sexta-feira, 29 de novembro de 2013

DEUS NÃO É DO CÉU

Deus é incomparável. Ele é infinito. Nada pode contê-lo. Nem o céu e nem a terra. É lindo ler o relato da visão de João em Apocalipse:
 
Então vi na mão direita daquele que está assentado no trono um livro em forma de rolo escrito de ambos os lados e selado com sete selos.
 Vi um anjo poderoso, proclamando em alta voz: "Quem é digno de romper os selos e de abrir o livro? "
 Mas não havia ninguém, nem no céu nem na terra nem debaixo da terra, que podia abrir o livro, ou sequer olhar para ele.
 Eu chorava muito, porque não se encontrou ninguém que fosse digno de abrir o livro e de olhar para ele.
 Então um dos anciãos me disse: "Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos".
 Então vi um Cordeiro, que parecia ter estado morto, de pé, no centro do trono, cercado pelos quatro seres viventes e pelos anciãos. Ele tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.
 
Apocalipse 5:1-6
 
Pare e pense: Este livro mencionado pelo anjo é o livro da vida. Imagine o desespero de João ao concluir que o livro da vida não pudesse ser aberto por ninguém do céu e ninguém da terra. Creio que ele tenha pensado: “Como poderemos viver juntamente com o Pai se o livro não fosse aberto?!“. Diante disso restou a João chorar. Se por um lado ele concluiu, corretamente, que, sem a abertura e a leitura do livro, estaríamos destituídos da presença do Pai, por outro, creio que, talvez, João tenha se equivocado com um fato: o de achar que Deus está preso nas dimensões do céu, terra ou abaixo da terra!
 
Quando o ancião se vira para João e diz “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos”, ele está dizendo para João: “Não precisa se desesperar, pois Deus não é do céu. O céu é que é de Deus. Sim, ninguém nos céus e ninguém na terra poderia abrir o livro com 7 selos. Em outras palavras João, o que o forte anjo está dizendo é que nenhuma criatura é digna de abrir o livro e lê-lo, só Jesus, o Leão da Tribo de Judá é digno!”.
 
Aqui, gosto de me lembrar de uma interessante e extraordinária interpretação do Pastor Ariovaldo Ramos. O mesmo se atenta ao fato de que o ancião aponta para Jesus, o Único digno de abrir e ler o livro da vida, como um Leão, entretanto, João O vê como um Cordeiro. Isso por que todas as criaturas caídas e redimidas pelo sangue de Jesus sempre O verão como um Cordeiro Imaculado, que levou sobre Si os nossos pecados com o propósito de reconciliar Criador com as criaturas que outrora se rebelaram contra Deus, enquanto os seres do céu, que permaneceram fiéis a Deus seguem vendo em Jesus um Leão. Extraordinário.
 
Deus, visto por todos os seres celestes como Leão, e visto como um Cordeiro por todos as criaturas caídas, não pertence aos céus e nem a terra. Ele extrapola o infinito. Deus é Criador e não se contém em Sua criação. Quando fez isso, fez por entrega em nosso resgate, assumindo a face de Jesus, o Cristo, para vencer a morte. Deus criou o céu, sendo assim Ele não é do céu, está acima do céu. Ele é incomparável, imensurável, infinito...Ele é extraordinário. Em nós, humanos, permanece o olhar para Jesus que traduz um Cordeiro. Para os seres celestes, o olhar traduz um Leão. Cordeiro e Leão, tradução no rosto do Cristo, o único digno de abrir e ler o livro da vida. É triste ver gente transformando a igreja evangélica como povo eleito. São pessoas que se acham dignas de tomar o lugar de Jesus a ponto de, hoje, no agora, desatar os selos do livro e lê-los. Isso é soberba, arrogância e pecado. Isso é achar-se Deus, é pensar estar acima do céu e da terra. Paremos com esta hipocrisia e este discurso pré fabricado. A Graça de Deus extrapola nosso entendimento e é papel Dele julgar quem são os justos. Nosso papel é deixar esta graça nos alcançar e nos transformar. É fazermo-nos veículos desta Graça para que outras pessoas conheçam a Jesus e possam ver Nele o Cordeiro redentor.
 
Deus não é do céu. Graças à Deus por isso, pois se Ele fosse do céu...o livro da vida jamais poderia ser aberto.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

NAVEGANDO EM CALMARIA

As vezes Deus acalma a tempestade. As vezes Deus acalma o marinheiro. Muitas vezes o milagre maior está no ato de Deus acalmar o marinheiro e não a tempestade. Às vezes tenho a sensação de que para Deus seja muito mais fácil lidar com a natureza da criação (tempestade) do que com a natureza da criatura (marinheiro).
 
Já parou para pensar nisso: Quando na hora do desespero, perante a tempestade, caímos de joelhos clamando a Deus por um milagre, e o “acalma-te” de Deus que vem como resposta não é para a tempestade e sim para os nossos corações?
 
