segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

ABRINDO MÃO DA SEGURANÇA

“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus.” Salmo 42.1-2
 
Interessante perceber o porquê do salmista escolher “a busca deste animal por água” para descrever “o desejo de sua alma por Deus”.
 
Iniciemos aqui um pequeno documentário estilo Animal Planet:
 
A corça é um animal que vive nas regiões desérticas da África e do Oriente Médio. Uma de suas principais características é o seu privilegiado olfato que sente o cheiro da água a quilômetros de distância. Seu olfato é tão apurado que ela é capaz de perceber, metros abaixo da superfície, a existência de um lençol de água.  A corça quando sai em busca da água abre mão de sua segurança. Ela sabe que precisa da água para sobreviver. Então ela coloca os demais riscos em segundo plano, pois em seu instinto ela sabe que sua segurança de nada vale se ela não tiver água para beber. Aqui percebemos uma outra característica da corça: é um animal que não gosta de confinamento.
 
Achar água em um deserto não é uma tarefa nada fácil. Mesmo dotada de um olfato tão apurado, a corsa enfrenta dias de busca por água, carregando em si uma sede e um cansaço extremo. Por consequência disso, o animal corre e fareja desesperadamente o deserto de forma constante, buscando a água com a consciência, com o instinto de que sua vida depende deste precioso líquido.
 
Encerrado aqui o nosso pequeno documentário a lá “Animal Planet”, podemos perceber o porquê o salmista se viu na “busca da corça por água” quando descreveu a sua jornada em busca por Deus. Assim como a água é um elemento de vida essencial para a corça, Deus é o fator principal para a vida do homem. Em sua busca pela água, a corça abre mão de sua segurança, e no caso do homem não é diferente. Em Mateus 16:25 Jesus disse: Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Aqui Jesus está dizendo: “ - Abra mão de seu confinamento, saia deste teu ilusório mundinho seguro, arrisque-se, saia da zona de conforto, só assim você encontrará o que é essencial para viver!”.
 
Bem sabe a corça que sua vida depende da sua busca pela água. Mas nem todo homem sabe que sua vida depende de seu encontro com Deus. Por outro lado, Deus sabe desta necessidade.  Por isso Deus anunciou em Jeremias 29:13: “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração”. A nossa segurança está no fato de que Deus sabe quem nós somos!
 
Muitas pessoas têm o discurso: “ - Não preciso de Deus para viver! Faço simplesmente o bem! Não faço mal a ninguém! E para viver assim não preciso de Deus!”. Este é o discurso da queda, do pecado original. É o homem que vive a atitude original de Adão. Acha que tem dentro de si a prerrogativa de julgar o que é certo ou errado. Segue ruminando o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Segue se deleitando na oferta da serpente. Carrega dentro de si um vazio gigantesco e tenta supri-lo com as coisas do mundo. Gente que precisa entender o pensamento de Fiodor Dostoievski que alegava que “existe no homem um vazio do tamanho de Deus", ou seja, um vazio infinito, que só poderia ser preenchido pelo infinito: Deus!

 
 
O homem tenta preencher este vazio com as coisas do mundo. Jamais consegue se saciar. Não sabe que o vazio interior é o espaço que deveria ser preenchido por Deus. Carros, pessoas, bebidas, drogas, joias...nada destas coisas jamais preencherá o infinito vazio do ser humano. A nossa sede da alma é por Deus. Felizes os que conseguem discernir isso! Felizes os que sabem o quanto é preciso encontrar-se com Deus em um mundo como este (assim como feliz é a corça por saber dar valor à água quando consegue encontrar a mesma em um deserto tão cruel).
 
Diante disso, é necessário fazermos umas perguntas para nós mesmos: O quão longe estamos de afirmar como o salmista...que temos anseio por Deus da mesma forma que a corça deseja a água? Será que estamos desesperados por Deus? Será que temos sede por sua presença? Temos corrido, buscado e nos desesperado por mais Dele em nosso ser? A nossa busca tem sido diária? Ou temos nos contentado com a mediocridade do nosso “confinamento”? Será que estamos dispostos a abrir mão de nossa segurança para encontrar Deus?
 
Precisamos sair da “toca”. Precisamos sair de nossos “confinamentos”. Coisas que nos prendem, nos acorrentam e nos impedem de sair em busca da água fresca que tanto precisamos. Nossos “confinamentos” podem ser pessoas, coisas, situações ou até mesmo “pequenos reinos” que construímos para nós mesmos (“meu emprego”, “meu ministério”, “meu evento”, “minha igreja”,  “minha qualidade de vida”, etc.). A sensação de segurança ao “reinar” sobre estes “pequenos reinos” é falsa. Reino verdadeiro só existe um: o Reino de Deus. E este Reino é verdadeiro por que possui um Rei com caráter pleno em bondade e amor! Esta é a verdadeira segurança do homem. Se a sua vida não está dentro deste reino, então há algo errado.
 
Na Índia, conta-se que um mestre meditava à beira do rio. Seu discípulo se aproximou pedindo-lhe ajuda. Ele reclamava não obter sucesso em seus exercícios espirituais – ansiava encontrar-se com Deus e se frustrava. O mestre tomou o jovem pela mão, levou-o até o meio do rio e o forçou a ficar debaixo d’água, segurando-o pelo cabelo. Depois que deixou o rapaz perto de três minutos sem fôlego, puxou-o de volta, deixando que, desesperado, buscasse o ar. O mestre então lhe disse: “se você buscar a Deus com a mesma intensidade como procurou o oxigênio que lhe dá vida, certamente, O achará”.
 
O mundo é o deserto cruel. Terra de provações. Onde o sol castiga com o calor e a noite castiga com o frio. Deus é a Água, o elemento primordial. Precisamos, assumir o papel da corça, partir, sair da zona de conforto e correr em busca da vida. Precisamos de aprimorar nossos sentidos para irmos direto ao Cristo. Jesus disse em Apocalipse 22-17: “[...] Quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.
 
Lembro-me de uma linda canção “Jesus e Eu” de Zé Marcos e Adriano que dizia:

 
 
Não posso explicar, o que Ele é pra mim
Palavras nunca falarão
Não dá pra imaginar o seu amor sem fim
Não cabe no meu coração
Impossível, sobreviver sem Ele
É como abelha sem o mel
Impossível, me imaginar sem Ele
É como a noiva sem o véu
É como a estrela sem o céu
Jesus é fonte de água viva
Eu sou a sede
Sou uma alma sem descanso
Ele é a rede
Jesus é a Rosa de Saron
Sou beija-flor
Eu sou um coração amando
Ele é o amor.

 

Jesus...é a água no deserto...nós somos a sede da corça!

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