família. Se a situação não é esta, então provavelmente a cena é algo similar a uma conversa com uma amiga (ou um amigo) que vem lhe procurar para dizer que deseja sair de um casamento de 25 anos e gostaria de que você desse-lhe algum conselho. Então você tenta dar uma solução de 5 minutos para intuir uma solução para um relacionamento que durou ¼ de um século.

É nesta lógica que estamos imersos. Na lógica da solução prática. Na lógica da carta que sai da manga, um coringa, que serve para resolver tudo. E engano seu se pensa que esta é a típica situação que só se encontra no mundo secular. Nós Cristãos andamos de mãos dadas com situações como estas.

Pastores pregam sermões como se fossem apenas mais um sermão. E no banco da Igreja está o adolescente, em sua depressão, tendo aquele culto como uma ultima saída para não consumar um suicídio.

A lógica barata que se faz presente em nossas mentes precisa ser repensada e resignificada.

Alguns exemplos de que possuímos uma lógica rasa alicerçando a nossa fé:

Ter dúvidas muitas vezes soa como pecado. Mas não creio que seja sempre assim. Aliás penso que “duvidar” não seja sinônimo de “ter dúvidas”. Há uma sútil diferença aqui. Uma coisa é você olhar para Jesus e dizer: “Dúvido que sejas Deus”. Outra coisa é olhar para Jesus e dizer: “Senhor, tu és Deus poderoso, mas tenho muitas dúvidas de como servi-lo da maneira que lhe agrade”.

Ser estéril para uma mulher é uma maldição? Sim? E se esta estéril mulher fosse uma habitante do Império Otomano, que vivenciara um Genocídio de milhares de Armênio. Imagine ela presenciando o choro de diversas mães que viram seus filhos serem assassinados a sangue frio e serem jogados em uma vala comunitária sem piedade. Imagine o olhar desta mulher para cada pá de terra caindo sobre o rosto dos anjinhos.

E ser mãe é uma benção? Que diria a mãe de Hitler presenciando a matança de Judeus? E a mãe de Judas Iscariotes, presenciando a olho nu seu filho entregando o Filho do Homem para a morte?

Ganhar na loteria é uma benção? Já ouvi muitas pessoas dizerem, logo após de verem suas famílias se desfazerem: “Maldita hora que o dinheiro entrou na minha casa!”.

Conhecer a Palavra é uma benção? Mas conhecer a Palavra e não vive-la...é maldição! Sendo assim, melhor não conhece-la!

Exemplos fúteis!? Previsíveis? Talvez! Mas o objetivo aqui é simplesmente ilustrar!

Sabe por que a nossa lógica é rasa? Por que falta o ponto de vista. Falta considerar o ponto de vista. Jesus nos ensinou isso muitas vezes. Ao dizer “aquele que tem não tem pecado atire a primeira pedra”. Ao dizer “que o próximo do homem caído no caminho era o samaritano”. Sim, Jesus fez isso o tempo todo. Ele quebrou a lógica rasa do homem. Fez isso por que o Reino que Ele anunciava consistia justamente nisso...numa mudança na maneira de pensar. Uma mudança que causava, por consequência, expansão da consciência.

Ao proclamar esta mudança na maneira de pensar Jesus abriu caminho para que o homem alcançasse o verdadeiro viver. Um salto da condição de mortos-vivos para vivos-Vivos. Um salto da independência para a dependência.

Qual tem sido o ponto de partida dos nossos pensamentos? De onde é alavancado o nosso ponto de vista? Onde fundamentamos a nossa fé?

Precisamos revisitar estes pensamentos. Talvez ao fazer isso nos depararemos com algumas surpresas. Por exemplo: Salvação? Do que eu estou buscando ser Salvo? Do Inferno? Da ira de Deus? Dele consumar o seu juízo sobre mim? De eu mesmo? Do demônio?

Engraçado? O fato é que muita gente esquenta o banco das igrejas no domingo e não sabem nem o por que fazem isso!

Alguém já disse: “Se existe um Deus, então existe uma maneira certa de viver”.

Não podemos viver de qualquer jeito. Não podemos aplicar uma lógica qualquer no nosso modo de viver.

Há um jeito certo de se viver! Há um jeito certo de se pensar na lógica da vida! Há sempre um ponto de vista para iniciar a lógica!

O Ponto de Vista parte do Calvário...pense nisso!

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