O problema é que o nosso clamor vai com um tutorial ensinando a Deus como as coisas devem ser feitas. São orações que levam em seu conteúdo um “manual técnico” especificando para Deus como responder nossos desejos. É o marinheiro dizendo...”eu só estou disposto a navegar se o mar estiver um tapete”. Então imagino Deus lá de cima dizendo: “Não...você não entendeu nada do que meu Filho lhe ensinou! Onde estava a sua cabeça quando Jesus lhe disse que no mundo vocês teriam aflições, mas que deveriam perseverar em bom ânimo, pois Ele mesmo havia vencido o mundo?”. Fico imaginando Deus dizendo: “Deixa esta chuva descer, deixa a onda bater no barco, deixa a tempestade rolar...não precisa temer ela vai passar...apenas confie em mim...deixe-me acalmar, ao invés da tempestade, o seu coração”. E enquanto isso nós estamos no barquinho, que sacode de um lado para o outro, gritando: “Olha eu aqui, o Senhor não vai parar esta chuva não?”
 
Ter paz não é ter ausência de problemas. Ter paz, a verdadeira paz, é ter a capacidade de passar por problemas, provações, tempestades consciente de que Deus está caminhando conosco e que não há o que temer. Ter paz é temer a Deus para não temer circunstâncias.
 
O mundo está caindo ao seu redor. Talvez você esteja gritando, lá de dentro do seu barquinho, “Senhor acalma esta tempestade”, e Deus está respondendo, “Não meu filho, deixe-me acalmar o seu coração, deixe-me lhe ensinar a lidar com tempestades, pois elas vem e vão e você precisa aprender a vencê-las juntamente comigo!”. A calmaria do marinheiro não necessariamente está na calmaria da tempestade. A calmaria do marinheiro está em Deus. É muito mais fácil clamar pelo alívio imediato. Difícil é estar disposto a encarar a tempestade como um processo de amadurecimento em Deus. É como disse C. S. Lewis, para aqueles que querem um sentimento de conforto, o recomendável não é o Cristianismo, mas sim uma garrafa de vinho do Porto. O Cristianismo não é um estilo de vida onde o marinheiro vive em pró de estalar os dedos para Deus acalmar tempestades e situações difíceis durante sua viagem nas águas da vida. Cristianismo é um convite a passar pelo oceano da vida, encarando toda e qualquer situação que suas ondas possam trazer sem perder o caráter, a bondade e o temor à Deus. Cristianismo é o marinheiro navegando com o Criador dos mares, trabalhando em conjunto, independentemente de qual seja a situação.
 
E então marinheiro...será que você não está gritando tão alto, pedindo para Deus parar a tormenta, que não está escutando Ele lhe responder que é tempo de você deixar Ele acalmar o seu coração e não a tempestade?
 
Que o Senhor nos abençoe.

AINDA DA TEMPO DE MUDAR

“Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo. Quem roubou nossa coragem? Tudo é dor. E toda dor, vem do desejo de não sentirmos dor...” assim cantou Renato Russo para toda uma geração.
 
Interessante a pergunta “Quem roubou nossa coragem?” no meio da estrofe! Já pensou em responder esta pergunta?!
 
Proponho uma resposta: Nós mesmos! Sim, nós roubamos a nossa coragem de mudar o mundo. O nosso “eu” tem roubado a coragem que nos falta para mudar o mundo. Ele nos sabota. Faz-nos ficar com a “bunda” estagnada no sofá assistindo a propagação da queda do ser humano se alastrar, roubando vidas, dignidade, justiça das pessoas. Nos acomodamos. Fizemos da frase “este mundo não tem jeito” um lugar comum, um discurso pronto para justificar a nossa omissão aos atos de restauração daquilo que no fundo sabemos ser o certo. Nós vemos a nossa maldade se alastrar e permitimos que ela ganhe vasão, roubando de nós a coragem de não se conformar, a coragem para não se acomodar e dizer basta. Permitimos que a utopia, a esperança, o sonho de um mundo mais justo adormecesse em um sono profundo e perdemos a coragem de desperta-lo. Onde está a coragem para chegarmos a um mendigo e dizer, “vem, vou lhe ajudar a sair desta sua condição e lhe restaurar a dignidade de vida, não como um ato de caridade, mas sim como um ato de justiça, pois se eu não posso viver como você vive hoje, então não posso me conformar com o fato de você viver assim!”???
 
É dolorido ver um mundo sem jeito. Por isso entendo a sequência da estrofe de Renato Russo “Tudo é dor...e toda dor, vem do desejo de não sentirmos dor...” como o fator motivador da humanidade para dar uma anestesia na consciência. É a vasão que damos a indiferença. É o vidro fechando no farol para evitar o incomodo do homem que vem pedir esmola.
 
Muitos pensadores dizem que a mudança do mundo começa em nós. Martin Luther King expôs a seguinte reflexão...Não há nada mais trágico neste mundo do que saber o que é certo e não fazê-lo. Que tal mudarmos o mundo começando por nós mesmos?. Che Guevara afirmou: Deixe o mundo mudar você e você poderá mudar o mundo. Gandhi expôs: Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim. Dalai Lama afirmou: Seja a mudança que você quer ver no mundo. Então não é de se descartar o fato de que sim, a mudança do mundo começa na mudança do nosso “eu”. Ela inicia-se na não conformidade, no não se conformar, e isso implica em dizer não para o nosso “eu” que insiste em roubar nossa coragem, de abrir mão do desejo de não sentir dor e pregar o Amor de Jesus, pois quem ama deve estar disposto a assumir danos, a encarar a dor. Você pode pensar, mas minha mudança é muito pouca perante aos problemas do mundo. Então cito para você outro ótimo pensador, Edmund Burke: “Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco.”
 
