Muita gente não sabe que precisa ser salva. E ainda, dos que
possuem consciência de que precisam de salvação, muitos não sabem do que precisam
ser salvos. Parece uma ironia, mas quantas igrejas estão lotadas de gente
assim, assistindo cultos e mais cultos, buscando salvação, mas sem ter consciência
de qual é a real necessidade de se buscar a salvação!?
Existe um leque muito grande sobre do que precisamos ser
salvos. Mas creio que o principal alicerce que nos condiciona em termos a
necessidade de sermos salvos está no pecado. O problema é que, dizer que
precisamos ser salvos do pecado é muito raso. Isso por que enxergamos o pecado
como uma ação que parte de nós, seja por pensamento, ato concreto em si, ou até
mesmo por omissão. Mas creio que a visão do pecado é mais profunda.
Quando olhamos com sinceridade para as palavras do Apóstolo
Paulo, que diz “Miserável Homem que Sou”, chegamos à conclusão que somos o
pecado. A partir daí, o pecado deixa de ser simples pensar, agir ou omitir. A
consciência escancara: o pecado sou eu. E é exatamente aqui que começamos a
responder a pergunta: “Salvos do que?”. Pensar que estamos sendo salvo,
simplesmente, do demônio, é hipocrisia. Aliás creio que até o demônio gosta que
pensamos assim, pois afinal de contas, não importa quem acabe com a sua vida,
seja ele ou você mesmo, ele estará feliz.
O plano de redenção traçado por Deus deseja nos salvar principalmente
de nós mesmos, do nosso ego, da nossa natureza que insiste em amar de forma deturpada
(ou seja visando sempre o interesse próprio, custe o que custar). Mais que
isso, Deus deseja nos salvar da lógica que criamos em nossa mente de que
podemos viver sem Ele. Muito mais que isso, Deus deseja nos salvar da lógica
que criamos em nossa mente de que podemos ser Deus no lugar Dele. Deus nos
deseja salvar da condição de morte na qual nós mesmos nos colocamos. Percebe o quão mais profundo está a
necessidade de sermos salvos?
Bom, mas se precisamos ser salvos, como acontece este
processo? Ficar no “lugar comum”, “chavão” de que a salvação não é por boas
obras mas sim pela graça de Deus é muito confortável. Consciente de que não
desejo “reinventar a roda”, ou seja, criar novas teorias (ou heresias se assim
preferir), gostaria de propor outro raciocínio, mais profundo, que nos ajude a
entender melhor o ato de redenção de Deus. O ponto de partida está em Romanos
8:28-30. Dentre várias hipóteses para entender a salvação, muita gente discute
o mistério da predestinação (que Deus já elegeu quem vai ser ou não salvo) de
Romanos 8:28-30:
Sabemos que Deus age (coopera)
em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de
acordo com o seu propósito.
Pois aqueles que de
antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu
Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que
predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que
justificou, também glorificou.
Sinceramente, muito mais que focar na predestinação e em seu
mistério (não menosprezando o assunto), este texto escancara verdades nas quais
podemos nos agarrar, para buscar um norte sobre este assunto “salvação”:
Primeiramente, o texto nos fundamenta que a prerrogativa de
salvar pertence a Deus. Em outras palavras, todo o ato de salvação parte de
Deus. Ele quem chama, convence, justifica, glorifica, até mesmo escolhe quem
salvar e estabelece o destino do salvo.
Você poderia afirmar: Se é Ele quem escolhe quem salvar, o
que tenho de fazer? Acredito que a resposta seja uma só: se comportar como
escolhido. Não com soberba e arrogância, mas sim com a consciência de que
precisa ser salvo! O comportamento de escolhido nasce na consciência de que se
precisa ser salvo. Aqui entra um detalhe interessante: há uma grande diferença
entre ser “chamado” e ser “escolhido”. Deus chamou a todos, pois é do desejo
Dele que todos os homens sejam salvos. Mas só os que, tendo sido chamados, e se
comportarem como escolhidos, agindo com a consciência de que é miserável e
precisa de salvação, serão os escolhidos.
A prerrogativa de salvar pertence a Deus! O papel do homem é um só: ter a consciência
de que precisa ser salvo.
