Olhe para o seu umbigo. Ele evidencia que um dia você teve
um cordão umbilical. Mais que isso, ele evidencia que o seu organismo veio de
um outro organismo: no caso, sua mãe. Alguém já disse que a consciência humana
é o cordão umbilical do espírito. Em outras palavras, assim como o cordão
umbilical nos evidencia de que viemos de outro ser, a consciência humana evidencia
de que o nosso espírito veio de outro Espírito. A consciência humana é dotada
de um “senso” moral e ético que vem à tona de acordo com nossas atitudes.
Quando praticamos uma maldade, nossa consciência liga a luz de emergência.
Ficamos incomodados. Em contra partida, quando algo acontece de forma que os
nossos atos se encaixem de acordo com este “senso” moral e ético que habita em
nosso consciente, dizemos “ – Estou com a consciência limpa!”.
O entendimento/discernimento sobre o que é correto ou
incorreto que temos é distorcido. Isso por que somos influenciados pelos nossos
apetites e vontades. Somos influenciáveis. Se você parar para pensar no que
aconteceu no Éden, vemos o ser humano sendo influenciado pelo diabo, em forma
de serpente, agindo como se o seu ato fosse correto. Ao vermos o ser humano,
logo após o seu ato de desobediência a Deus, se esconderem, é nítido perceber
que o homem sabia que tinha feito algo errado.
A consciência do homem é o resquício da consciência de Deus.
Não é um espelhamento pleno da consciência de Deus. Isso por que antes que Deus
inserisse os Seus valores na consciência do homem, o mesmo acho que poderia ser
autossuficiente e deu um grito de independência em Gênesis 3. Não é que antes
de comer o fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal” o homem não sabia
o que era certo ou errado. O homem sabia sim. Ele sabia que comer o fruto era
errado. Deus havia lhe ensinado isso. O problema é que ao comer deste fruto, o
homem chamou para si a prerrogativa de julgar tudo conforme sua própria
consciência. Em outras palavras, desejou tomar o lugar de Deus, declarou-se
deus de si próprio.
Você pode achar isso balela. Pode achar que “serpente que fala”,
“fruto do conhecimento do bem e do mal” pode ser coisa para ignorantes
acreditarem. Pode achar que acreditar nisso tudo é “emburrecer”. Mas o fato é
que, ainda que esta narrativa do Adão e Eva sejam lúdicas (poéticas) ou
literárias, ela explica muito a condição humana na qual nos encontramos. E ai
vale à pena se perguntar: o que vale mais, se preocupar com uma “serpente que
fala” ou com a condição humana na qual nos encontramos hoje? O que faz mais
sentido discutir?
O Adão descrito pela Palavra de Deus nos remete a entender
como nós, humanidade, somos egocêntricos. Um conjunto de gente como Adão, seres em
rebeldia contra Deus, escancara uma multidão de gente, pessoas juntas fisicamente,
mas separadas mentalmente, em competição, passando umas por cima das outras,
desejando ter tudo e todos para si, custe o que custar. Neste sentido temos o
velho e famoso discurso: “Você para mim é problema seu!”. É o mesmo que ver uma
multidão no deserto, com fome, diante 5 pães e 2 peixinhos. É gente saindo no
tapa, gente pisoteando gente para ter para si, apenas para si, a satisfação do
ego. Você acha que estou exagerando? Então vá até a Estação Berrini da CPTM, às
18 horas! Veja como as pessoas colocam para fora os seus instintos animais,
empurrando uns aos outros na hora do embarque, por que o que importa é
conquistar o seu lugar no vagão para chegar em casa. Os cotovelos sobram! Que
se exploda o outro, eu quero chegar primeiro! Ainda se não bastasse atitudes
como estas, você vê gente em assento preferencial enquanto idosos, gestantes,
deficientes e crianças são esmagadas pela massa.
Deus desejou um outro tipo de consciência para o homem.
Sabia que a consciência assumida por Adão era diabólica, e que toda imagem e
semelhança Dele, do Criador, seria distorcida pela maldade do coração humano.
A Palavra de Deus nos diz que o Criador então desejou concretizar
o projeto humanidade, que Ele havia sonhado para Adão, em plenitude num Segundo
Adão. Este Segundo Adão restauraria a imagem e semelhança de todos os
descendentes do primeiro Adão. Este Segundo Adão se chama Jesus. Jesus é a
plena concretização do projeto de humanidade sonha por Deus. Nele habita um
outro tipo de consciência. Jesus parte da lógica do “Você para mim é problema
nosso”. Fica evidente na Palavra de Deus que Jesus jamais deixou de se
compadecer pelas pessoas que foram ao Seu encontro clamando por ajuda. Ao
contrário de Adão, um conjunto de gente como Jesus, vive em comunidade, não há
competição, há cooperação, são pessoas unidas (não juntadas), são pessoas que
buscam um nível de consciência que tratam o próximo sempre como mais importante
do que a si mesmo. Se fosse possível ter na plataforma da Estação Berrini, às
18 horas, diversas pessoas como Jesus, para ir embora para casa, todos
embarcariam sem levar um empurrão. Primeiro embarcariam as pessoas
preferenciais. Depois os demais se organizariam e chegariam até ceder o seu
lugar para o próximo, dizendo “ – Vou no próximo trem, pode ir neste!”. Num
deserto, 5 pães e 2 peixinhos, todos conhecemos a história da multiplicação
feita por Jesus.
A consciência humana é o cordão umbilical que nos evidencia
que o nosso espírito veio de outro espírito. Este outro espírito é o Espírito
de Deus. Talvez a gente não consiga reconhecer isso por que nós distorcemos a
imagem e a semelhança que Deus depositou em nós. Hoje somos muito mais
parecidos como demônios do que como semelhantes à Deus. Carecemos de resgatar
esta imagem e semelhança na qual Deus nos projetou. Nisto consiste a salvação:
tornar-se gente como Jesus é, gente que tem plena imagem e semelhança à Deus.
Comece hoje, mudando a lógica diabólica na qual estamos atolados, olhando para
o próximo ao seu lado e dizendo “ – Você para mim é problema nosso!”. Tenha a mesma atitude do bom samaritano! Olhe para o homem nu caído à beira do caminho e diga: "Não posso seguir viagem vendo você caído...por que você para mim é problema nosso!"
Que o Senhor nos Abençoe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário