quinta-feira, 18 de abril de 2013

A VINGANÇA NUNCA É PLENA, MATA A ALMA E A ENVENENA

Muitos pregadores interpretam (de certa forma corretamente, creio eu) as Escrituras Sagradas dizendo que Deus ama os pecadores mas odeia o pecado.

Partindo desta linha de raciocínio, creio que inconscientemente, todos nós demos um (primeiro) passo em direção a esse famoso pensamento pregado pelo Cristianismo: “amar o pecador, mas odiar o pecado”.

Sim, pois olhe para si mesmo. Você, naturalmente se ama. Ainda que seja um pouquinho só, você se ama. E logicamente existem coisas (claro que não necessariamente todas) que você faz e no seu consciente vem a desaprovação (e muitas vezes vem inclusive o arrependimento). Bom, se todos somos pecadores, e temos um mínimo de amor próprio, por consequência amamos no mínimo um pecador: nós mesmos. Se for estender o pensamento, temos amor por nossos pais, cônjuges, amigos. Enfim, amamos outros pecadores. E da mesma forma que, por diversas vezes, repudiamos e desaprovamos nossas maldades, também, muitas vezes, não aprovamos as maldades praticadas pelas pessoas que amamos.

A gente já tem em prática, ainda que inconscientemente e ainda que não na totalidade da essência deste pensamento, o conceito de amar o pecador mas repudiar o pecado.

Tudo bem, confesso...é uma visão muito superficial. Sim, concordo. E talvez não seja a essência exata do pensamento. Sim, também concordo. O fato é que esse pensamento me despertou um outro raciocínio. E aqui entro no centro do propósito deste texto.

Se amar o pecador e repudiar o pecado é uma atitude demonstrada por Jesus, qual é a virtude que há nesta atitude?

Chamo a atenção para o fato de que, em Gênesis 3, ao escolhermos o pecado, automaticamente rejeitamos Deus. Ao rejeitar à Deus, tomamos a posição de se tornar inimigos de Deus. Não foi Deus que nos fez inimigos Dele, nós tomamos este posicionamento. Então ao olhar a relação Deus x homem (pecador), a virtude (de amar o pecador mas não amar o pecado) aparece quando vemos que Deus dá um passo de reconciliação em direção a nós, “inimigos” Dele.

Ao olhar para está atitude de Deus, somos desafiados a amar (principalmente) um tipo “exclusivo” de pecadores: nossos inimigos.

Interessante ver Jesus dizendo...

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Mateus 5:44

Aqui o desafio é lançado. Somos desafiados a amar pessoas que não tem o por que amarmos. Somos desafiados a separar a pessoa da maldade que elas nos fazem. Discernir entre um elemento e outro. Amar a pessoa e repudiar o mal praticado por elas.

Creio que esse desafio fica explícito na Cruz quando Cristo diz “Pai perdoa-os pois não sabem o que fazem”.

Aliás, está é a demonstração prática de Jesus para a teoria que ele expôs em Mateus 5:44.

Será que não nos acostumamos a achar que apenas Deus é capaz de amar o Pecador e repudiar o pecado? Será que temos abraçado este desafio?

É difícil. Eu sei. Mas se não fosse difícil não seria um desafio. É um “Eu, porém vos digo” proferido por Jesus, pois Ele sabia que este mundo nos impõe uma linha de raciocínio totalmente diferente.

O mundo nos impõe a lei do ódio e da vingança. Existe uma frase do Seriado Chaves, proferida pelo Seu Madruga, que acabou virando “chacota”: A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.

Esta frase pode ter virado um jargão. Pode ter perdido o sentido pelo fato de termos nos acostumados ouvir por diversas vezes. Mas ela tem um sentido que vai de encontro aos valores do Cristianismo.

Se apertássemos a tecla SAP desta frase para traduzi-la através das lentes das Escrituras Sagradas, talvez teríamos:

“A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena” = Mateus 18:21-22

Ou em outras palavras quando Pedro perguntou à Jesus:

Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?

Jesus poderia ter respondido:

Pedro, a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.

Vê que esta frase, pressupondo que saindo da boca de Jesus, soa diferente. Entenda que Jesus, ao responder 70 x 7, fazia uma referência oposta a lógica de Lameque (Gênesis 4:23-24): vingar-se 70 x 7.

Não existe satisfação na vingança. Ela nunca será plena. A única plenitude que você encontrará na vingança é a sua própria destruição.

Este é um belo desafio para nós: amar nossos inimigos ainda que não tenha nada neles que nos justifique amá-los. Essa é a atitude de Deus para conosco. Optou em não se vingar. Optou em reconciliar.
 
Podemos começar simplesmente deixando de desejar o mau para aqueles que nos feriram...ou simplesmente optar em dizer "não" para o sentimento de vingança. Esse é um bom primeiro passo. Quanto aos demais passos, Deus com certeza irá lhe ajudar...basta simplesmente se permitir.

Que Deus abençoe este nosso primeiro passo.

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