segunda-feira, 24 de junho de 2013

ENTRE AS FLORES E O PRATO DE ARROZ

Jesus fez também a seguinte comparação: "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco?
O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre.
"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho?
Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão".
Lucas 6:39-42

Talvez, Jesus poderia ter resumido este ensinamento com a seguinte parábola:

“Certa vez, um homem estava colocando flores no túmulo de um parente, quando avistou um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele virou-se para o chinês e perguntou:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês prontamente lhe respondeu:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores.”

Achamos que somos donos da verdade. Uma verdade absoluta! Que pretensão a nossa não?! Só pelo fato de irmos a Igreja, domingo após domingo, consideramo-nos mais “santos” que os que estão fora da Igreja. Bom...de fato, respeitar as opções dos outros é uma das maiores virtudes do ser humano. Mas será que nós, que nos consideramos Cristãos, fazemos isso?

Pessoas são diferentes. Por consequência, agem e pensam de formas diferentes. Somos desafiados a não julgar e tente apenas compreender. Em tempos de “Cura Gay” vale à pena perguntar: Será que o discurso de que amamos os homossexuais mas repudiamos o homossexualismo é realmente o melhor comportamento que o Cristão deve ter?!

Homossexualismo não é crime (se tiver dúvida consulte a legislação brasileira). Mas muitos evangélicos o tratam como se fosse (pois a Palavra diz que é pecado, e, deixo claro, de fato eu creio que seja pecado). Mas será que o melhor caminho é fazer um “entroncamento” entre a constituição brasileira e a Torá? Será que temos discernimento para fazer isso?! Proponho mudarmos radicalmente o ponto de vista, partindo de algo que não é crime para algo que é crime, na legislação brasileira.  

Pense num pedófilo. Será que o comportamento do cristão perante a um pedófilo é sair por ai dizendo que ama o abusador de crianças mas repudia o ato dele abusar de menores?

Pense ainda desta forma: Devo amar um estuprador e repudiar o ato de estupro do mesmo!?

Se pedofilia e estupro é crime, por que não recebem o mesmo foco que é dado para o homossexualismo?

Não sou ativista gay, nem estou fazendo apologia a pedofilia e nem ao estupro. Estou questionando, como cristão, a nossa postura de seguidores de Cristo?!

Queremos fazer descer “goela abaixo” uma cura gay para a sociedade, mas será que realmente é esta a atitude que o Cristianismo nos convida!?

Será que teremos que elaborar pacotes e mais pacotes de cura para os diversos problemas da nossa sociedade!? “Cura Estupro”, “Cura Político Corrupto”, “Cura Pedofilia”, “Cura para Traficante de Drogas”, etc.

Como queremos propor cura para outras pessoas que estão, “supostamente” doentes, se não conseguimos nos curar?!

Sou cristão, heterossexual, e não sou a favor ao homossexualismo, muito menos ao casamento gay. Mas não tenho fobia a quem seja homossexual. Tenho sim, fobia a pastores evangélicos inescrupulosos que dizem representar Jesus, mas que na verdade representam apenas interesses próprios. Homossexuais são homossexuais em nome de si próprios. Pastores inescrupulosos são inescrupulosos em nome de Jesus.

Os homossexuais não precisam de pacotes “cura gay”, precisam de acolhimento (e acolhimento não é ser a favor do homossexualismo nem de casamento gay). Acolhimento como o que Jesus propôs a tantas pessoas que cruzaram o caminho Dele. Talvez quem precise de um pacote de “cura” sejam nós, cristãos bitolados, fariseus cegos. Cristãos que se esqueceram dos valores da Graça e do Evangelho de Cristo. Olhando para a bancada evangélica e para muitas igrejas, creio que nos dias de hoje uma “cura para cristãos cegos” se encaixe muito mais do que uma “cura gay”.

A “Cura Gay” não é o caminho para acolher e dialogar com homossexuais. Não é o caminho para um convívio. Um pacote com ideias “pré-elaboradas” e “preconceituosas” está longe de ser uma porta de abertura para diálogo. E dialogar é necessário, pois como um homossexual ou um pedófilo, ou qualquer outro ser irá ter entendimento da Palavra se eles são barrados nas igrejas?! Como conhecerão a verdade, se são excluídos de ouvirem a verdade?

Somos religiosos levando “flores” ao túmulo de nossas verdades, observando ao nosso lado os homossexuais levando “pratos de arroz” aos túmulos de suas verdades. Cegos que querem guiar “supostos” cegos, caminhando à beira de um abismo. Verdades mortas, pois toda verdade que não se fundamenta no Amor não está em Cristo (1 Coríntios 13). Esquecemos que não há uma verdade absoluta em nossas mãos. Pois verdade absoluta só existe nas mãos de Deus. E muito mais que uma simples verdade absoluta, Deus tem em mãos uma verdade absoluta que é alicerçada no amor.

Fora da verdade alicerçada pelo amor, um prato de arroz ou um vaso de flores darão no mesmo, pois são alicerces à verdades mortas, inexistentes no Reino de Deus. Não adianta alegar que o amor dos homosexuais é "distorcido" perante as Escrituras Sagradas se o nosso também for.
Voltemos ao Evangelho da Graça e que esta volta seja movida pelo primeiro amor.

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