Para nós cristãos, o pensamento de Edmund Burke faz todo sentido. O que seria do milagre da multiplicação dos peixes e pães se não houvessem poucos peixes e pães nas mãos de Cristo? O pouco nas mãos do homem sempre será pouco. Entretanto o pouco nas mãos de Deus é o suficiente. O pouco na mão de Deus é a matéria prima do muito. Ceder o lugar no metrô, ônibus, trem, ajudar alguém a atravessar a rua, dar uma refeição digna, doar roupas, ouvir alguém aflito...todas estas ações podem parecer pequenas diante de um mundo em guerra. Tomar banho mais rápido para economizar água, não jogar lixo no chão para evitar enchentes, plantar uma árvore para colaborar com um mundo mais verde, separar o lixo para reciclagem... são ações aparentemente pequenas diante de um efeito estufa e tantos outros problemas ecológicos do mundo. Mas temos que fazer nossa parte e confiar em Deus.
 
De fato Jesus nos diz para não nos conformarmos com o mundo, pois não somos do mundo. Mas enquanto estivermos aqui devemos ser gente como Jesus. Enquanto estivermos aqui, temos sim que mudar aquilo que está errado. Devemos trazer para a graça aquilo que é desgraça. Este é um trabalho em conjunto com o Espírito Santo. Chama-se ajudar na implantação do Reino de Deus.
 
Não se conforme. Não fique na zona de conforto.
 
Termino exibindo um vídeo que expõe o quanto nós precisamos pensar em mudar o mundo...
 
 
Que Deus nos abençoe.
 

CAREQUINHAS CONTRA O CANCER INFANTIL

http://www.carequinhas.com.br/

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

FÉ QUE PENSA, RAZÃO QUE CRÊ

Muitos ateus afirmam: “se tornar cristão é emburrecer”. A visão de que, ser um “crente”, é ser “um ignorante” é o fundamento que paira sobre o discurso de que a fé é para ignorantes. De fato, o que vemos hoje, na tv, e também o que ouvimos, em algumas rádios “gospeis”, servem de alicerce para este pensamento. Gente que crê sem pensar. Gente que se torna massa de manobra na mão de homens com egos inflados que pensam ser donos de igrejas.
 
Por isso que quando alguém diz “Eu não acredito em Deus”, é necessário dizermos “Que deus você não crê, por que dependendo de qual deus você esteja falando, eu também não creio!”. Também, por isso que quando alguém lhe diz “você é evangélico”, com aquele ar de nojo na face, é necessário retrucarmos com a pergunta: “qual a sua descrição de um evangélico? por que dependendo do que você entende por evangélico, talvez eu não me encaixe na descrição!”
 
Fé que não pensa da margens para usurpação. É a principal brecha desejada por homens manipuladores, geralmente adoradores de mamon, o deus do dinheiro, que se vestem de ternos, se definem como pastores e usam pessoas como se fossem “coisas”, simplesmente para benefícios próprios. Para estes homens, o cristão é um cifrão, a benção e o milagre são os produtos, e Deus é o fornecedor. Pregam um cristianismo demoníaco, distorcem a identidade de Deus e seu evangelho.
 
Cristianismo não é um “produto” para consumir de domingo a domingo. Cristianismo é um conjunto de valores de vida eterna, vida com qualidade de Deus, vida em abundância, disponíveis hoje e agora para a humanidade consumir e vencer a morte, de forma que o homem possa vivenciar em plenitude a humanidade no qual o mesmo está destinado a ser, gente como Jesus. Por isso ele (o cristianismo) se baseia nos ensinamentos vividos por Jesus, explícitos na bíblia, a qual consideramos Escrituras Sagradas, a Palavra de Deus. Bíblia não é um amuleto de sorte. Bíblia não é uma “mandinga”. Se ficar aberta com o salmo 91 em cima do criado mudo, será simplesmente um livro qualquer. Bíblia só é Palavra de Deus se for lida com responsabilidade e temor à Deus. Ao lermos a Palavra e raciocinarmos a mesma, tendo como chave de interpretação “Jesus”, imprimimos no nosso coração e na nossa consciência valores para vencer a morte. Por isso o Cristianismo não é “emburrecer”. O Cristianismo verdadeiro é baseado em fé que pensa, fé que interpreta e teme, fé com responsabilidade, que não pula de cabeça em emoções. É fé que confia, dá um passo além do “acreditar”. Fé que discerne, e que por consequência gera razão para crer.
 
