sexta-feira, 28 de junho de 2013

VOCÊ É QUEM VOCÊ DIZ SER?

O filósofo Ralph Waldo Emerson certa vez disse “O que você faz fala tão alto que não consigo escutar o que você diz”. Você já parou para pensar em como as nossas atitudes dialogam muito mais com as pessoas do que as palavras que saem das nossas bocas?
 
Somos seres relacionais. Comunicamo-nos uns com os outros constantemente. Usamos todos os nossos sentidos como recursos de comunicação. Quando olhamos para alguém, o olhar pode carregar uma mensagem de raiva, ou de amor. Quando tocamos alguém, podemos estar fazendo cafuné ou dando um beliscão. De fato nossas atitudes escancaram ao outro o que somos.
 
Neste sentido, a vida da gente pode ser “N” mensagens. Por exemplo, o nosso viver pode ser uma “pregação”. Um viver que anuncia a boa nova de Jesus. Da mesma forma que o nosso viver pode ser um “nada com nada”. Um viver indiferente para com tudo. Também podemos viver para o nosso próprio eu. Um viver cujo a mensagem é para o meu “eu”. Tudo “eu”, “pra mim”, “meu”, “minha”...e por ai vai.
 
Não é à toa que o próprio filósofo Ralph Waldo Emerson também elaborou o seguinte pensamento: “O que nos outros chamamos de pecado, para nós é experiência”.
 
Quer saber quem realmente é uma pessoa? Observe o que ela faz!
 
O cristianismo nos convida a um passo além. Nos convida a aprofundar este conceito.
 
Jesus era extraordinário em “ler” pessoas. Muito mais do que “ler” situações, Ele “lia” corações. Não era por menos, pois o “negócio” para Jesus era gente. Para Jesus, pessoas eram mais valiosas do que coisas. E muito mais do que entender as atitudes das pessoas, Jesus entendia a intenção que estava por trás das atitudes. Neste sentido, Ele entendia aonde o coração da pessoa estava “ancorado”. O que aquela pessoa amava.
 
Santo Agostinho entendeu muito bem isso e afirmou: “Se quiser conhecer uma pessoa não observe oque ela faz mais sim o que ela ama”.
 
Se observarmos bem os ensinamentos de Jesus, veremos que a boca faz “meio que” o papel de um “dedo-duro” do nosso coração. Observe a seguinte situação:
 
Então levaram-lhe um endemoninhado que era cego e mudo, e Jesus o curou, de modo que ele pôde falar e ver. Todo o povo ficou atônito e disse: "Não será este o Filho de Davi?". Mas quando os fariseus ouviram isso, disseram: "É somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios". Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: "Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, então, subsistirá seu reino? E se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam os filhos de vocês? Por isso, eles mesmos serão juízes sobre vocês. Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus. "Ou como alguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali seus bens, sem antes amarrá-lo? Só então poderá roubar a casa dele. "Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha. Por esse motivo eu lhes digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na era que há de vir. "Considerem: uma árvore boa dá bom fruto; uma árvore ruim, dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto. Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom, do seu bom tesouro, tira coisas boas, e o homem mau, do seu mau tesouro, tira coisas más. Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras você será absolvido, e por suas palavras será condenado".
Mateus 12:22-37
 
Veja o que Jesus responde aos Fariseus no momento em que os mesmos O acusam de fazer milagres em nome de Belzebu:
 
Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração.
Mateus 12:34
 
A pergunta necessária então é: “Do que o seu coração está cheio?!” Ou se preferir...”Se Jesus estivesse lendo o seu coração agora, qual a mensagem que ele estaria revelando ao Cristo?”.
De fato Jesus “lê” os nossos corações constantemente. E é necessário sim saber aonde estão as intenções dos nossos corações, pois elas são os combustíveis de nossas atitudes. É necessário mergulhar nesta busca para identificar se a mensagem que a nossa vida transmite é uma hipocrisia. E aqui vale à pena frisar que hipocrisia não é a diferença entre o que você sente e o que você faz, mas sim a diferença entre o que você diz acreditar e o que você vive.
 
Se acreditamos na mensagem de Cristo então por que nossa vida não reflete os valores do Reino de Deus? Já parou para pensar que se você não gosta do seu irmão, quem tem um problema não é o seu irmão, é você?
 
Será que não estamos tão confortáveis nos discursos de “frases feitas” e “chavões evangélicos” pelo fato de acreditarmos que os mesmos são suficientes para nos trazer uma vida de santidade?
Pare e pense nas seguintes situações:
 
Você está andando nas ruas no centro de São Paulo. Milhares de pessoas ao seu redor. Você está comendo uma paçoca. Então ao terminar você joga o papel no chão. Agora, mudemos de ambiente. Você está no Museu do Ipiranga. Você abre uma paçoquinha para comer. Depois de comer a mesma, você joga o papel no chão.
 
Deixando de lado o fato de que jogar lixo no chão é, além de uma falta de educação, algo errado. Considerando apenas a mesma situação em cenários diferentes. A pergunta é em qual delas você se sentiria mais constrangido?
 
Obviamente que no museu, creio eu. Pois é um ambiente mais cuidado, limpo e teoricamente, frequentado por pessoas mais “educadas”.
 
De fato, nós cristãos, agimos assim. Na igreja, somos tendenciosos a agir com os santos, afinal é um lugar propício. Mas saindo de lá, nos transformamos. Você se sentiria mais constrangido em contar aquela “mentirinha” ingênua dentro ou fora da igreja?
 
Poxa, é esta a mensagem de Cristo?
 
Jesus nos convida a vivermos uma vida sem mascaras. Conscientes de que as intenções alavancadas pelo nosso coração provoquem atitudes com os valores do Reino de Deus. Isso implica no fato de que todo cristão é um pregador do Reino de Deus. Prega com a sua vida. Prega com o seu viver.
 
Gosto muito da frase de São Francisco de Assis que diz: “Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.”. É o entendimento correto para o pedido deixado por Jesus aos seus discípulos: “E disse-lhes: Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas.” Marcos 16:15
 
Hoje, os discípulos somos todos nós. Cristãos, imitadores de Cristo. E muito mais que imitar as atitudes de Cristo, devemos imitar as intenções de Cristo. Intenções que eram movidas por um coração submisso ao Pai, que é o Amor. Em outras palavras um coração repleto de Amor.
 
