A dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó gravou juntamente com
Zé Ramalho a linda canção Sinônimos. Em uma das estrofes aparece a pergunta:
“Quanto tempo um coração leva para saber que o sinônimo de
amar é sofrer?”
Explicar o ato de amar através do sofrimento aparenta ser
algo insensato, mas é a mais pura verdade. Deus, muito mais do que saber disso,
viveu o sofrimento em consequência do amor, primeiro que tudo e todos. Aceitou
e acolheu para Si a possibilidade de sofrer para poder amar. Fez isso por que
sabia que o amor jamais poderia alavancar condições, já que o ato de amar
implica em, simplesmente... amar. No amor não existe a palavra “se”. Não há
espaços para condições. “Eu te amo se...” é o tipo de frase que se contra diz e
vem carregada de mentira. Se há condições, então o sentimento em questão é
qualquer outro, menos amor.
O sofrimento anda de mãos dadas com o amor. São sentimentos
que caminham juntos. Quem ama automaticamente está disposto a aceitar, acolher,
se doar e perdoar...sempre! Faz isso mesmo diante da rejeição. Assume para si a
prerrogativa de entrega, independente da atitude do outro. Aliás, quem ama, enxerga
o “outro” como “próximo”, e ainda, pensa sempre primeiro no próximo e em último
lugar em si mesmo.
A Palavra nos diz que Deus foi o primeiro a amar. Diz que
Deus é o próprio Amor. Dentro deste contexto, não seria um absurdo talvez dizer
que, Ele também foi o primeiro a sofrer, e que Deus é o próprio Sofrimento, já
que Ele é o Amor. Você deve estar pensando...isso é uma heresia! Talvez! Mas
vejamos...
Num português claro, sem entrelinhas, Deus sofre por que nós
cuspimos na face Dele! O capítulo 3 do livro de Gênesis relata esta cusparada!
Deus sofreu na eternidade e expressou Seu sofrimento na
dimensão da história humana através do sacrifício de Jesus na Cruz do Calvário.
Ali, no madeiro, Deus expressou algo que aconteceu na eternidade, além da
dimensão do cosmos que o ser humano conhece. Fez isso para que o homem soubesse
o tamanho da consequência do ato de se cuspir na face de Deus: a morte. Na
eternidade, a nossa cusparada na face do Eterno foi tão grotesca que Deus acolheu
para Si o sofrimento da morte em plenitude. O fato é que a morte deveria ser um
destino do homem e não um destino para Deus. Mas sendo Deus o Amor, tornou-se
Ele Sofrimento em plenitude, abraçando a morte que nos pertencia, para que nós,
seres humanos, alvos de Seu ato de amar, pudéssemos ter Ele como destino e não
o inferno (destino no qual todo o homem é merecedor). Ao agir assim Deus proveu
para o homem o escape. Em outras palavras, a morte de Deus matou a morte. E
isso só foi capaz por que Deus em Sua santidade, ao abraçar a morte, envolveu a
mesma com a ressurreição, pois o abraço de Deus é o abraço da Vida, pois Ele é
a Vida! Vida que anula qualquer processo de morte! Vida Eterna, com qualidade
Eterna!
Ser amado por Deus é um privilégio extraordinário que é
possível viver hoje e agora. Sentir o amor de Deus é sentir a cruz de Jesus provendo
espaço para o Espírito Santo agir em nosso ser. É ser transformado de glória em
glória. O amor de Deus para conosco é dimensionado no Seu sofrimento expresso
na crucificação. Um Deus que sofre é para muitos algo inadmissível. O homem prefere
dar vazão ao seu próprio ego, achando que é digno de ter para si a prerrogativa
de se admitir ou não aquilo que vem de Deus. Diante disso, Deus segue nos
amando, Deus segue sofrendo.
Achamos que é o homem quem sofre. Mas a verdade é que quando
olhamos para um ser humano que sofre, deveríamos traduzir o sofrimento humano
como uma expressão do sofrimento de Deus. Neste sentido poderíamos traduzir os
2 maiores mandamentos de Deus, aqueles que resumem toda a lei, da seguinte maneira:
Sofrer por Deus acima de todas coisas. Sofrer pelo próximo
como Deus sofreu por nós.