No princípio do século XX, o pastor americano A. W. Tozer afirmou: “Em muitas Igrejas, o Cristianismo tem sido tão diluído que a solução é tão fraca que, se fosse um veneno, não causaria nenhum dano, e se fosse um remédio, não curaria ninguém.” Concordo com ele. Diluir o evangelho, diluir o Cristianismo, é caminhar sobre a linha tênue da ortodoxia e da heresia. Há um risco. Isso por que não existe uma verdade absoluta. O Cristianismo não é engessado, não, não é! Muitos pastores erram ao acharem, pretensiosamente, que se pode ter em mãos uma verdade absoluta! Mas o Cristianismo também não é “Casa da mãe Joana”. O Cristianismo Verdadeiro lida com dúvidas. Precisa ser diluído, pois se não for pensado, não for diluído em pensamentos, de nada vale. Mas a pergunta é: depois de diluir o Cristianismo, depois de diluir a mensagem do Cristo, qual a solução lhe resta em mãos? Um antídoto para lhe tirar desta condição egoísta, desta condição de morte, ou uma solução neutra como afirmou Tozer?
 
Sim, acredito que o Cristianismo tem de ser diluído em pensamentos...tem de ser ruminado...com temor. Tem de ser pensado, ir além dos lugares comuns, das frases feitas e principalmente ser raciocinado consciente de que você poderá dar passos sobre a ortodoxia e sobre a heresia. É caminhar sobre a corda bamba entre as verdades e as sofismas (mentiras vestidas de verdades). Mas a fé que raciocina sabe que somos falhos. Não usa isso como desculpa para se isentar da responsabilidade de se buscar verdades que geram vidas através de Jesus Cristo como chave de interpretação. Mas também não tem medo de assumir erros de interpretação e dar passos contrários a um erro de raciocínio.
 
As vezes sinto que humanizo Deus na forma como interpreto Ele. Isso me incomoda, pois sinto estar limitando Deus. Quando olho para Jesus e vejo Nele, Deus humanizado, e percebo Nele a plenitude da expressão “imagem e semelhança de Deus”, vejo que em Deus há um lado humano. Extraordinário ver Deus vencendo o pecado da humanidade como homem. Extraordinário ver Deus vencendo o pecado da criatura no nível de criatura. Isso poderia soar libertador para mim. Mas logo me lembro: Só Deus tem a prerrogativa de limitar-se.
 
Então sigo tentando decifrar este relacionamento que tenho com Ele. Tenho medo de ser um herege. Busco ser ortodoxo. O risco está presente. Mas sigo tentando, de glória em glória e consciente de que Deus abençoa intensões, adquirir um pouquinho mais de conhecimento sobre Ele. Pensando, diluindo pensamentos, fundamentando a fé no pensar, e colocando na balança da alma um equilíbrio entre a razão e a emoção. Por que crer? Por que não crer?
 
Não é a essência do cristianismo e muito menos a melhor forma de se crer no que Jesus fez por nós... mas já parou para pensar que... tudo bem, talvez optar em não crer seja uma opção...mas por “eliminação”...quais seriam opções para se crer em alguém? Quais os demais “supostos” deuses que sobrariam?
 
Como diria Chesterton, aquele que não crê em nada corre o risco de crer em si mesmo! Somos os nossos próprios demônios. Mas podemos ser e se comportar como matéria-prima para a Graça que o Cristianismo prega como Boa Nova!
 
O Deus de Jesus é o Único Deus que se relaciona exercendo o papel de Pai. Não é um tirano, um ditador. Ele tem Seus mistérios. Mas o essencial para se relacionar conosco Ele revelou em Jesus. No Cristo vemos a face explícita de Deus. Assim convivemos nós cristãos, entre o que foi revelado e os mistérios, entre as verdades e as mentiras, discernindo, pensando, raciocinando...pois como diria John Stott...Crer é Pensar!
 
“Fé que pensa...razão que crê!”...inspirado no lema da Aliança Bíblica Universitária, ao qual tive conhecimento através de uma grata visita de um anônimo que passou por aqui e contribuiu ainda mais nesta nossa jornada de conhecer Deus. Muito obrigado meu caro anônimo.

EU SOU O TERCEIRO

Em resposta, disse Jesus: "Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.
Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado.
E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.
Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele.
Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.
No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’.
"Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? "
"Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo".
Lucas 10:30-37
 
A pouco tempo tive conhecimento de um movimento chamado “I AM SECOND” (Em português: Eu sou o segundo). São uma série de vídeos postados na internet onde pessoas (a maioria famosos) relatam os seus testemunhos de vida com Deus e no final do relato afirmam: “GOD FIRST, I AM SECOND” (Em Português: Deus primeiro, Eu sou o segundo). Os vídeos podem ser vistos no site oficial http://www.iamsecond.com/. Dentre os mais famosos vídeos da série (pelo menos no meu conhecimento), estão os testemunhos do ex guitarrista da banda Korn, Brian Head Welch (clique aqui para assistir) e do Lutador de UFC Vittor Belfort (clique aqui para assistir). Vale a pena assistir a série.
 
Entretanto, recentemente ouvi falar de Mario Kaschel Simões, um Cristão que afirmou “EU SOU O TERCEIRO” (I AM THIRD). Aliás, não só afirmou isso, como escolheu viver desta forma, escreveu um livro sobre o tema e iniciou uma campanha de divulgação sobre o assunto (clique aqui para visitar o site).
 