Volto à Santo Agostinho para alicerçar estes pensamentos:
 
Amar como Jesus amou é amar sem medida. E viver submisso ao Pai é o mesmo que pegar uma folha em branco, assiná-la e deixar que Deus nela escreva o que Ele quiser.
Uma coisa está imersa na outra.
 
Você é uma carta viva. Um poema vivo. Se hoje você não se vê como a mensagem que Deus queira que você seja, saiba que a sua situação atual não te define como pessoa. Você é o que Deus diz o que você é, não o que você pensa que é e nem o que as outras pessoas dizem quem você é. Veja com o coração, escute com o coração, fale com o coração, faça com o coração, perdoe com o coração e ame com o coração. Pense nisso.
 
“Eis meu segredo, é muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” Pequeno Príncipe
 
Que Deus abençoe as intenções que habitam em cada um dos nossos corações.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O SALÁRIO DA SANTIDADE É A PRESENÇA DE DEUS

Em minha “pequena” caminhada na Igreja, percebo muita gente que acha que para servir à Deus, tem que ser “perfeita”. Inclusive este fardo da “perfeição”, acaba influenciando e refletindo, até mesmo, na visão que estas pessoas tem sobre santidade. salvação, amor de Deus e tantos outros fatores importantes na caminhada cristã. 
 
 
Então creio ser necessário perguntar: será que Deus procura gente perfeita?
 
 
Esta é uma pergunta “delicada”. E responde-la é, de certa forma, caminhar sobre a linha tênue entre a ortodoxia e a heresia.
 
 
Como crer é também pensar, então vamos maquinar alguns pensamentos.
 
 
Para alicerçar uma resposta coerente com a Palavra de Deus, gostaria de primeiramente levantar um ponto: o conceito de “perfeição” é relativo. O que você enxerga como “perfeição” não é necessariamente o que Deus tem como “perfeição”.
 
 
Acredito que um bom cristão, tem como ponto de partida, de fundamento de vida, a Lei que Deus revelou a Moisés sobre a luz do entendimento da Vida, Morte e Ressurreição de Cristo. 
 
 
Agora, já parou para pensar, quem de nós é capaz de cumprir toda a Torá (a Lei revelada por Deus a Moisés)?!
 
 
Só Um Homem, em toda a história, conseguiu. Jesus, o próprio Deus encarnado.
 
 
Alguns teólogos dizem que, para você entender a verdadeira graça de Deus e a real essência do que Cristo fez por nós na Cruz, é preciso primeiramente tentar cumprir toda a Torá. Isso por que, tentando cumprir todos os mandamentos de Deus, você verá que é impossível faze-lo.
 
 
É como se a lei de Deus estivesse um “duvido” implícito pela parte de Deus. Mais ou menos assim: “Duvido você não roubar, duvido você não mentir, duvido você não matar, duvido você não pecar. E ainda, duvido você cumprir tudo ao mesmo tempo plenamente em toda sua existência”. 
 
 
Se isolarmos a lei de Deus sem ter Jesus como entendimento da mesma e tomarmos isso como parâmetro de perfeição, então podemos afirmar com todas as letras: jamais seremos perfeitos!
 
 
Entretanto, se Jesus estiver imerso no entendimento da Torá, o cenário muda. Isso por que Cristo cumpriu a lei por todos nós. E Jesus, que é Deus, fez isso em condição humana (100% homem e 100% Deus). Neste sentido, Jesus, o próprio Deus encarnado, se fez perfeito por todos nós.
 
 
Ai está a chave de entendimento da perfeição que todo o Cristão deve ter. Deus sabe que você jamais irá conseguir ser perfeito na Lei que Ele mesmo nos proveu. Mas te proporcionou um meio de alcançar esta perfeição: a Misericórdia do Santo Sangue de Jesus.
 
 
Aqui entra em cena algo extraordinário: Se só quem consegue cumprir toda a lei de Deus é perfeito, e por consequência não tem pecado. E se o salário do pecado é a morte. Jesus foi o único que conseguiu cumprir toda a lei de Deus e ter uma vida santa. Conseguiu êxito e vitória sobre o pecado pois viveu em total submissão à Deus. E tendo uma vida santa, jamais seria digno de receber como pagamento a morte. Pelo contrário, se por um lado temos a morte como o salário do pecado, por outro lado, temos como salário da santidade a vida eterna, a presença de Deus. E foi isso que Cristo recebeu. Ele não só recebeu como compartilhou esta vitória com toda a humanidade. Fez isso na Cruz se entregando e derramando o seu sangue. A consequência disso: a morte da morte na morte de Jesus.
Bom, mas como ser perfeito em Jesus?
 
 
Antes de responder esta pergunta, acompanhe esta fábula abaixo. Usarei a mesma para ilustrar alguns pensamentos:
 
 
“Um carregador de água, na Índia, levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do Senhor para quem o carregador trabalhava. O pote rachado sempre chegava com água apenas pela metade.


Foi assim por dois anos. Diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu Senhor. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição. Sentia-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que lhe havia sido designado fazer.


Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote rachado, um dia, falou para o carregador à beira do poço: — Estou envergonhado. Quero lhe pedir desculpas.
 
 
— Por que? — perguntou o homem. — De que você está envergonhado?


— Nesses dois anos — disse o pote — eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho que leva à casa de seu Senhor. Por causa do meu defeito você não ganha o salário completo dos seus esforços.


O carregador ficou triste pela situação do velho pote, e, com compaixão, falou: — Quando retornarmos à casa do meu Senhor, quero que observes as flores ao longo do caminho.


De fato. À medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou muitas e belas flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas, no fim da estrada, o velho pote ainda se sentia mal, porque, mais uma vez, tinha vazado a metade da água, e, de novo, pediu desculpas ao carregador por sua falha.
 
 
O carregador, então, disse ao pote: — Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho? Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu Senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.”
 
 
Vamos fazer um exercício:
 
 
Jesus é o homem que carrega os potes. Nós somos o pote rachado. Imagine que o Espírito Santo seja a água.  
 
 
Nós somos imperfeitos. Temos nossas rachaduras causadas pela queda em Genesis 3. Jesus nos enche sempre com o Seu Espírito Santo. Mas as nossas rachaduras fazem com que o mesmo vaze. Mesmo sabendo que somos rachados, Jesus nos mantém em serviço. Segue nos enchendo com o seu Espírito Santo.
 
 
Veja que, ainda que as rachaduras estejam presentes, o caminho pode ser florido.
 
