terça-feira, 19 de novembro de 2013

O PROPÓSITO DA SALVAÇÃO VAI ALÉM DO PROPÓSITO DE HABITAR NOS CÉUS

Muita gente não sabe que precisa ser salva. E ainda, dos que possuem consciência de que precisam de salvação, muitos não sabem do que precisam ser salvos. Parece uma ironia, mas quantas igrejas estão lotadas de gente assim, assistindo cultos e mais cultos, buscando salvação, mas sem ter consciência de qual é a real necessidade de se buscar a salvação!?
 
Existe um leque muito grande sobre do que precisamos ser salvos. Mas creio que o principal alicerce que nos condiciona em termos a necessidade de sermos salvos está no pecado. O problema é que, dizer que precisamos ser salvos do pecado é muito raso. Isso por que enxergamos o pecado como uma ação que parte de nós, seja por pensamento, ato concreto em si, ou até mesmo por omissão. Mas creio que a visão do pecado é mais profunda.
 
Quando olhamos com sinceridade para as palavras do Apóstolo Paulo, que diz “Miserável Homem que Sou”, chegamos à conclusão que somos o pecado. A partir daí, o pecado deixa de ser simples pensar, agir ou omitir. A consciência escancara: o pecado sou eu. E é exatamente aqui que começamos a responder a pergunta: “Salvos do que?”. Pensar que estamos sendo salvo, simplesmente, do demônio, é hipocrisia. Aliás creio que até o demônio gosta que pensamos assim, pois afinal de contas, não importa quem acabe com a sua vida, seja ele ou você mesmo, ele estará feliz.
 
O plano de redenção traçado por Deus deseja nos salvar principalmente de nós mesmos, do nosso ego, da nossa natureza que insiste em amar de forma deturpada (ou seja visando sempre o interesse próprio, custe o que custar). Mais que isso, Deus deseja nos salvar da lógica que criamos em nossa mente de que podemos viver sem Ele. Muito mais que isso, Deus deseja nos salvar da lógica que criamos em nossa mente de que podemos ser Deus no lugar Dele. Deus nos deseja salvar da condição de morte na qual nós mesmos nos colocamos.  Percebe o quão mais profundo está a necessidade de sermos salvos?
 
Bom, mas se precisamos ser salvos, como acontece este processo? Ficar no “lugar comum”, “chavão” de que a salvação não é por boas obras mas sim pela graça de Deus é muito confortável. Consciente de que não desejo “reinventar a roda”, ou seja, criar novas teorias (ou heresias se assim preferir), gostaria de propor outro raciocínio, mais profundo, que nos ajude a entender melhor o ato de redenção de Deus. O ponto de partida está em Romanos 8:28-30. Dentre várias hipóteses para entender a salvação, muita gente discute o mistério da predestinação (que Deus já elegeu quem vai ser ou não salvo) de Romanos 8:28-30:
 
Sabemos que Deus age (coopera) em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou.
 
Sinceramente, muito mais que focar na predestinação e em seu mistério (não menosprezando o assunto), este texto escancara verdades nas quais podemos nos agarrar, para buscar um norte sobre este assunto “salvação”:
 
Primeiramente, o texto nos fundamenta que a prerrogativa de salvar pertence a Deus. Em outras palavras, todo o ato de salvação parte de Deus. Ele quem chama, convence, justifica, glorifica, até mesmo escolhe quem salvar e estabelece o destino do salvo.
 
Você poderia afirmar: Se é Ele quem escolhe quem salvar, o que tenho de fazer? Acredito que a resposta seja uma só: se comportar como escolhido. Não com soberba e arrogância, mas sim com a consciência de que precisa ser salvo! O comportamento de escolhido nasce na consciência de que se precisa ser salvo. Aqui entra um detalhe interessante: há uma grande diferença entre ser “chamado” e ser “escolhido”. Deus chamou a todos, pois é do desejo Dele que todos os homens sejam salvos. Mas só os que, tendo sido chamados, e se comportarem como escolhidos, agindo com a consciência de que é miserável e precisa de salvação, serão os escolhidos.
 
A prerrogativa de salvar pertence a Deus!  O papel do homem é um só: ter a consciência de que precisa ser salvo.
 