Eu sou o terceiro: 1º... Deus, 2º... você e em 3º... eu! Você é mais importante do que eu!
 
Creio que o pensamento de Kaschel é o princípio essência exata dos 2 mandamentos que resumem a lei de Deus: Amar a Deus sobre tudo e todos e amar ao próximo como Deus nos ama.
 
Somos egoístas.  Como é difícil deixar para pensar em nós mesmos por último! Pensar em ser o segundo é um primeiro passo. Nada contra os testemunhos relatados no I AM SECOND, creio que são válidos. Muitos de nós precisamos descobrir primeiro que somos os segundos para então sim descobrir que somos (ou pelo menos deveríamos ser) os terceiros, ou melhor, os últimos. Mas o cristianismo é assim, permite resignificar pensamentos. E sim, é tempo de pensarmos como Kaschel, é tempo de assumirmos a postura de sermos o terceiro. Não para produzir “caridade”, mas sim para produzir “justiça”, pois sim, há uma grande diferença entre caridade e justiça. Caridade é doar-se por um momento, sem assumir as consequências, deixando o carente ainda na condição miserável. Justiça é doar-se ao ponto de certificar-se que o seu ato permitiu ao justiçado ganhar vida, sair da miséria. Sim, é difícil agir assim. Mas é ensinamento de Jesus.
 
Olhemos para o famoso “bom samaritano”. Não só tirou o homem do chão, mas, cuidou dele, levou-o para a hospedaria, pagou por todo os gastos e ainda, assumiu os gastos extras. Agiu consciente de que ajuda de verdade é aquela que faz com que o ajudado retorne a dignidade. Agiu com a consciência fundamentada no “Eu sou o terceiro”.
 
Talvez a pergunta retórica de Cristo ao homem da lei poderia ser parafraseada da seguinte forma: Qual destes três você acha que tinha consciência que era o terceiro?
 
Jesus diz para nós e não só para o perito da lei: “Vá e faça o mesmo”. Em outras palavras: “Vá e viva consciente de que você é o terceiro”.
 
Ver Deus, explícito na face de Jesus, de cócoras, agachado, lavando os pés empoeirados de seus discípulos, inclusive daquele que iria traí-lo, é ver Deus, todo poderoso, assumindo em Jesus a prerrogativa de ser o terceiro. Ver Deus, vestido de pele humana em Jesus, assumindo a Cruz no Calvário em nosso lugar, substituindo-nos, é ver Deus assumindo a prerrogativa de ser o terceiro.
 
Seja o terceiro, inclusive para o seu inimigo! Aliás, seja o terceiro, primeiramente para o seu inimigo, pois Deus fez isso...se fez terceiro por nós...seres arrogantes que cuspimos em Sua Santa Face.
 
 
Dalai Lama certa vez disse "seja a mudança que você deseja ver no mundo". Como Cristãos, que desejam viver e ajudar a implantar o reino de Deus e seus valores, o princípio deste pensamento é seja o terceiro! Como Madre Teresa de Calcutá que ao ser abordada, enquanto lavava um leproso, por um bilionário dizendo que não daria banho em um homem com lepra nem que lhe pagassem um milhão de dólares respondeu-lhe: "Eu também não!". Um "eu também não" consciente de um "eu sou o terceiro".
 
Seja o terceiro...seja a mudança que você deseja ver no mundo!

MEU MALVADO FAVORITO

Meu Malvado Favorito é um filme de 2010 (no qual gosto muito) que conta a história de um vilão chamado Gru que vive escondido em uma vizinhança pacata de subúrbio. Ele planeja praticar o maior roubo da história da humanidade: surrupiar a Lua. Para isso, ele conta com a ajuda de um exército de criaturinhas amarelas, os Mínions. O problema é que, durante o processo de execução de seu plano, ele encontra em seu caminho três garotas órfãs que enxergam nele, Gru, um papai. Estas três meninas vão mudando aos poucos a vida de Gru, que vai mudando o seu jeito de viver em pró de cuidar das mesmas. Para mais detalhes, veja o trailer do filme:
 
Engraçado como nós temos o nosso “malvado favorito”. Ele vive dentro de nós. Um “Gru” que vive em nós. É o nosso ego! Ele é o nosso malvado favorito. Um ego obcecado por seus apetites, desejando para si a lua, custe o que custar. Um ego usando um exército de pessoas, os nossos próximos, os Mínions, para suprir nossos apetites. Um ego que manipula, que não mede a obsessão do “eu quero”, que nos sabota, que deseja se colocar sempre em primeiro lugar, clamando por reconhecimento, por um pódio, por auto mérito!
 
Coincidência ou não, assim como Gru, que só começa a mudar quando 3 novas pessoas aparecem em sua vida, assim somos nós. O nosso “malvado favorito” começa a ser crucificado quando damos permissão para 3 pessoas, que enxergamos como 1 só, aparecem em nossas vidas: Pai, Filho e Espírito Santo = Deus! É a partir daí que os nossos apetites vão ficando em segundo plano. É a partir daí que “surrupiar a lua” deixa de ser um objetivo de vida. É a partir daí que caminhamos em direção à Vida, não qualquer tipo de vida, mas Vida com Qualidade de Deus!
 