 
E ai vem a chave para a resposta. Jesus deseja que você, ainda que tenha rachaduras causadas pela quedam seja íntegro em tudo o que for fazer à Ele. Que siga servindo fielmente. A rachadura estará presente, pois somos potes caídos. Mas a integridade de estar ali presente também, permitindo-se encher pelo Espírito Santo, pela vontade de Jesus.
 
 
A perfeição do cristão se fundamenta em ser íntegro, consciente de que não merecemos o que Cristo fez por nós. Afinal qualquer um jogaria o pote rachado no lixo. Mas Jesus insiste em nos usar. A perfeição do cristão parte da cruz e causa a consciência de que o sacrifício de cristo nos remete ao compromisso de viver uma vida onde pecado não é mais uma escolha, e sim acidentes. Já não peco mais por seguir na lógica da queda. Mas com certeza pecarei por circunstâncias de acidentes. E quando isso acontecer, correrei para a Cruz, em arrependimento, buscando a misericórdia e o perdão de Deus. Essa é a perfeição que Deus espera de cada um de nós. Nisto consiste a santidade que Deus espera por nós. É assim que somos livres da perfeição que o homem propõe. É assim que aderimos a perfeição que Deus propõe.
 
 
"Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celestial"- Mateus 5:48
 
 
Jesus é perfeito por nós. Isso não é um convite à libertinagem. Pelo contrário, a perfeição que nós homens, recebemos por parte de Jesus, é um convite a viver segundo os valores do Reino de Deus. Um convite a sermos imitadores do Cristo. Um convite que resulta em liberdade. Liberdade em Jesus. 
 
 
Eu, você, todos nós, somos potes com rachaduras. Qualquer pessoa considera um pote rachado como inútil, e por consequência jogaria o mesmo no lixo. Jesus vai na contra-mão, insiste em nos usar e transforma as nossas rachaduras em um meio de tornar a estrada da vida mais florida.
 
 
A condição atual do ser humano caído é: “O salário do pecado é a morte”
 
 
A condição daqueles que são conscientes do sacrifício de Cristo é: “O Salário da Santidade em Jesus é a presença de Deus”.
 
 
E onde Deus está presente, o Paraíso se faz presente.
 
 
Que Deus abençoe cada um de nós, transformando nossas rachaduras em ferramentas de Seu Reino. Convertendo nossa desgraça em graça. Que Jesus de Nazaré nos auxilie a ser íntegros apesar de nossas rachaduras. Amém.

terça-feira, 25 de junho de 2013

ATÉ NISSO SOMOS FALHOS

“Pai, capacita-nos a receber suas bênçãos, por que até nisso somos falhos”

Certa vez ouvi uma pessoa orando assim, e confesso que num primeiro momento estas palavras soaram estranhas ao meu coração. Entretanto, depois de ruminar pensamentos sobre as mesmas, cheguei a conclusão de que esta é uma oração, não apenas válida, mas necessária. As Escrituras Sagradas nos contam o seguinte relato...

E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia;
E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe;
E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós.
E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.
E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz;
E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.
E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?
Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?
E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.
Lucas 17:11-19

Receber uma benção não é sinônimo de ser salvo. Ser abençoado por um milagre, não é o mesmo que ter o nome escrito no livro da vida. Óbvio!? Será!? Então por que a prioridade para tanta gente é alcançar bênçãos e milagres e não alcançar salvação? Já parou para pensar nisso?

Imagino que diariamente Jesus cura não apenas 10, mas milhares de leprosos espirituais pelo mundo. Entretanto poucos são como este que voltou para agradecer a Jesus.

Entendo que Jesus tenha feito o milagre da cura dos 10 leprosos para atestar que Ele era o Messias. Só que dentro desse contexto,
é possível ver explicitamente que o único leproso que alcançou salvação foi o que voltou para agradecer a benção para Cristo. De certa forma podemos dizer que Ele alcançou salvação através do ato de gratidão. Ele reconheceu de onde nasceu o milagre e glorificou à Jesus por isso.

Em tempos como o nosso, é preciso identificar se estamos indo na euforia dos 9 leprosos, que são movidos pela consciência da benção em um fim em si próprio, ou se estamos no “time” do leproso que reconheceu que muito mais importante que a benção em si, é Quem detém o amor de abençoar!?

Creio que realmente é necessário ter discernimento para receber bênçãos. Não só no fato de identificar e reconhecer da onde veio a mesma e demonstrar gratidão, mas muito mais em não tornar a mesma uma “idolatria” pessoal.

Jamais a benção será maior do que o Deus que abençoa. E ainda, jamais uma benção será um fim em si própria. Creio que Deus opera bênçãos e milagres diariamente para que um propósito seja cumprido: Que Seu Santo Nome seja glorificado através da salvação de cada um de nós.

Agora, é necessário dizer algo importante: Nem todo conceito de milagre e benção que existe em sua mente é o mesmo conceito de milagre e benção no entendimento de Deus.

Em outras palavras, nem tudo aquilo que você considera uma benção ou um milagre, necessariamente, Deus irá considerar como o tal.

Da mesma forma, nem tudo aquilo que para você é uma maldição, para Deus será necessariamente uma maldição.

Ora pense: Ganhar na loteria, para você é uma benção. Mas Deus, em Sua Soberania, sabe que você poderá corromper o seu coração e passar amar mais o dinheiro do que à Ele.

Da mesma forma que você pode ser estéril, e considerar o fato de não poder ter um filho uma maldição. Mas Deus, em Sua Soberania, sabe que uma guerra está por vir, bem onde você vive, e que todas as crianças, inclusive recém nascidos, serão assassinadas.

Benção e maldição tem que ser analisada dentro de um contexto. O contexto do ser humano é a queda causada pela desobediência em achar que podemos viver sem Deus. Então é necessário sim clamar a Deus para que nos capacite à receber Suas bênçãos e milagres.

Acordar todas as manhãs é uma benção. Sentir dor de dente é uma benção. Envelhecer é uma benção. Estar vivo é uma benção. Poder participar da História da Redenção que foi escrita pelo próprio Deus é uma benção. Tantas outras coisas que para nós é o natural, se olharmos com uma visão clínica, usando as Escrituras Sagradas como lente, chegaremos a uma conclusão de que é uma benção. E nem para receber essas bênçãos somos capacitados. Desde o fato de cuidarmos da nossa saúde de qualquer jeito ao fato de nunca agradecermos. Nestas coisas simples e em tantas outras somos desqualificados.