Outra informação importante que o texto nos revela é que o propósito da salvação é nossa transformação conforme o caráter de Jesus, o Cristo.
 
Salvação não é, simplesmente, ir para o céu. Salvação não é, simplesmente, se livrar de arder no fogo do inferno. Mais que isso, salvação não tem nada a ver com a consumação de uma vida mais confortável do que esta que temos aqui hoje. Muito além da vida aqui na terra (nossas circunstâncias atuais), do céu ou do inferno (do nosso futuro), está a real visão de salvação. Salvação tem tudo a ver com o inferno deixar de habitar em nós e o caráter de Cristo se formar em nós.
 
Salvação tem a ver com o tipo de gente que você é e não que tipo de lugar você vai viver. Ser salvo é ser transformado a imagem de Jesus Cristo. Não seremos salvos para irmos habitar em um lugar. Nosso destino é mais que um lugar, é um Ser: Jesus.
 
Esta salvação se consuma quando nós participarmos em plenitude da natureza Divina, através de Jesus. Ele é o primogênito, o primeiro dentre tantos filhos que Deus deseja ter.
 
Por isso nossa peregrinação não deve estar ocupada com a circunstância da vida e nem com o nosso destino eterno, mas sim em nos identificarmos como miseráveis homens que somos e buscarmos ser iguais a Cristo, o único capaz de nos retirar da condição miserável na qual estamos.
 
O poder da morte e do pecado nos puxa para baixo, mas o poder da ressurreição de Cristo nos puxa para perto de Deus. Este poder já age em nós. Nos convida a viver acima da mediocridade humana, nos convida a viver os valores do reino inaugurado por Jesus. É aqui que identificamos que tudo o que o homem fez e faz parte da natureza de Adão, mas tudo o que Deus faz está explícito em Jesus, o Messias.
 
O Processo de Salvação está nas mãos do Espírito Santo. Só Ele é capaz de agir em nós para nos tornar parecido com Cristo. A obra destrutiva de Adão não é maior do que a obra redentora de Jesus Cristo. Nele nos tornamos verdadeiramente humanos. Nele alcançamos verdadeira salvação. Pois não poderíamos definir salvação como ser gente como Deus deseja que o homem seja?
 
Predestinação, justificação, eleição...isso só Deus sabe. Por que, quando, como e quantos...só Deus sabe!
 
O nosso papel é darmos vazão ao Espírito Santo para que Ele nos torne parecido com Jesus. Deus não nos chamou para o céu, Ele nos chamou para sermos iguais a Cristo. Neste contexto podemos reconhecer que não podemos tudo. Mas de fato podemos muito, a começar reconhecendo que precisamos ser salvos e tendo consciência do que precisamos ser salvos. Então, neste processo, poderemos responder para nós mesmos: Que tipo de ser humano eu sou, uma vez que creio? Que tipo de ser humano eu sou, uma vez que busco me encarar no espelho e vejo o quanto ainda falta para me tornar igual ao Cristo?
 
Discutir predestinação, se Deus é manipulador de circunstância ou não...é algo muito além daquilo que nos compete. É ficar na periferia da experiência espiritual, enquanto a necessidade de se tornar igual ao Cristo evapora pelo ar?
 
Mais importante que discutir isso...é buscar um novo homem, um novo eu em Cristo Jesus! É conquistar isso de Glória em Glória, visando muito mais que o céu! Visando Deus!

4 comentários:

  1. Gostaria de agradecer por esta mensagem de fé e esperança, me ajudou muito, pois estava navegando na internet de madrugada pensando uma série de bobagens e após reflexões, consultando palavras de ânimo, encontrei este blog e tive minhas convicções renovadas, irei hoje mesmo colocar em prática os ensinamentos aqui recebidos, que Deus abençoe esse Blog, em nome de Jesus Cristo!

    Obrigado!

    ResponderExcluir
  2. Palavra rica de conforto, Deus é bom.

    ResponderExcluir
  3. Coisa linda foi essa palavra deus falou comigo muito deus continue abençoado o profeta

    ResponderExcluir
  4. Realmente discutir sobre a ação de Deus, sobre nosso querer, é ficar no raso enquanto as almas em perigo eminente ao inferno ou condenação eterna

    ResponderExcluir