Feliz é o homem que é capaz de enxergar a vida como uma peregrinação.
Não através do olhar raso que acha que a nossa peregrinação é ir de um lugar
para outro, mas sim no profundo entendimento de que devemos o nosso peregrinar consiste em partir de um
estado de ser para outro um outro estado de ser. Sim! Pois a nossa jornada não consiste em partir da
terra para ir para o céu. Aliás arrisco dizer que, enxergar o céu como ponto de
chegada para a peregrinação da vida, chega a ser danoso para o homem. Precisamos
entender que a nossa jornada tem como ponto de chegada uma pessoa: Jesus. Se visarmos
o céu, e não Jesus, como objetivo último da nossa peregrinação, então estaremos
enxergando o céu maior que Jesus.
Precisamos ter a consciência de que a nossa peregrinação parte
de Adão. Somos como ele: pecadores, homens caídos. Nos identificamos com Adão
na natureza que insiste em se declarar autossuficiente e que vira as costas
para Deus. É exatamente neste ponto, neste estado de ser que iniciamos os
nossos passos na existência.
Quando olhamos para a Palavra de Deus e nos deparamos com os
Evangelhos que narram a vida de Jesus, identificamos ali o mapa da peregrinação.
O “Evangelho”, a “Boa Notícia”, a “Boa Nova” que a Palavra nos revela é o ponto
de chegada de nossa peregrinação: Jesus. O Nazareno é a própria Boa Nova! Nele
vemos a plenitude humana que Deus projetou. Não há desvios nos projeto. Jesus é
o ser humano perfeito. É o ser humano projetado minunciosamente por Deus em
plena concretização. O Adão que deu certo.
Jesus é o nosso destino. Ele é o estado de ser que estamos
destinados a ser. É o ponto de chegada da nossa peregrinação. É a transformação
que Deus deseja ver em nós: a morte do nosso primeiro Adão e a viver de Jesus,
o Segundo Adão! Partimos de um estado de ser identificado com Adão, ser criado
por Deus, para chegar em um estado de ser concretizado em Cristo, um Ser gerado
por Deus.
Em Jesus, presenciamos a morte de um tipo de raça humana e o
nascer de uma outra condição de raça humana. É por isso que a Palavra nos diz
que todo aquele que está em Cristo, nova criatura se torna. Em Jesus a criatura
se torna nova criação, em uma outra dimensão de humanidade. Gente que
participa, através de Jesus, da comunhão que existe na Santa Trindade.
Já parou para pensar...
Um anjo, antes de ver Jesus concretizado na dimensão do
nosso tempo e história, olha para cada ser humano e pensa: “ – Não consigo
entender, o que Deus planejava ao criar um ser assim!”. Então tempos depois o
mesmo anjo olha para Jesus, concretizado em nosso meio e então maravilhado ele
pensa: “ – Agora sim entendi o que Deus desejava! Agora faz sentido!”.
O ápice, o ponto mais alto, a plenitude do que podemos
entender como ser um “ser humano” é Jesus. Nisto consiste o objetivo final da
peregrinação do homem: ser gente como Jesus é gente! A consequência disso?
Salvação! Afinal de contas uma das melhores maneiras de se definir salvação não
seria...deixar de ser quem somos para sermos como Jesus!
Feliz é o homem que peregrina para ser como Jesus é! E se
você ainda se pergunta: “ – Mas e o céu?”...creio que é importante que você
saiba: não existe céu sem Jesus! Céu, Paraíso, Nova Jerusalém, são lugares que
só podem se concretizarem se Jesus estiver presente. Afinal de contas existe
lugar melhor do que estar junto com Jesus?
O ápice da humanidade é Jesus! O tipo de ser humano que não
tem como salário a morte, pois Nele não há pecado! Peregrinemos para Ele,
buscando, de glória em glória, se tornar o mais parecido possível com Jesus de
Nazaré.
Que o Espírito Santo siga nos convencendo de nossos pecados,
para que o arrependimento nosso de cada dia se concretize, de forma que o nosso
estado de ser, identificado no velho Adão, seja crucificado juntamente com Cristo
no Calvário, para que Jesus possa habitar em nós de forma a nos transformar e
nos tornar gente como Ele é!
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