Por estes e tantos outros motivos é necessário orar sim: Pai, capacita-nos a receber suas bênçãos, por que até nisso somos falhos.

Somos falhos em tantas coisas...em orar, adorar, arrepender-se, perdoar, louvar, prestar culto...a lista é enorme!´

A boa notícia é que no Espírito Santo de Jesus, podemos sanar estas falhas. Não é à toa que Ele intercede por nós através de gemidos inexpremíveis.

Que o Senhor mantenha sobre nós a Sua Graça e Misericórdia no Santo Nome do Senhor Jesus. Amém.

VOCÊ DIZ QUE SEU DEUS NÃO ENTENDE, MAS VOCÊ NÃO ENTENDE SEU DEUS

Renato Russo cantou “Pais e Filhos” para uma geração. Desta canção, gostaria de fatiar uma estrofe e usar como base para um pensamento: “Você diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais”.

Imagino que poderíamos parafrasear este pensamento da seguinte forma:

“Você diz que seu Deus não entende, mas você não entende seu Deus”

Será que seria uma grande ignorância afirmar isso!?

Em tempos onde templos e mais templos estão abarrotados de pessoas buscando um Deus que solucione os “nossos” problemas em um estalar de dedos, existe a realidade da benção (do milagre) não vir e é natural sermos tentados a dizer: “Deus não entende o meu lado”.

Sendo assim, creio ser necessário perguntar: Será!? Será que o problema está em Deus entender o nosso lado?! Ou será que o problema todo não está no fato de não entendermos o lado de Deus?

O homem acha que tem direitos à argumentar com Deus. Barganhar com o Senhor. Se esquece que o único direito que o homem tem é chamado “Inferno”. Talvez se todo pensamento humano partisse desta premissa, veríamos que não há o que argumentar e só o que agradecer, pois tudo o que vem de Deus para nós é imerecido da nossa parte. Isso se chama graça. A iniciativa de Deus fazer por nós sem que Ele leve em conta quem nós somos. É Ele ser quem Ele é independente de quem nós somos. É Deus agir primeiro, antes de nós.

Enquanto o homem está aqui, deste lado da existência, dizendo para Deus “Você não me entende”. Deus está dizendo do outro lado “Te  entendo como ninguém jamais entenderá, Sou o Único que lhe entender por completo, afinal Eu lhe criei”.

Temos o desafio de entender o misterioso. Entender o mistério que deseja Se revelar. Talvez buscamos bênçãos e mais bênçãos simplesmente por não entender quem Deus é. Pois se entendêssemos quem Ele realmente é não O buscaríamos pelo que Ele pode dar ou fazer por nós, e sim pelo fato de Quem Ele é: Deus.

O problema nunca, jamais esteve em Deus. O problema sempre esteve em nós. Enquanto não entendermos isso, acharemos que “Deus não nos entende”, quando, de fato, a verdade é que nós não entendemos à Deus.

Quando isso acontecer, termos arrogantes e egoístas como “eu determino”, “meus direitos” e tantos outros sumirão do vocábulo do cristão e darão lugar à palavras de arrependimento e gratidão ao Senhor. Quando isso acontecer, Jesus deixará de ser um ídolo na vida de muitas pessoas e será reconhecido como Deus. Quando isso acontecer os templos deixarão de ser leilão de bênçãos para assumir o papel de casa de oração.

A má notícia é que tá muito mais fácil aprender japonês em braile (como diria Djavan) do que muitos cristãos entenderem isso, que o problema está no homem e não em Deus.

Que o Senhor nos abençoe expandindo cada mais vez a consciência de que somos merecedores inferno (tão somente), para que a singularidade da experiência da cruz de Jesus ecoe em nosso ser.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

ENTRE AS FLORES E O PRATO DE ARROZ

Jesus fez também a seguinte comparação: "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco?
O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre.
"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho?
Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão".
Lucas 6:39-42

Talvez, Jesus poderia ter resumido este ensinamento com a seguinte parábola:

“Certa vez, um homem estava colocando flores no túmulo de um parente, quando avistou um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele virou-se para o chinês e perguntou:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês prontamente lhe respondeu:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores.”

Achamos que somos donos da verdade. Uma verdade absoluta! Que pretensão a nossa não?! Só pelo fato de irmos a Igreja, domingo após domingo, consideramo-nos mais “santos” que os que estão fora da Igreja. Bom...de fato, respeitar as opções dos outros é uma das maiores virtudes do ser humano. Mas será que nós, que nos consideramos Cristãos, fazemos isso?

Pessoas são diferentes. Por consequência, agem e pensam de formas diferentes. Somos desafiados a não julgar e tente apenas compreender. Em tempos de “Cura Gay” vale à pena perguntar: Será que o discurso de que amamos os homossexuais mas repudiamos o homossexualismo é realmente o melhor comportamento que o Cristão deve ter?!

Homossexualismo não é crime (se tiver dúvida consulte a legislação brasileira). Mas muitos evangélicos o tratam como se fosse (pois a Palavra diz que é pecado, e, deixo claro, de fato eu creio que seja pecado). Mas será que o melhor caminho é fazer um “entroncamento” entre a constituição brasileira e a Torá? Será que temos discernimento para fazer isso?! Proponho mudarmos radicalmente o ponto de vista, partindo de algo que não é crime para algo que é crime, na legislação brasileira.  

Pense num pedófilo. Será que o comportamento do cristão perante a um pedófilo é sair por ai dizendo que ama o abusador de crianças mas repudia o ato dele abusar de menores?

Pense ainda desta forma: Devo amar um estuprador e repudiar o ato de estupro do mesmo!?

Se pedofilia e estupro é crime, por que não recebem o mesmo foco que é dado para o homossexualismo?

Não sou ativista gay, nem estou fazendo apologia a pedofilia e nem ao estupro. Estou questionando, como cristão, a nossa postura de seguidores de Cristo?!

Queremos fazer descer “goela abaixo” uma cura gay para a sociedade, mas será que realmente é esta a atitude que o Cristianismo nos convida!?

Será que teremos que elaborar pacotes e mais pacotes de cura para os diversos problemas da nossa sociedade!? “Cura Estupro”, “Cura Político Corrupto”, “Cura Pedofilia”, “Cura para Traficante de Drogas”, etc.

Como queremos propor cura para outras pessoas que estão, “supostamente” doentes, se não conseguimos nos curar?!