Quem é o seu malvado favorito? Você sabia que existe um malvado favorito, no qual você ama ceder aos apetites, dentro de você? Quem são as pessoas que ao invés de você tratar como “próximos”, você trata como “Mínions”, manipulando os mesmos para satisfazer as suas vontades? Você tem crucificado o “Gru” que vive em você? Ou tem colaborado com ele para surrupiar a lua?
 
O “Gru” em nós é o nosso malvado favorito, pois nos “convém” satisfazê-lo. O problema é que a satisfação do nosso ego pode ser um caminho sem volta, pois nossos apetites são imensuráveis, pois eles manipulam nossas ações, nos cegam, nos faz desejar coisas absurdas, como a lua, e pior, nos convida a passar por cima de tudo e todos para satisfaze-los.
 
Cuidado com o “Gru” que vive em você! Não permita que ele se torne absoluto em você. Isso aconteceu com Lúcifer e o resultado foi um caminho sem volta: ele se tornou demônio.
 
Tantas “luas” brilharam sempre diante de nossos olhos. Os apetites fluirão dentro de nós. Mas convém  entregarmos os mesmos à Jesus, no pé da cruz do calvário. Ao fazermos isso, manteremos o nosso “Gru” preso no madeiro, o lugar que ele deve permanecer. Então não mais o “Gru” viverá em nós...mas sim Jesus, o Messias amado de Deus!
 
Que o Senhor nos capacite a crucificarmos o nosso malvado favorito.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

MAS VAI FICAR POR ISSO MESMO?


A Cena é um tribunal...

Deus é o juiz. Quem acusa é o diabo. O homem é o réu. O crime é o pecado. O Filho do Juiz é o advogado de defesa. O réu é considerado culpado e digno de pena de morte, não há como defende-lo, realmente ele é culpado. Mas o filho do juiz se oferece para cumprir a pena no lugar do réu condenado. O Juiz aceita e manda executar a pena sobre seu filho. Com este ato, o Juiz justifica o réu condenado e o coloca em liberdade dizendo: “Não há nenhuma pena a ser cumprida em você. E agora se você deposita a sua fé nesta verdade, o Céu lhe está garantido.”

Talvez, este seria um “resumo do resumo” do que poderíamos afirmar como Justificação pela Fé. Antes de continuar, gostaria de esclarecer que, sim, concordo que o assunto “justificação pela fé” é algo muito complexo para poder se resumir em três linhas! Bom, dito isso, gostaria de lhe convidar a pensar na seguinte situação:

Um homem entra em minha casa e mata cruelmente minha esposa e meus filhos. Dias depois ele é preso. Então, face a face com o assassino, eu digo: “ - Você está perdoado! Siga sua vida!”. Diante desta situação a mais comum visão seria: “ - Este é um homem de Deus, perdoou o assassino! Este sim é um cristão que ama o pecador!”. Entretanto uma outra visão poderia surgir. Alguém poderia dizer: “- Olhe, pelo seu gesto de perdoar o assassino e devolve-lo a vida, está claro o seu amor por ele! Entretanto, e seu amor pela sua esposa e seus filhos? Não está claro o seu amor pelo sangue inocente! Onde está o seu amor pelo sangue da sua esposa e de seu filho?”.

Este é o tipo de situação que escancara a pergunta: “Mas vai ficar por isso mesmo?”. Agir com um “Vá em paz, eu não imputo nenhum pecado contra você, você está perdoado!” não é tão simples. Isso por que quando há um sangue na terra que clama por justiça e este tipo de atitude acontece, paira sobre a mente a seguinte questão: “Você é perigoso, por que você tolera o mal e a injustiça sem agir contra as mesmas, e no dia em que a maldade e a injustiça me alcançar você agirá da mesma forma e não fará nada!”.

Talvez este é o pensamento de muitos com relação à Deus. Muita gente acha que Ele é indiferente à maldade, inclusive, por conta disso, acham que o Deus revelado na Bíblia Sagrada é um Deus mal. Com o intuito de ajudar pessoas que tem este tipo de pensamento, adaptei em texto uma parte da pregação do Pastor Ed René Kivitz (da série “Eu não me envergonho do evangelho”, pregação 07 – A Superação da Religião). Leia o texto imaginando Deus conversando com você. Espero que o mesmo lhe traga respostas, espero que o mesmo lhe agregue uma maior percepção sobre a justificação pela fé e sobre a graça de Deus.

Enfim, Deus nos fala...

