Quem nunca ouviu alguém dizer: “De boas intensões o inferno está cheio”?
Creio que podemos direcionar o significado desta frase ao fato de que muitos tem boas intensões mas não às praticam, como também podemos direcionar o significado da mesma para o fato de que muitos praticam bons atos com propósito de coisas ruins.
O dicionário nos define Intenção como “pensamento secreto e reservado que nos leva a praticar um determinado ato”.
Proponho então perguntarmos ao nosso próprio coração: Quais são as nossas intenções?
Ou de forma mais clara: Quais são as intenções dos nossos corações?
Responda para si esta pergunta. Entretanto, seja qual for a resposta, esteja consciente de que a mesma sempre deva ser revisitada.
Em momentos de decisão, penso que muitos de nós cristãos estamos acostumados a orar a Deus pedindo discernimento para saber qual escolha fazer. Aliás, indo além, pedimos para Deus abençoar as nossas decisões. Não há nada de errado em fazer isso. Inclusive um bom cristão deve fazer isso.
Entretanto proponho experimentarmos uma atitude diferente para este tipo de situação/oração. Em momentos de decisão, proponho orarmos clamando para que Deus abençoe as nossas intensões. Esta é uma linha de raciocínio que ouvi em uma pregação do Pastor Ed René Kivitz na qual concordo e creio ser uma premissa para qualquer outra oração em momentos de decisão na vida de um cristão.
Complementaria dizendo que também devemos orar clamando à Deus para que nos capacite à receber Suas bênçãos. Sim, creio que temos que orar inclusive para isso, pois até nisso somos falhos. Seja qual for a benção, devemos clamar por discernimento em como lidar com aquilo que Deus nos concede.
Estou exagerando? Será? Quer um exemplo?
A própria Graça que Deus nos provê, que é uma benção, e nós não sabemos como usufruir da mesma. Já escrevi sobre isso aqui, onde diluí alguns pensamentos sobre como usamos a graça de Deus para pecar contra o próprio Deus que nos concedeu a graça.
O que vou escrever aqui agora, escreverei com muito temor, caminharei sobre a divisa da verdade e da heresia...e espero não ser mau interpretado por aqueles que lerão este texto.
Estamos acostumados a ser abençoados por Deus. Então me pergunto, há alguma maneira de abençoarmos à Deus? Não há nada que a gente possa oferecer a Deus, de forma que seja uma benção para Ele? É, para muitos, não há nada. Mas enfim, o que direi aqui é algo muito pessoal que irei compartilhar (e assim como tudo o que sempre escrevi ou falei, questione-se, leia a Palavra e ore, para ai sim tomar como verdade para si): “quando restauramos a dignidade de uma pessoa, quando nos tornamos cartas vivas que anunciam ao Reino de Deus ao caído, quando damos um abraço, além da esmola, a um mendigo, quando nos tornamos veículos da Graça de Deus...nós abençoamos (ou, como creio que muitos irão interpretar, “nós glorificamos”) à Deus. É claro que tenho consciência de que só podemos fazer isso por que o sangue de Cristo nos sustenta, nos concede graça (a começar por estarmos vivos). E isso vai de encontro com o que creio: que tudo o que podemos oferecer para Deus só tem valor se passar pelo Sangue do Cordeiro.
Por que acredito que abençoamos à Deus ao fazer isso?
Ai vem a resposta...
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Mateus 25:34-40
Por que num reino como o de Cristo, ao abençoarmos um irmão, estamos abençoando o próprio Rei do Reino. Se levar alegria a o coração de alguém é abençoar este alguém, creio que esta é a forma de abençoar à Deus. Claro: Sempre consciente de que tudo só é possível através de Cristo Jesus. Ao sermos bênçãos uns para os outros, nós abençoamos ao próprio Deus. Quando nos concretizamos nesse tipo de benção, nos tornamos células vivas no Reino de Deus. Quando nos permitimos ser esse tipo de benção, glorificamos ao nome de Deus e restauramos a essência da humanidade que o próprio Deus nos designou.
Pense:
A vida de Jesus Cristo foi uma benção para o Pai. Abençoamos ao Pai quando vivemos como Jesus. Uma vida que tinha por trás de todas as Suas intenções a vontade do Pai: o Amor. O Capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios (que é muito mais que uma música do Renato Russo) é inteiro sobre isso. Relata que o Amor (ensinado por Cristo Jesus) deve ser o fundamento de todos os nossos atos.
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
1 Coríntios 13:1-13
Sendo assim, clamo para que Deus abençoe primeiramente as nossas intenções, como Amor de Cristo, para depois abençoar nossos atos, seja para tomar uma decisão ou não. Que as nossas intenções sejam integradas com os propósitos do Reino de Deus. Que elas sejam carregadas com o amor do Pai. Que elas, de uma forma ou de outra possam ser, de forma mútua, bênçãos para o próprio Deus que nos abençoa.
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