Sou cristão, heterossexual, e não sou a favor ao homossexualismo, muito menos ao casamento gay. Mas não tenho fobia a quem seja homossexual. Tenho sim, fobia a pastores evangélicos inescrupulosos que dizem representar Jesus, mas que na verdade representam apenas interesses próprios. Homossexuais são homossexuais em nome de si próprios. Pastores inescrupulosos são inescrupulosos em nome de Jesus.

Os homossexuais não precisam de pacotes “cura gay”, precisam de acolhimento (e acolhimento não é ser a favor do homossexualismo nem de casamento gay). Acolhimento como o que Jesus propôs a tantas pessoas que cruzaram o caminho Dele. Talvez quem precise de um pacote de “cura” sejam nós, cristãos bitolados, fariseus cegos. Cristãos que se esqueceram dos valores da Graça e do Evangelho de Cristo. Olhando para a bancada evangélica e para muitas igrejas, creio que nos dias de hoje uma “cura para cristãos cegos” se encaixe muito mais do que uma “cura gay”.

A “Cura Gay” não é o caminho para acolher e dialogar com homossexuais. Não é o caminho para um convívio. Um pacote com ideias “pré-elaboradas” e “preconceituosas” está longe de ser uma porta de abertura para diálogo. E dialogar é necessário, pois como um homossexual ou um pedófilo, ou qualquer outro ser irá ter entendimento da Palavra se eles são barrados nas igrejas?! Como conhecerão a verdade, se são excluídos de ouvirem a verdade?

Somos religiosos levando “flores” ao túmulo de nossas verdades, observando ao nosso lado os homossexuais levando “pratos de arroz” aos túmulos de suas verdades. Cegos que querem guiar “supostos” cegos, caminhando à beira de um abismo. Verdades mortas, pois toda verdade que não se fundamenta no Amor não está em Cristo (1 Coríntios 13). Esquecemos que não há uma verdade absoluta em nossas mãos. Pois verdade absoluta só existe nas mãos de Deus. E muito mais que uma simples verdade absoluta, Deus tem em mãos uma verdade absoluta que é alicerçada no amor.

Fora da verdade alicerçada pelo amor, um prato de arroz ou um vaso de flores darão no mesmo, pois são alicerces à verdades mortas, inexistentes no Reino de Deus. Não adianta alegar que o amor dos homosexuais é "distorcido" perante as Escrituras Sagradas se o nosso também for.
Voltemos ao Evangelho da Graça e que esta volta seja movida pelo primeiro amor.

SANTA GUERRINHA DE TRAVESSEIROS

As vezes tenho a impressão de que a Palavra de Deus é uma Carta de Amor escrita pelo Pai a cada um de nós. E ainda, vou além, as vezes acho que esta carta se encaixa muito mais como um “elo” do que, simplesmente, uma mensagem em “si”. É como diria Rubem Alves: “Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel.”.

Doce ilusão a minha? Talvez! Mas de fato, muitas vezes sinto um vazio tremendo dentro de mim, e ao encontrar-me com a Palavra de Deus, sinto como se estivesse sendo tocado por Deus.

Volto a Rubem Alves, que certa vez esboçou o pensamento: " Toda separação é triste. Ela guarda memória de tempos felizes (ou de tempos que poderiam ter sido felizes) e nela mora a saudade."

O pecado nos separa de Deus. Mas o sangue de Cristo nos traz reconciliação com o Pai. Talvez não lembremos com exatidão, de forma clara, explícita e concreta em nossas mentes o tempo em que o primeiro amor habitou em nossa alma. Mas de fato, creio que todos nós, em algum momento, tenha experimentado esse amor. Creio que esta experiência seria a exata sensação de conviver com Deus no Éden, antes de Adão e Eva terem desobedecido à Deus.

As vezes sinto o vazio. As vezes sou o vazio. Deus me envolve em ausência. Me envolve em amor. Mas o ambiente que me cerca muitas vezes cega os meus sentidos. E muito mais que não perceber que me fiz parte do ambiente, que chamamos mundo, não percebo que Ele me ama.

Há uma infinita vontade de voltar para Casa. Olhar o Pai nos olhos. Brincar com Ele. Pular em cima da cama. Fazer uma “santa” guerrinha de travesseiros. Escutar explicitamente as Suas gargalhadas se encontrarem com a minha. Sinto uma infinita vontade de sentar em um balanço, fechar os meus olhos e sentir as mãos do Senhor me empurrar suavemente. Deixar a brisa do “vai e vem” tocar o meu rosto. Sinto vontade de jogar um gol a gol com o Pai Celestial. De sentar a beira de um lago e pescarmos lambaris. Sinto uma vontade infinita de fazer um bolo com meu Pai e no final, quando formos colocar a cobertura, lambuzar o nariz Dele com chocolate. Sinto uma imensa vontade em me deitar na beira da praia com meu Pai, sentir a onda do mar beijar os nossos pés. Fazer castelos de areia sem se importar se o mar irá destruí-lo ou não. Sinto vontade de estar com o Pai.

Sinto uma infinita vontade de estar com o Pai. Um infinito do tamanho do Pai. Um infinito que ecoa: “Maranata, Ora Vem Senhor Jesus Para Nos Resgatar”.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

ASAS DA LIBERDADE OU ASAS DA LIBERTINAGEM

“Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar”. Rubem Alves
Amar só é possível se haver liberdade. Quem ama não acorrenta. Quem ama não aprisiona. Quem ama se torna vulnerável tanto para a alegria quanto para a tristeza.

Deus é o Amor. Então você me questiona: você está insinuando que  o Deus da Bíblia é vulnerável!?

Muito mais do que insinuar, estou afirmando, que as Escrituras Sagradas nos mostra um Deus que optou por se fazer vulnerável. Um Deus que optou por se esvaziar de todo o Seu poder. Um Deus que tomou forma de um bebê. Um Deus que abriu mão de toda Sua soberania para evidenciar que o Seu Caráter é o amor.

O homem é como o pássaro pousado no dedo de Deus. Tem liberdade para voar. Não há correntes, nem gaiolas. Pelo contrário, há um imenso céu que se desmancha no horizonte diante de suas asas. Afinal de conta, pássaros possuem asas, foram feitos para voar, ser livre. Da mesma forma o homem.

Agora, a pergunta é: Que tipo de sentimento move suas asas?

Pergunto isso por que imagino que ao responder este questionamento, você automaticamente determina que tipo de voo você dá.