***********

“Você escolheu viver de maneira independente de mim. Decidiu trocar a Minha Glória pela glória das criaturas, trocar a Minha Verdade pela sua mentira,  me desprezou, deixando de reconhecer-Me como fonte de sua vida. Você declarou-se deus de si mesmo. Isso significa que você escolheu deixar de existir, pois nada no universo existe sem que receba de Mim a condição de ser e existir. Fora de Mim nada existe, pois tudo no universo é sustentado por mim. Ao decidir existir sem estar conectado em Mim, você decidiu morrer, você escolheu experimentar o poder da morte. Você terá de lidar com a morte atuando em você. Então você se dará conta de que você não consegue nem ao mesmo se manter no patamar no qual Eu lhe criei. Não é que você vai um dia morrer, que sua vida irá acabar, é muito mais que isso, é o fato de que a morte vai começar agir dentro de você aos poucos e evidenciará o fato de que você é muito menos do que o homem que criei antes de você ter declarando-se autônomo. Você não consegue se manter nem isso o que você é hoje. Por esta sua escolha, não tive outra opção a não ser lhe entregar a uma disposição mental reprovável, às paixões vergonhosas, à uma depravação, aos seus apetites, pois essa era a consequência do seu ato. Quando você se desvinculou de mim, você foi piorando, piorando, piorando, e não havia outra consequência para o seu ato a não ser este. Por isso você se tornou isso o que você é hoje. Nem no mesmo status que lhe criei você conseguiu se manter. Você vai morrer. A morte vai lhe devorar lentamente e Eu não posso evitar isso. Não posso evitar isso por que Eu não posso permitir que um Ser exista, sustentado por Mim, em uma eterna rebeldia contra Mim. Não tenho como sustentar isso. Primeiro por que se Eu permitisse que um ser existisse em eterna rebeldia contra mim, o universo que Eu criei seria um caos eterno, aliás muito parecido com este no qual você vive hoje. Mas também teria uma outra coisa, iria pairar sobre minha cabeça, uma acusação e uma suspeita de que Eu sou injusto, de que eu permiti o mal entrar no universo que Eu criei e não fiz nada. De que Eu varri o mal para debaixo do tapete do universo e que, com a desculpa de “amor”, Eu permiti que a maldade se propagasse sem que Eu a interrompesse. Então eu não posso permitir que você viva em rebeldia contra mim eternamente. Eu tenho que permitir que a morte lhe coma aos poucos. Por isso você tem que deixar de existir. Você escolheu isso. Você escolheu se destruir. Eu não posso sustentar a vida de um ser que perdeu o direito de existir. A justiça precisa ser reestabelecida no universo que criei!  Alguém tem que assumir o dano. Alguém precisa deixar de existir. Alguém precisa ser sacrificado para que a justiça se reestabeleça!

Mas Eu posso fazer uma coisa! Em vez de sacrificar você, Eu posso Me sacrificar no seu lugar. Posso assumir o ônus da sua escolha! Posso assumir o dano no seu lugar. Posso impor para Eu mesmo a condenação que você merece. De fato, Eu quero dizer para você que foi exatamente isso que Eu já fiz. Por amor a você e por um pequeno lapso de tempo, Eu abri mão de minhas prerrogativas divinas e deixei de existir como Deus. Me esvaziei! Eu tolerei a sua maldade e me sacrifiquei em seu lugar. Eu dei passos para traz para permitir que você existisse. Eu me sacrifiquei. Mas agora, com a vida, morte e ressurreição do Meu Filho amado, Eu estou revelando tudo isso para você.  O Meu filho assumiu a sua condição de mortal, morreu a sua morte e assim reestabeleceu em todo o universo o critério de justiça ultrajado pelo seu pecado.  Eu me sacrifiquei por você e a vida, morte e ressurreição de Meu Filho é a revelação deste sacrifício que fiz por ti. Uma revelação para sua consciência. Agora, com a vida, morte e ressurreição de Meu Filho amado esta manifesta uma justiça diferente da que você conhece. Pois o senso de justiça que você conhece é aquela que lhe revelei na Lei de Moisés. Fiz isso para que você conhecesse um padrão de justiça e vivesse de acordo com o mesmo. Mas você não conseguiu. Na verdade, tudo o que você conseguiu foi tomar consciência de que você não conseguiria. Enquanto você tentava viver no padrão da minha justiça, sem ter comunhão comigo, sem estar ligado a Mim, tudo o que você conseguiu descobrir se resumiu no fato de saber que você é escravo do pecado e não consegue fazer o bem. Mas a vida, a morte e a ressurreição de Meu Filho Amado lhe escancara um outro tipo de justiça. Não a justiça da lei, não uma justiça baseada no esforço humano, mas uma justiça baseada na fé. Isto é, para viver a Minha Vida, você precisa estar unido a Mim. E isto é uma justiça. É uma justiça por que a cruz do meu Filho mostra para você o quanto Eu tive que sofrer para manter a sua vida. A cruz lhe revela uma decisão que eu tomei na eternidade, antes mesmo de criar você e o universo. Algumas pessoas se escandalizam com a cruz, julgando que Eu matei o Meu Filho amado. Mas a cruz não é o sacrifício. A cruz é a revelação do sacrifício. A cruz é a manifestação do sacrifício. Não apenas o sacrifício do Meu Filho, mas também o Meu sacrifício. Eu Sou um só Deus. Eu Sou um Deus só. Eu não Sou três deuses: um que mata, outro que morre e outro que vira espírito. Não! Sou um só. Somos Três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, mas Somos Uma Unidade em comunhão: um só Deus! A manifestação do sacrifício na cruz do calvário não foi apenas de Jesus, Meu Filho. Não! Foi o Meu sacrifício para permitir que você existisse mesmo depois de você ter escolhido se afastar de Mim e ter perdido o direito de existir. Na cruz, Eu, Deus, estou morrendo de um jeito para que você, e todas as pessoas, entendam o sacrifício que tive que fazer para lhe sustentar na existência. O sacrifício que fiz foi o seguinte: aplicar contra Mim mesmo a Minha justiça. O sacrifício de fato foi o Meu auto esvaziamento e isso aconteceu desde antes da criação deste mundo. A cruz é uma expressão histórica de algo que aconteceu na eternidade. A cruz é uma revelação, dentro tempo, de algo que aconteceu no atemporal, na eternidade. Uma manifestação Minha para ti, por que Eu te amo! Agora com a morte do Meu Filho, você e todos já sabem que Eu sou justo. Eu fiz todo o universo saber que Eu me importo sim com a maldade. Que não sou indiferente ao mau não. Que existe um critério de justiça que governa todo o universo. Eu Sou justo, Eu paguei por isso. Não ficou por isso mesmo. Você não precisa ter medo de Mim. Eu não Sou um poder que desconhece critérios de justiça. Com a morte de Meu Filho Amado na cruz e a Sua ressurreição, você sabe que Eu Sou justo e justificador e que Eu não varri nenhuma maldade para debaixo do tapete do Meu trono!