Outra informação importante que o texto nos revela é que o propósito
da salvação é nossa transformação conforme o caráter de Jesus, o Cristo.
Salvação não é, simplesmente, ir para o céu. Salvação não é,
simplesmente, se livrar de arder no fogo do inferno. Mais que isso, salvação
não tem nada a ver com a consumação de uma vida mais confortável do que esta
que temos aqui hoje. Muito além da vida aqui na terra (nossas circunstâncias
atuais), do céu ou do inferno (do nosso futuro), está a real visão de salvação.
Salvação tem tudo a ver com o inferno deixar de habitar em nós e o caráter de
Cristo se formar em nós.
Salvação tem a ver com o tipo de gente que você é e não que
tipo de lugar você vai viver. Ser salvo é ser transformado a imagem de Jesus
Cristo. Não seremos salvos para irmos habitar em um lugar. Nosso destino é mais
que um lugar, é um Ser: Jesus.
Esta salvação se consuma quando nós participarmos em
plenitude da natureza Divina, através de Jesus. Ele é o primogênito, o primeiro
dentre tantos filhos que Deus deseja ter.
Por isso nossa peregrinação não deve estar ocupada com a
circunstância da vida e nem com o nosso destino eterno, mas sim em nos
identificarmos como miseráveis homens que somos e buscarmos ser iguais a Cristo,
o único capaz de nos retirar da condição miserável na qual estamos.
O poder da morte e do pecado nos puxa para baixo, mas o
poder da ressurreição de Cristo nos puxa para perto de Deus. Este poder já age
em nós. Nos convida a viver acima da mediocridade humana, nos convida a viver os
valores do reino inaugurado por Jesus. É aqui que identificamos que tudo o que
o homem fez e faz parte da natureza de Adão, mas tudo o que Deus faz está explícito
em Jesus, o Messias.
O Processo de Salvação está nas mãos do Espírito Santo. Só
Ele é capaz de agir em nós para nos tornar parecido com Cristo. A obra
destrutiva de Adão não é maior do que a obra redentora de Jesus Cristo. Nele
nos tornamos verdadeiramente humanos. Nele alcançamos verdadeira salvação. Pois
não poderíamos definir salvação como ser gente como Deus deseja que o homem
seja?
Predestinação, justificação, eleição...isso só Deus sabe. Por
que, quando, como e quantos...só Deus sabe!
O nosso papel é darmos vazão ao Espírito Santo para que Ele
nos torne parecido com Jesus. Deus não nos chamou para o céu, Ele nos chamou
para sermos iguais a Cristo. Neste contexto podemos reconhecer que não podemos
tudo. Mas de fato podemos muito, a começar reconhecendo que precisamos ser
salvos e tendo consciência do que precisamos ser salvos. Então, neste processo,
poderemos responder para nós mesmos: Que tipo de ser humano eu sou, uma vez que
creio? Que tipo de ser humano eu sou, uma vez que busco me encarar no espelho e
vejo o quanto ainda falta para me tornar igual ao Cristo?
Discutir predestinação, se Deus é manipulador de
circunstância ou não...é algo muito além daquilo que nos compete. É ficar na periferia
da experiência espiritual, enquanto a necessidade de se tornar igual ao Cristo
evapora pelo ar?
Mais importante que discutir isso...é buscar um novo homem,
um novo eu em Cristo Jesus! É conquistar isso de Glória em Glória, visando
muito mais que o céu! Visando Deus!
Gostaria de agradecer por esta mensagem de fé e esperança, me ajudou muito, pois estava navegando na internet de madrugada pensando uma série de bobagens e após reflexões, consultando palavras de ânimo, encontrei este blog e tive minhas convicções renovadas, irei hoje mesmo colocar em prática os ensinamentos aqui recebidos, que Deus abençoe esse Blog, em nome de Jesus Cristo!
ResponderExcluirObrigado!
Palavra rica de conforto, Deus é bom.
ResponderExcluirCoisa linda foi essa palavra deus falou comigo muito deus continue abençoado o profeta
ResponderExcluirRealmente discutir sobre a ação de Deus, sobre nosso querer, é ficar no raso enquanto as almas em perigo eminente ao inferno ou condenação eterna
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