Adão e Eva ao desobedecerem à Deus, deram um voo de queda. O filho pródigo deu um voo para longe do Pai. E não só nas Escrituras, mas olhe ao seu redor, olhe para si mesmo e veja quantos voos suicidas estamos dando. Somos “kamikazes”. Voamos para matar os outros e matar a nós mesmos.

Jesus voou pelo Pai. Jesus voou para o Pai. Bateu asas em obediência à Deus. Alçava voos orquestrados pelo Pai e pousava novamente no dedo de Deus.

Que tipo de voo estamos dando? O que há dentro de nossos corações, que determina o nosso bater de asas? Voos rebeldes? Voos orquestrados pelo Pai? Voos de liberdade ou voos de libertinagem?

O amor nos permite a liberdade. Mas liberdade não é o mesmo que libertinagem. Quem confunde liberdade com libertinagem alça voo para a escravidão das coisas do mundo. Na liberdade há respeito. Na liberdade há os valores de Cristo. Na liberdade há o amor em sua essência. Só o amor liberta. Na libertinagem o amor é distorcido, voltado para o próprio “eu”. A libertinagem da asas ao ego. A libertinagem faz o homem alçar voo ao seu próprio ego.

Voe com as asas de Jesus. Voe consciente que o Seu bater de asas é orquestrado por Deus.

RESPONDA A PERGUNTA DE CAIM

Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Caim. Disse ela: "Com o auxílio do Senhor tive um filho homem".
Voltou a dar à luz, desta vez a Abel, irmão dele. Abel tornou-se pastor de ovelhas, e Caim, agricultor.
Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor.
Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta,
mas não aceitou Caim e sua oferta. Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou.
O Senhor disse a Caim: "Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto?
Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo".
Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: "Vamos para o campo". Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou.
Então o Senhor perguntou a Caim: "Onde está seu irmão Abel? " Respondeu ele: "Não sei; sou eu o responsável por meu irmão? "
Disse o Senhor: "O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando.
Agora amaldiçoado é você pela terra, que abriu a boca para receber da sua mão o sangue do seu irmão.
Quando você cultivar a terra, esta não lhe dará mais da sua força. Você será um fugitivo errante pelo mundo".
Disse Caim ao Senhor: "Meu castigo é maior do que posso suportar.
Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará".
Mas o Senhor lhe respondeu: "Não será assim; se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança". E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que ninguém que viesse a encontrá-lo o matasse.
Então Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden.
Gênesis 4:1-16

“Sou eu responsável por meu irmão!?”, esta é a pergunta de Caim à Deus. Você já parou para pensar em, como esta pergunta esta subliminarmente presente em nossas vidas?. Não percebemos, mas, de forma subliminar e automática, respondemos esta pergunta de Caim com um efusivo e indiferente “não”. Um “não” silencioso, como um câncer que se alastra no corpo de forma calada, que não provoca dor alguma e só se descobre tardiamente, apenas por um acaso da vida.

Estou pegando pesado?

Ora, então vamos ver.

Frio recorde em São Paulo, terra da garoa. Você jantou, tomou seu banho, assistiu a novela das 20:00, escovou seus dentes e colocou aquele pijama gostoso e quentinho. A cama aconchegante te espera. Você faz as suas orações e vai dormir. Minutos antes de adormecer, com um cobertor quentinho te esquentando e com a cabeça em um travesseiro, daqueles feito com o macio material da NASA, será que passa na sua mente em que condições irão dormir os milhares de moradores de rua que estão espalhados pela cidade? Sim, aqueles que dormem sobre um resto de caixa de papelão molhado. Papelão que outrora era embalagem da TV de LED, 50 polegadas, que possivelmente possa estar na parede de sua casa. Será que nestes segundos antes do seu sono aconchegante, você pensa se estas pessoas dormirão com fome ou com sede?

Quando Caim pergunta à Deus, “Sou eu responsável por meu irmão?”, ele faz o questionamento já com uma resposta pronta dentro de seu coração. O mesmo efusivo “não” que está presente em nossos corações. Sim, pois de fato, por natureza, somos tendentes ao egoísmo. Essa é a essência do pecado de Lúcifer. O mesmo pecado que aderimos. Essa pergunta de Caim à Deus, já tem a resposta previamente pronta dentro de nós. Uma resposta que consideramos, erroneamente e ilusoriamente, eficaz a nós mesmos e a Deus.

Temos que nos lembrar de que antes de Caim perguntar à Deus, “Sou eu responsável por meu irmão?”, Deus faz uma pergunta a Caim: “Onde está o Seu irmão?”

Por trás desta pergunta de Deus a Caim, existem muitas coisas. Existe o segundo maior mandamento de todo cristão, amar ao próximo como Deus nos ama. Existe o compromisso de vivermos com os olhos acolhendo carinhosamente todas as pessoas que estão ao nosso redor. Existe o compromisso de que não devemos ir à presença de Deus sem levar conosco os nossos irmãos. Existe o conceito proposto por Deus de que Seu Reino é um ambiente para que todos sejam unidos.

A maior prova disso é o modelo de oração que Jesus nos deixou. No mesmo, encontramos “Pai Nosso”, “Pão Nosso”, “Nossas Ofenças”...e por ai vai...sempre com o pronome “nós” e não “eu”.

O cristianismo nos convida a ousadia de viver respondendo sempre a pergunta “Sou eu responsável por meu irmão?” com um efusivo “Sim”, para que esta pergunta não seja uma retórica a Deus quando Ele nos perguntar “Onde está o Seu irmão?”.

Vivendo consciente que a resposta da pergunta de Caim é um “sim” constante, teremos na ponta da língua a resposta para a pergunta que Deus com certeza está constantemente fazendo a cada um de nós: “Onde está seu irmão?”.

Esse é um passo fundamental para que o Cristão, aprendendo a amar à Deus sobre todas as coisas, ame ao seu próximo como Deus nos ama.

“Caim, Douglas, João, Fulano, Siclano... Onde está Abel? Cadê o seu irmão? Onde ele está?”...esta é a pergunta que passa batido por nossos ouvidos quando oramos.

Será que temos a resposta? E ainda, será que a nossa resposta é: “Está ali debaixo da ponte, dormindo em uma caixa de papelão.”

Já parou para pensar que corremos o risco de Deus nos perguntar: “E como é que você consegue viver esta vida cheia de conforto enquanto seu irmão dorme nas “ruas da indignidade”?”

