Na gíria do futebol, “fazendeiro” é o jogador que quando vai dar um chute para o gol acaba mandando a bola muito longe da meta. Geralmente nestes lances você ouve um “Globo e você, tudo à ver” ou um “Bannndeirantes, o canal do esporte”. Além disso logo vem na mente que o jogador precisa por o “pé na forma”.
Quando olho para alguns políticos, programas, bandas e outras parafernálias de coisas com o rótulo “evangélico” e busco entende-los usando as Escrituras Sagradas, penso: bando de fazendeiros. Estão passando loooonge do alvo, mandando a bola para bem longe da meta.
É sério...as vezes ouço alguns louvores que da vontade de escrever para o compositor: “baaaannnndeiranntes o canal do esporte!”. As vezes ligo a TV e ouço cada interpretação que logo vem a sensação: “Globo e você, tudo a vê!”.
Ainda em clima de futebol, o “ninho da corúja” é uma outra expressão muita usada. Esse é o nome dado para o ângulo da meta (do gol). Quando a bola passa por esse lugar geralmente o gol (o tento) é considerado “uma pintura”, um “gol de placa”, isso por que bolas assim são difíceis de se acertar e são praticamente indefensáveis para o goleiro. Da mesma forma que se o goleiro defende uma bola endereçada para o “ninho da coruja” (ou também conhecido como “onde a coruja dorme”) geralmente a defesa é espetacular.
Estou dizendo isso por que em tempos como esses, onde o meio evangélico está repleto de “fazendeiros”, raras são as vezes que encontramos pastores, compositores, escritores comprometidos em acertar o alvo. Quando um pastor acerta o “ninho da coruja” fico muito feliz. Em tempos como o nosso, encontrar pessoas comprometidas com a excelência na interpretação da Palavra de Deus é cada vez mais raro.
Dias atrás eu estava andando no metrô e ouvi um rapaz comentar ao seu amigo: “ – Cara, acho que vou assistir algum jogo do Santos para ver se tomo uma bolada do Neymar e fico famoso”.
É engraçado ver que este desejo de fama chegou ao meio “cristão”. Pastores querem muito mais a fama do que o verdadeiro compromisso com o Reino de Deus. Usam o evangelho como mecanismo para atrair holofotes para si mesmo. Talvez por isso temos muito mais “fazendeiros” nos púlpitos do que gente realmente comprometida com o Reino de Deus.
As vezes vou assistir um culto e vejo muita gente nos bancos da igreja erguendo as mãos e dando glórias para coisas absurdas ensinadas por “fazendeiros” irresponsáveis e negligentes com a Palavra de Deus. Tenho uma vontade imensa de me levantar e gritar: “Põe o pé na forma meu filho...ta passando longe do alvo hein”.
Mas tenho a sensação que se fizer isso serei acusado por todos de estar possuído por um demônio. Afinal é muito mais fácil ser massa de manobra concordar com o ôba ôba que estes fazendeiros fazem com o evangelho do que se comprometer em acertar o “ninho da coruja”.
Enfim...resta o clamor: Voltemos ao Evangelho!
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