Agora, com a morte e ressurreição de Meu Filho, você e todo o universo sabe que Eu me importo com a maldade e que existe um critério de justiça sobre tudo o que Criei. Sou justo! Agora você sabe que Eu não perdoei os malvados às custas de deixar de responder o suspiro e o clamor dos oprimidos. Agora você sabe que não é capaz de viver uma vida eterna sem estar conectado a Mim. Agora você sabe que o fruto que se deve comer é o da Árvore da Vida e não o da Árvore do Conhecimento do bem e do Mal. Agora você já sabe que sem receber a vida que tenho para você, você não passa de alimento para a morte, e que enquanto vai sendo devorado por ela, vai matando tudo ao seu redor num ato desesperado de tentar manter a sua própria vida. Faz isso por que está consciente de que a vida está escorrendo por entre os dedos e no desespero você tenta experimentar um pouquinho mais de vida, mesmo que seja uma vida que não é sua. Agora você já sabe que se você não recebe a vida de mim, não tem vida. Que esta vida que você tem, fora de mim, é vapor se dissipando no ar. Agora você já sabe que deveria ter feito como Meu Filho Amado fez, e não o que Adão fez. Agora que Meu Filho lhe mostrou uma vida em santidade, na qual a morte não tem poder, pois Ele morreu e ressuscitou, você já sabe que está sendo chamado para ser como Ele, ser humano de verdade! É isso que venho lhe dizer hoje, que estou lhe chamando para deixar para trás a imagem e semelhança que você tem de Adão para assumir a imagem e semelhança revelada em Jesus, Meu Filho! Estou lhe chamado para jogar por terra a prerrogativa de ser autônomo e viver sobre a prerrogativa do sopro do Meu Espírito. Estou lhe chamando para agir como Meu filho no deserto quando Ele foi tentado a romper comigo. Ele não o fez, agiu de forma diferente a Adão, o primeiro homem que criei, que preferiu romper comigo no jardim e comer da árvore que dava conhecimento sobre o bem e o mal. Estou lhe chamando para viver como o Meu Filho Jesus viveu, confiando em mim, para que a morte não tenha poder sobre você. Estou lhe chamando para uma nova oportunidade para comer da arvore da vida, num ato que nasce da Minha Bondade, da Minha Graça e Minha Justiça. Na verdade, um chamado que nasce no Meu Amor. Volte para o meu lado! Para fazer isso você não depende do seu esforço próprio, de tentar desesperadamente ser justo para cumprir a lei. É só confiar em Mim! Para você ser tudo o quanto você está destinado a ser, ou seja, igual ao Meu Filho Jesus, é só confiar em Mim.”

***********

Para a pergunta “Mas vai ficar por isso mesmo?” Deus traz a resposta na cruz. Ele diz: “Não!”. É na cruz que Deus manifesta do céu a Sua ira. A cruz escancara a ira de Deus contra a maldade mas não contra o malvado. A cruz escancara o quanto Deus é Justo e Amoroso. Jesus carregou nossos pecados, mas nele não havia maldade.  Ser justificado pela fé é muito mais que ser aceito por Deus como um pecador no qual Ele não imputa condenação. Ser justificado pela fé é receber a vida que Deus compartilha conosco de modo que a gente possa ser transformados igual a Jesus, conscientes de que isso acontece não por que temos esta capacidade em nós, mas por que ao confiarmos em Deus temos a possibilidade de comer da arvore da vida. Esta possibilidade nos é concedida sem que a gente mereça. Esta possibilidade nos é concedida por Graça! Por isso o evangelho de Jesus é uma boa notícia que traz em suas asas uma Graça imensurável!