No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Gênesis 1:1-2
Você consegue imaginar algo vazio!? Sim...ok! e algo sem forma, você consegue imaginar!? Sim?! Talvez!? Não!?...Agora, é impossível imaginar algo sem forma e vazio. Algo sem forma e vazio é praticamente um “nada” diante de nossos pensamentos...algo realmente impossível de se construir em nossa mente.
A versão original das Escrituras Sagradas nos traz no lugar de “sem forma” a palavra em hebreu “tohuw” que significa “caos” ou “desolação”. No caso de “vazia”, a palavra em hebreu é “bohuw”, que significa “ruína”.
Aplicando a tradução, teríamos a terra era “um caos e uma ruína”.
O fato é que existem muitas interpretações para este relato bíblico da criação. Entretanto, o foco do pensamento que gostaria de propor não é exatamente uma reflexão sobre de onde viemos e como isso aconteceu.
Proponho olharmos para este relato fazendo um paralelo para nossas vidas. Imagino que existem diversas situações onde olhamos para nossas vidas e nos sentimos sem forma e vazios. Momentos em que a nossa vida parece se transformar em algo impossível de se decifrar. Tempos em que o “vazio” se entrelaça com o “sem forma” e nos sentimos desolados, sem rumo, sem direção, como se a nossa vida estivesse um caos imerso em ruína. Não há sorrisos e nem alegria, inclusive nem lágrimas e tristeza...simplesmente um nada. Um viver totalmente sem forma e vazio. Sem nenhuma esperança. Como se a esperança estivesse indiferente para nós.
Como certa vez disse o Poeta Frances Paul Valéry "Deus criou tudo a partir do nada, mas o vazio ainda é visível". Existem momentos que nossas vidas estão imersas em um vazio.
Nesses momentos olhamos para os nossos dias como se os mesmos fossem sem propósito algum. Não queremos viver. Não há "vida" em nossa vontade de viver. Há apenas o “vazio” e o “sem forma”. Há apenas o indescritível, o impossível de se imaginar.
Em momentos como este, precisamos lembrar que o Espírito de Deus se move sobre nós. Aliás, o melhor “colóquio” aqui é: o Espírito de Deus se move em nós. Simplesmente pelo fato de você ter o ato “respirar”, é por que o Sopro Divino de Deus se faz presente em você.
Deus é poderoso. Por trás deste poder há o Amor. Amor que é o Poder acima de todos os poderes. Amor que é o caráter do Próprio Deus que se identifica como o Amor. Este Poder Movido pelo Amor obedece à Sua voz. Voz que produz vida. Voz que diz “Haja” e no mesmo momento “há”. Voz que ordena e tudo se faz. Voz Soberana movida pelo Supremo Bem. Verbo Vivo. Verbo que diz “Haja” para produzir Vida. “Haja” imerso em “Vida”. “Haja” imerso em “Amor”.
O Verbo Vivo que habita entre nós, hoje, por meio do Espírito Santo, já consumou diversos “Hajas” em sua vida: Haja luz, haja vida, haja perdão, haja misericórdia, haja Graça. Ainda que você se sinta vazio e sem forma, Jesus deseja que você saiba que desde sempre há por parte Dele o Haja Amor. Jesus lhe diz que em Sua vida existe o Perdão, o Amor, a Misericórdia, a Graça por que na Vida Dele, Cristo, houve o “Haja Cruz”. E na cruz houve entrega, na cruz houve o pagamento de um preço que era meu, seu, nosso, de toda a humanidade.
Ele quer dar forma para sua vida. Mas para que qualquer "forma" seja possível ser consumada, primeiramente sua vida precisa receber "forma de cruz". Ele quer dar preenchimento para sua vida. Quer que você seja preenchido pelo mesmo Amor que Ele nos ensinou. Amor que é entrega. Amor que profere um “haja” para o próximo carregado de bondade. Amor que diz haja Reino para todos. Um Reino onde a vontade de Deus é exercida. Onde Deus diz “haja”, e nós, agentes de Sua Graça, vamos e obedecemos.
Por favor não me entenda errado, o "haja" de Cristo é muito mais do que um “haja carro novo”, “haja casa com piscina”, “haja milhões e milhões na conta bancária”, "haja vaga no estacionamento do shopping na véspera de Natal" ou qualquer outro haja deste tipo. Cristo é o “haja” que tem como propósito resgatar a dignidade do ser humano. É o "Haja" que produz Vida. Ele é o “haja” Reino de Deus. Ele é o haja compaixão, haja igualdade, haja relacionamento, haja comunhão, haja dignidade, haja um prato de arroz e feijão, haja um banho, haja café da manhã, haja cobertores para aquecer o próximo, haja escola para o menino da favela, haja transporte escolar para o menino que mora a 3 horas da escola mais perto de sua casa, haja ombro amigo para abraçar o que está sem forma e vazio...todo o haja que produz vida...ou se preferir, que restaura a dignidade de uma vida!
Deus se propõe a resgatar a nossa vida que é sem forma e vazia. Mas antes de qualquer haja, Ele nos diz: Haja cruz. Assim como Ele fez com Seu Filho Amado. Que cada um de nós possamos abraçar o nosso próprio “Haja Cruz”, assim como fez Cristo, para que o “haja ego” seja crucificado e cada um de nós possa viver a essência do Cristianismo que é sermos o “haja Reino de Deus para nosso próximo”.
Costumamos dizer que a tristeza pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer...proponho sermos agentes desta alegria, deixando que o haja de Deus seja, através do Espírito Santo, o condutor de nosso próprio "haja".
Que o Haja de Deus alcance cada vez mais vidas através de nosso viver. Que haja santidade em nosso ser, para que haja vitória sobre o caos e a ruína, em nossas vidas e nas vidas dos nossos próximos.
Há dupla honra,
Em dias de vergonha
Há esperança, em tempos de guerra
Talvez sem forma e vazio
Esteja o teu viver
Mas o haja de Deus, o haja de Deus
O haja de Deus se ouvirá
Em dias de vergonha
Há esperança, em tempos de guerra
Talvez sem forma e vazio
Esteja o teu viver
Mas o haja de Deus, o haja de Deus
O haja de Deus se ouvirá
Se é tempo de chorar, pode até chorar
Mas haverá uma festa ao amanhecer
Mas haverá uma festa ao amanhecer
Haja cura, haja vida, haja unção, libertação
Alegria, avivamento, santidade.
Alegria, avivamento, santidade.
Se é tempo de chorar
Pode até chorar
Mas haverá uma festa ao amanhecer.
Pode até chorar
Mas haverá uma festa ao amanhecer.
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