Sim, por que de certa forma é o mesmo sentido implícito na última pergunta que Deus faz a Caim: “O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando.”

Muitos teólogos dizem que Caim foi condenado à vida! Outros dizem que Caim permanece vivo por misericórdia de Deus.

Vejamos...

Disse o Senhor: "O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando.
Agora amaldiçoado é você pela terra, que abriu a boca para receber da sua mão o sangue do seu irmão.
Quando você cultivar a terra, esta não lhe dará mais da sua força. Você será um fugitivo errante pelo mundo".
Disse Caim ao Senhor: "Meu castigo é maior do que posso suportar.
Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará".
Mas o Senhor lhe respondeu: "Não será assim; se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança". E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que ninguém que viesse a encontrá-lo o matasse.
Então Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden.

Por muitas vezes bati na tecla que o inferno é o lugar onde Deus não está presente efetivamente. Isso não quer dizer que ali a Sua vontade não esteja sendo feita, pelo contrário, no inferno a vontade de Deus é soberana, e é por isso que creio que o mundo em que vivemos, apesar de ser (para muitas pessoas) parecido com o inferno, não é o efetivamente o inferno, pois a vontade de Deus aqui não é plena (prova disso são os próprios moradores de ruas, crianças do Sudão, etc.). Entretanto, creio que Caim vivencia o inferno em vida. Uma mescla de misericórdia com condenação (nem sei se isso é possível), talvez?!

Mas imagino que, de certa forma, conviver com a culpa de não ser responsável por seu irmão, e como consequência disso ter assassinado o mesmo, tenha sido mais doloroso para Caim do que a própria morte. E aliado a isso, enfrentar a Culpa sem Deus por perto tenha sido ainda mais insuportável.

Talvez esse seja o modelo do inferno eterno. Não sei. Mas será que vale à pena correr o risco para saber? É claro que esta não é a essência de se tornar Cristão, pois temos que buscar o Cristo por quem Ele é e não simplesmente pelo anseio de ir para o inferno. Mas enfim, não há como negar, naturalmente uma coisa está implícita na outra, pois além de ser Deus, Jesus é o nosso Salvador.

O sangue de Abel clama da terra. O frio, a fome, a sede, a indignidade de pessoas, a ausência do Reino de Deus na vida de homens clamam pelos becos e vielas do mundo. Deus nos diz: “Ouça!”. Será que estamos ouvindo?

Dê um passo fundamental. Ouse responder a pergunta de Caim “Sou eu responsável por meu irmão?” com um Sim. E que muito mais que uma simples resposta, que seja este “sim” um compromisso para viver em pró do próximo, ainda que este próximo seja um “marginalizado”, ainda que este próximo seja de outra religião, raça, time de futebol, ou qualquer outra coisa que você não concorde. Aonde houver uma pessoa escravizada pela indignidade do mundo, é responsabilidade de cada um de nós ir até esta pessoa e dizer: “Sou responsável por você. Sou responsável por você em Cristo Jesus. E Eu não viveria assim. Por este motivo, você não pode viver assim.”

Certa vez ouvi o Pastor Ed René Kivitz dizer esta ilustração sobre responsabilidade (vou relatar com minhas palavras a essência do pensamento):

“Um sujeito passa pelo corredor do prédio e vê um extintor de incêndio mau pendurado, fixado erroneamente. Ele pensa: “ – Uma hora este extintor vai cair e causar um acidente com alguém. O sindico precisa arrumar isso!”. No dia seguinte, ele sai e ouve duas pessoas conversando. Então ele pega um trecho da conversa, onde um diz ao outro: “ – O extintor despencou e caiu na cabeça da filha de fulano”. Ao ouvir isso, o sujeito, que no dia anterior tinha visto o extintor pronto para despencar, afirma: “ – Ontem eu passei aqui e pensei: Uma hora este extintor vai cair e causar um acidente com alguém. O sindico precisa arrumar isso!”

A pergunta é, de quem era a responsabilidade de arrumar aquilo?!

Do sindico!? Será que só dele?!

Quando vemos alguma coisa errada, a partir daquele momento, a responsabilidade também passa a ser nossa. Da mesma forma, quando passamos por uma pessoa marginalizada, de certa forma a responsabilidade também é de cada um de nós.

Jesus contou a conhecida parábola “do bom samaritano”.

E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar.
Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.
Lucas 10:30-37

Veja que o sacerdote (nos dias de hoje um pastor) e o levita (nos dias de hoje um “astro” gospel) passaram ignorando o homem caído. Em outras palavras, passaram pelo extintor de incêndio mal pendurado, prestes a cair. Como você acha que estes homens respondem a pergunta de Caim: “Sou eu responsável por meu irmão?”??? E antes disso...qual é a respostas destes homens à pergunta de Deus: “Onde está seu irmão?”???

O Samaritano (que era considerado como a ralé, o “zé povinho”, pelos Judeus) foi o único que respondeu a pergunta de Caim com um estrondoso e misericordioso “sim”. E muito mais que responder a pergunta de Caim, ele cuidou do que estava jogão na beira do caminho. E ainda, muito antes de responder a pergunta de Caim, respondeu a pergunta de Deus. Como se Deus lhe perguntasse: “Onde está seu irmão?”. E o samaritano (que pode ser nos dias de hoje um espírita, um macumbeiro, um homossexual ou qualquer outra pessoa vítima de um preconceito evangélico) respondesse: “Ta ali Senhor, machucado e jogado à beira do caminho e eu vou cuidar dele”. Em outras palavras o samaritano tirou o extintor da parede, foi em casa, buscou furadeira, parafusos e fixou o mesmo corretamente na parede.

Somos responsáveis por nossos irmãos?

Que Deus nos abençoe.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

É VOCÊ OU NADA

Todos os publicanos e "pecadores" estavam se reunindo para ouvi-lo.
Mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: "Este homem recebe pecadores e come com eles".
Então Jesus lhes contou esta parábola:
"Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la?
E quando a encontra, coloca-a alegremente sobre os ombros
e vai para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida’.
Eu lhes digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se".
Lucas 15:1-7

É mais um dia em que você chega em casa cansado. Senta-se no sofá e liga a televisão para assistir as notícias do Jornal Nacional e se atualizar. Então o Willian Bonner diz: “ – Atentado terrorista mata 1 homem na Jordânia”. Então, meio que automaticamente, você pensa: “ – Mais um”.

