O narrador solta a voz no microfone: “ - Minutos finais da
Partida. Pênalti marcado. Dimas está concentrado e se prepara para a cobrança.
Se ele marcar, a vitória vem! Se desperdiçar, ele perde tudo. Com suas luvas
gigantescas, pulando de um lado para o outro no centro do gol, está a morte, a
guarda-metas adversária. Ela quer defender a bola de Dimas! Olho no lance...soou
o apito, partiu Dimas, bateu: ggggoooooooooooooooooooooooooollllllllllll!!!!! A
morte para um lado e a bola para o outro!!!! Ta lá dentro! Aos 45 minutos do
segundo tempo, no finalzinho! Dimas, ficou cara a cara com a morte, mas venceu!
Aos 45 minutos do segundo tempo, quando o árbitro ergue os braços e encerra a
partida!”
Salvação no último minuto! Quem nunca já ouviu o discurso: “Vou
aproveitar a vida! É só eu me arrepender no último minuto, que serei salvo!”???
Vale a pena perguntar...será que é exatamente assim que as coisas são? Será que
realmente as coisas não são bem mais profundas do que parecem!?
A narração de Dimas (nome, que muita gente diz ser, do “bom”
ladrão que foi crucificado ao lado de Jesus, e que usarei para me referir ao
ladrão que se arrependeu) marcando o gol da vitória aos 45 minutos do segundo
tempo é uma “mera ilustração” da narrativa de Lucas 23:39-43:
E um dos malfeitores
(ladrões) que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo,
salva-te a ti mesmo, e a nós.
Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.
Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.
Antes de continuar é preciso pensarmos algumas coisas
importantes...
Existe uma grande discussão teológica sobre a frase dita por
Jesus no versículo 43: “E disse-lhe
Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.
Esta discussão parte do Credo dos
Apóstolos, que afirma que “Ele (Jesus) desceu até
o Inferno”. Sendo assim, se Jesus não foi ao Paraíso naquele mesmo dia,
e sim para o inferno, Dimas também não poderia ter ido (o que seria uma “suposta
contradição bíblica”). Dentro deste contexto,
temos...
...de um lado muitos teólogos que alegam
que há um erro de tradução e interpretação nesta frase de Jesus (a vírgula da
discórdia), que deveria ser traduzida corretamente como: “Em verdade te digo hoje, que estarás comigo
no Paraíso!”. Leia
mais sobre isso aqui. Ou seja, em outras palavras, Jesus estava dizendo a
Dimas: “Hoje te asseguro que estarás comigo no Paraíso”.
...por outro lado, alguns outros teólogos dizem que não há
um erro de tradução na frase de Jesus, mas sim na interpretação do que é o “inferno”.
Isso por que os tradutores erroneamente atribuíam a palavra “inferno” para
tratuzir tanto “Hades” (que quer dizer lugar invisível)
quanto “Sheol” ou “Seol” (que quer dizer túmulo). Leia mais sobre
isso aqui. Parte desta confusão surgiu de
passagens como Salmos 16:10:11 que diz: “Pois
não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja
corrupção. Far-me-ás ver a vereda da vida...”. No caso, “Inferno” não seria
a tradução correta deste verso. O correto seria “a sepultura” ou “Sheol”. Neste
contexto, na Cruz, quando Jesus disse ao ladrão ao Seu lado: “Hoje mesmo
estarás comigo no Paraíso”, o corpo do ladrão estava em uma sepultura, e sua
alma/espírito foi para o “Paraíso” esfera do Sheol/Hades (o Seio de Abraão
descrito na Parábola do Rico e Lázaro – Lucas 16:19-29). Nesta interpretação,
Jesus removeu todos os justos que estavam mortos e se encontravam no lado do
abismo chamado de Seio de Abraão e os levou consigo aos Céus. Sendo assim,
Dimas teria ido junto com todos os demais (os mesmos descritos em Efésios
4:8-10).
A discussão se estende pelo fato
de Dimas ter morrido um dia depois da consumação da morte de Cristo:
Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos
na cruz, visto como era a Preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram
a Pilatos que lhes quebrassem as pernas, e que fossem tirados. Foram, pois, os
soldados e, na verdade, quebraram as pernas do primeiro, e ao outro que com ele
fora crucificado; mas vindo a Jesus, e vendo-O já morto, não lhe quebraram as pernas”.
Jo.19:31-33
Há muito pano para manga! Discussão
para mais de metro...
Mas voltando ao centro da
discussão: Salvação no último minuto!
Sim, acredito que Deus nos concede o perdão aos 45 minutos
do segundo tempo. Dimas é uma prova disso. Entretanto, será que é tão fácil
assim, agir como Dimas agiu!? Será? Imagine-se nos últimos minutos de vida!
Será que você seria capaz de reconhecer o “escape” ao seu redor? Aliás, será
que as circunstâncias da vida lhe dariam oportunidade de ter alguns 30 segundos
para se arrepender antes do sopro de vida se ausentar de seus pulmões?
