Já parou para pensar no quanto confundimos “religioso” com “sagrado”, “divino”, “de Deus”
e “não religioso” com “profano”, “mundano”, “do diabo”, “demoníaco”? Fazemos
isso por que achamo-nos capazes de julgar coisas! Esquecemos que este ato, o de
julgar coisas, é o mesmo que ficar ruminando (mastigando constantemente) o
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal relatada em Gênesis. Em outras
palavras, seguimos dando vazão ao pecado de Adão e Eva.
Acho interessante o fato de que somos seres propícios a
julgar. E como se não bastasse o fato de julgarmos o próximo ser demoníaco,
colocamos na cadeira do réu o nosso “ego”, e exercemos ali o papel de advogado
do diabo (diabo, no caso, não Lúcifer, mas o nosso “eu”). Como insistimos em defender
o nosso “eu”, como é difícil admitirmos os nossos pecados, as nossas afrontas
contra a soberania de Deus. É um tal de “eu assisto cultos todos os domingos,
eu dou o dízimo, eu oferto” para diminuir a sensação de que somos pecadores.
É engraçado, e demoníaco, ver pessoas que afirmam: “Eu não
tenho pecado, não faço mal a ninguém!”. Ao dizerem isso pecam 2 vezes, por
mentir, e por chamar Deus de mentiroso, pois o próprio Deus afirma em Sua
Palavra: “Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus” Romanos 3:23
Julgar o fator “estar no mundo” ou “na igreja” é caminhar
sobre a confusão “religioso = sagrado” e “não religioso = profano”. Isso não
compete ao homem, que diga-se de passagem, é limitadíssimo para poder discernir
estas coisas.
É certo que a lei de Deus e os valores do Seu Reino estão
impressos nas páginas da Bíblia. Mas Deus é vento que sopra para lá e para cá,
não pode ser limitado. Então é certo que Deus pode estar sim imprimindo os
valores da Sua lei e do Seu Reino na consciência e no coração de gente que está
fora da igreja. Deus age onde, quando e como quer. Precisamos jogar por terra a
nossa posição de “juízes” e viver com a consciência de que não é a Lei de Deus
revelada a Moisés, muito menos a nossa experiência religiosa na igreja e tão
pouco a nossa consciência espiritual o critério que Deus usa para julgar. O
critério absoluto de Deus para julgar a todos os seres humanos é Jesus. Sendo
assim, devemos parar de perder tempo querendo sentar no trono de Deus e passar
a investir tempo na busca de nos tornarmos iguais ao Messias, Jesus, o
Nazareno. Devemos parar de transformar o “hall de membros da igreja evangélica”
em “livro da vida”. Parar com a soberba de dizer por ai que o povo evangélico é
o povo escolhido de Deus. Só Ele é quem tem em mãos a prerrogativa destes
assuntos.
Isso me lembra as palavras do Pastor Villy Fomin que
questionava o fato de chamarmos pessoas que saiam das igrejas (instituições) de
“desviadas”. Ora, se os valores pregados por sua igreja não são os que foram
explícitos na vida de Jesus, vale muito à pena desviar-se e procurar o
verdadeiro caminho: Jesus!
Quem julga você é Deus...não são os outros e muito menos
você. Viver isso implica em não se importar mais em saber o que os outros dizem
quem você é, e sim se importar com o que o Senhor diz quem você é. Afinal de
contas, nós só podemos dizer que “somos” por que Ele diz que “somos”.
Não siga mastigando o fruto da árvore do bem e do mal. Cuspa
fora este fruto. Só quem pode “mastigá-lo” é Deus. Siga em direção a Cristo e não
descanse na sua experiência religiosa a ponto de você perder o temor de Deus.
Que o Senhor seja conosco!
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