Muito longe de ser um conto, esta é uma realidade muito comum que vivemos. Então você vira para mim e pergunta: “ – Tudo bem, mas o que tem a ver o fato de mais uma pessoa morrer nos cafundó do mundo com a parábola da ovelha perdida?”.

Para você, para o Willian Bonner, para milhões de brasileiros e para milhões de pessoas do mundo inteiro, que ouvem uma notícia como esta, o morto é apenas “mais um”. Entretanto, para o pai, a mãe, irmãos do homem que morreu, ele não era apenas “mais um”. Para a mãe, ele é o filho que ela carregou no ventre, amamentou, deu banho, enfim, cuidou com todo carinho. Para o pai, ele é o filho que ele levava na escola, todos os dias de manhã, e ensinava, com carinho e cuidado, os valores da vida. Para os irmãos, ele era o parceiro de jogos e brincadeiras. Enfim, a visão é diferente.

É assim que Deus nos vê. É assim que Deus enxerga todos os filhos. Deus é o Pastor que olha para “100 ovelhas” e não vê “100 ovelhas”. Deus é o Pastor que olha para “100 ovelhas” e vê “Suas ovelhas”.

Muitos fariam uma conta para saber se vale a pena: 1 ovelha de 100 é 1% do rebanho. Mas Deus não faz esta conta, para Ele todas as ovelhas valem a pena.

Travestis, pedófilos, assassinos, altruístas, amorosos, bondosos, egoístas, drag queens, punks, metaleiros, mendigos, engenheiros, cafetões, traficantes, padres, pastores, espíritas, macumbeiros, piloto de fórmula 1, camisa 10 do Barcelona, todos esses e todos os humanos que você pensar, essas são as ovelhas deste Pastor, Jesus.

Sim, é exatamente assim. Imagine o time de futebol do Bragantino, 11 titulares, 11 reservas. Deus não enxerga, simplesmente, 22 ovelhas. Ele enxerga Suas ovelhas. Pense na sua empresa. Digamos que tenha 1000 funcionários. Deus não enxerga 1000 ovelhas. Deus enxerga Suas Ovelhas. Digamos que o Brasil tenha, hoje, (arredondado e chutando) 7 milhões de pessoas. Deus não enxerga 7 milhões de ovelhas. Deus enxerga Suas Ovelhas.

Sabe aquele teu chefe (que também é uma ovelha), que olha para você como se você fosse um número, um “cifrão”. Deus é exatamente o contrário. Deus não te enxerga como um número. Você não é mais um. Não é uma estatística. Você é único. Cada ovelha do Senhor é única. E justamente por isso Deus tem um amor sem igual por cada ovelha que ele tem.

Voltemos ao Willian Bonner. Pense no homem da notícia (que foi morto). Para o pai desse homem, a morte dele é como se fosse uma punhalada no coração. Uma dor imensurável. Incapaz de ser contabilizada. Da mesma forma, quando uma ovelha se desgarra do rebanho e vai para a morte, o Pastor, o bom Pastor, sofre uma punhalada no coração. Cada filho de Deus que vai para o abismo da morte, é como se Deus recebesse um “murro” no coração.

Jesus pergunta: Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la?

A resposta para esta pergunta é: Ninguém! Só Jesus faz isso.

Para Jesus, é você ou nada. Pois você não é mais um. Não é mais uma ovelha. Mais um ser humano. Você é a ovelha Dele. Criação Dele. Não importa quem você seja ou quem você foi, para Deus é você ou nada.

Olhe para a parábola. Perceba que as ovelhas que não se perderam não possui a necessidade de ter o mesmo cuidado que uma ovelha perdida. O cuidado com uma ovelha perdida deve ser mais especial. O Pastor vai tratar da mesma pessoalmente, pois Ele sabe que ela está passando fome, frio, sede, e que nestas circunstância, a morte será o seu fim. A ovelha se perdeu por que é irracional. Ela não saberá se cuidar sozinha. Ela depende do Pastor.

Cada vida perdida é uma dor insuportável ao coração de Deus. Isso por que Deus ama cada um de nós e ao optar por isso, se “vulnerabilizou”, pois o amor nos torna vulnerável. Tanto para a alegria quanto para a dor.

A alegria do Pastor ao encontrar a ovelha que se perdeu é indescritível. Ele a carrega nos ombros. Ele a leva de volta para casa e faz uma festa para celebrar o fato de tê-la encontrada.

Muitas vezes costumamos dizer “O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará”. Isso não é um clichê. Não é um chavão. Muito menos uma frase feita. Esta é uma frase que só quem é ovelha pode dizer. Só quem é consciente de que é ovelha e que o seu Pastor é Jesus pode afirmar isso. E digo mais, ao invés de dizer “O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará” a verdadeira ovelha de Cristo diz “O Senhor é o nosso Pastor e nada nos faltará”, pois a ovelha de Jesus pensa no rebanho como um todo.

Jesus cuida das Suas ovelhas. É Ele que alimenta, que da nome, que leva, que guia cada ovelha. Ele que diz o que cada ovelha deve fazer, para onde ir e para onde não ir. Ovelhas não ousam dar um passo sem o Seu Pastor. Cada ação da ovelha é dependente Dele.

Somos ovelhas. Todas iguais. Todas dependentes do Bom Pastor. Talvez o Pastor esteja empenhando um cuidado maior atrás de ovelhas perdidas. Isso não é motivo para nos desgarrarmos do rebanho. Devemos permanecer em obediência ao Pastor. Aguardar a Sua volta.

Caso você esteja fora do rebanho, a igreja (não instituição), a turma que rompeu com a rebelião, saiba que o Pastor deseja te encontrar. Ele já deu a própria Vida em seu resgate. Fez isso na cruz.

Sobre a luz deste entendimento, saiba que o seu momento não te define como pessoa. A sua situação não te define como pessoa. Da mesma forma que o que você tem em mãos não te define como pessoa, pois muitas vezes confundimos o que nós somos com o que nós temos, e isso não é verdade. Somos o que Deus diz que somos. Ovelhas. E Ele nos ama. Ele arrisca tudo por você. Não há preço que seja alto para Ele, para que Ele lhe tenha em resgate. Nem a vida do próprio Filho. O Pastor é louco por você. Para Ele, a alegria está em ter você por perto.

É você ou você. É você ou nada. O Pastor te procura.

Que cada um de nós permita que Ele nos encontre.