Se não bastasse isso, a Palavra nos diz que um abismo chama
outro abismo. Em outras palavras, um pecado chama outro pecado. É como certa
vez ouvi o Pastor Ricardo Gondim dizer: Imagine um homem que pulou em um lago e
nadou...nadou...nadou...até que a margem de onde ele partiu sumiu. Ele olha
para trás e não vê mais a margem de onde ele saiu, só vê água. Está tão
distante que não sabe se o melhor é seguir em frente e tentar encontrar uma
margem do outro lado ou se o melhor é voltar. Já não há mais forças nos braços
para dar braçadas, mas é preciso tomar uma decisão. Assim é o pecador, o
nadador que pula no lago do pecado e nada tanto, dá tantas braçadas, que quando
olha para trás, se vê perdido. Nada em direção a morte.
O pecado cega, anestesia a consciência. Nós vamos dando
braçadas e mais braçadas. E quando chegar os 45 minutos do segundo tempo
olharemos ao nosso redor e então procuraremos a margem do lago, mas só
enxergaremos a imunda água do pecado ao nosso redor. Neste “olhar ao redor”,
será que veremos o “escape”? Será que teremos a sorte de Dimas? Será que
teremos alguns segundos para discernir ao nosso lado, num corpo todo judiado
por chicotadas romanas, cusparadas, machucados... o escape, a salvação?
Se você está neste lago de pecado, agora, hoje, dando
braçadas atrás de braçadas, feito um atleta olímpico, com a consciência anestesiada
pelo pecado, nadando em direção a morte, descida agora sair desta condição.
Pare as braçadas e ainda que flutuando neste lago grite: Deus, me resgata!
O homem não pode se ajudar sozinho. Como disse Ed René
Kivits, auto ajuda é como um homem caído no chão utilizando a própria mão para
puxar os seus próprios cabelos para se levantar. Ajuda do alto é Deus nos
estendendo a mão para nos tirar do chão. É Deus nos resgatando do lago do
pecado e nos fazendo caminhar sobre as águas de volta para a margem da
salvação.
Abandone o discurso de que “buscar a Deus” é algo que se
pode fazer no futuro. Todo tempo que temos pertence à Deus. Nós não sabemos do
amanhã. Quem não sabe do amanhã não tem tempo. Somos seres criados para o hoje,
para o agora. Quando é tempo de buscar a Deus? Agora, já! Não temos a certeza
de que teremos a sorte de Dimas, de ter alguns minutos diante da morte para olhar
ao redor e reconhecer Deus. Mas podemos ter a certeza de que se vivermos agora
e já a consciência de que temos que buscar Deus agora, Ele nos encontrará.
Clame, do lago de pecado em que você estiver nadando...clame agora...Ele irá te
resgatar. Não deixe para os 45 minutos do segundo tempo...afinal de contas, não
sabemos quando o juiz dará o apito final para as nossas vidas.
Nada de excepcional havia em sua forma
N'ele não reconheci Deus em sua glória ali
Junto ao meu lado ali
Seu corpo esmagado ali
O inesperado pouco a pouco lá na Cruz
N'ele não reconheci Deus em sua glória ali
Junto ao meu lado ali
Seu corpo esmagado ali
O inesperado pouco a pouco lá na Cruz
Vi um menino escondido em seu sorriso
Eu vi mais que um homem
Afligido em sua maldição
Eu vi mais que um homem
Afligido em sua maldição
Como poderia ser Ele a minha honra?
Não podia entender Deus em sua glória ali
Junto ao meu lado ali
Seu corpo esmagado ali
O inesperado pouco a pouco lá na Cruz
Não podia entender Deus em sua glória ali
Junto ao meu lado ali
Seu corpo esmagado ali
O inesperado pouco a pouco lá na Cruz
Vi um menino escondido em seu sorriso
Eu vi mais que um homem
Afligido em sua maldição
Vi n'Ele esperança para mim
A luz que apaga a minha escuridão
Eu vi mais que um homem
Afligido em sua maldição
Vi n'Ele esperança para mim
A luz que apaga a minha escuridão
Lembre-se de mim no dia
Sei que nada sou uh uh ah
Senhor
Sei que nada sou uh uh ah
Senhor
Nada em troca pela vida
Tenho pra te dar uh uh ah
Me dou, me dou
Tenho pra te dar uh uh ah
Me dou, me dou
Oh ooh
Vi um menino escondido em seu sorriso
Eu vi mais que um homem
Afligido em sua maldição
Vi n'Ele esperança para mim
Eu vi n'Ele a luz que apaga a minha escuridão
Eu vi mais que um homem
Afligido em sua maldição
Vi n'Ele esperança para mim
Eu vi n'Ele a luz que apaga a minha escuridão
No paraíso ainda hoje
No paraíso ainda hoje
No paraíso ainda hoje
No paraíso ainda hoje
Eu viverei ainda hoje
No paraíso ainda hoje
Viverei viverei viverei
Viverei!
No paraíso ainda hoje
No paraíso ainda hoje
No paraíso ainda hoje
Eu viverei ainda hoje
No paraíso ainda hoje
Viverei viverei viverei
Viverei!
Que o Senhor, a Luz que apaga a nossa escuridão, nos abençoe, sempre e sempre, com Sua abundante Graça e Misericórdia!
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