Jesus disse aos seus seguidores: "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o
reino dos céus" Mateus 5:10.
Ele lembrou a Seus discípulos: "Se
o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim"
João 15:18. Jesus sabia que por amor
a Ele muitos sofreriam.
Jesus disse que se O negarmos diante dos homens, Ele nos
negará diante do Pai no céu (Mateus 10:33, Lucas 12:9). Há muitas maneiras
sutis de negar Cristo. Se nossas ações, palavras, estilo de vida ou opções de
entretenimento não refletirem a Sua vontade, estamos negando a Cristo. Se
dissermos que o conhecemos, mas vivemos como se não o conhecêssemos, estamos
negando a Cristo (1 João 3:6-10). Muitas pessoas escolhem essas formas de negar
a Cristo porque não querem sofrer por Ele.
Muitas vezes o nosso maior sofrimento vem de dentro de nós,
na luta interna pelo controle de um coração que precisa morrer para a sua
própria vontade e render-se ao senhorio de Cristo (Romanos 7:15-25). Qualquer
que seja a forma de sofrimento, devemos adotá-la como um distintivo de honra e
um privilégio de que nós, como os apóstolos, somos "dignos de sofrer
afrontas por esse Nome."
O sofrimento pode assumir muitas formas. Ao escolher
obedecer ao Senhor Jesus Cristo, estamos nos posicionando em desacordo com o
mundo. Gálatas 1:10 diz: "Porventura,
procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a
homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo." Quando
abraçamos os ensinamentos da Palavra, estamos nos posicionando para sofrer
rejeição, zombaria, solidão ou traição. Muitas vezes, a mais cruel perseguição
vem daqueles que se consideram espirituais, mas definiram um Deus de acordo com
suas próprias ideias. Gente que vê Jesus como um ídolo e não como Deus. Se
optarmos por tomar uma posição a favor da justiça e verdade bíblica, podemos
garantir que vamos ser mal interpretados, ridicularizados ou pior. Precisamos
ter em mente que nenhuma ameaça de sofrimento impediu os apóstolos de pregar a
Cristo. Na verdade, Paulo disse que perder tudo valia a pena "para o conhecer, e o poder da sua
ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua
morte" (Filipenses 3:10). Atos 5:40-41 descreve a reação dos apóstolos
depois de terem recebido uma outra surra por sua pregação sobre Jesus: "Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e,
ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram. E eles se
retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de
sofrer afrontas por esse Nome."
Segundo Timóteo 3:12 diz: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão
perseguidos." Como em toda história do Cristianismo, muitos cristãos
hoje descobrem que fazer uma declaração pública de fé em Cristo pode resultar
em sofrimento (prisão, espancamento, tortura ou morte). A Palavra nos dá
diversos relatos de pessoas que passaram por isso: Hebreus 11:32-38, 2
Coríntios 12:10, Filipenses 3:8; Atos 5:40.
Paulo sofreu mais do que a maioria por causa de Jesus. Ele
disse isso aos cristãos de Filipos: "Porque
vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes
nele" (Filipenses 1:29). Paulo não apresenta o sofrimento como uma
maldição, mas como um privilégio.
O sofrimento de alguma forma ou de outra sempre vai estar
presente na vida de um Cristão!
“Quanto tempo um coração leva para saber que o sinônimo amar
é sofrer?”...também poderíamos perguntar “quanto tempo o coração de Deus levou
para saber que o sinônimo de amar é sofrer?” ...
Um segundo!? Uma vida inteira!? Uma eternidade?...
Mas a pergunta de hoje seria...E o seu coração...já sabe que
amar é sofrer?
"O amor é feito de paixões que quando perde a razão, não sabe quem vai machucar..
...quem ama nunca sente medo de contar os seus segredos...sinônimo de amor é amar!"
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