As vezes tenho a impressão de que a Palavra de Deus é uma Carta de Amor escrita pelo Pai a cada um de nós. E ainda, vou além, as vezes acho que esta carta se encaixa muito mais como um “elo” do que, simplesmente, uma mensagem em “si”. É como diria Rubem Alves: “Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel.”.
Doce ilusão a minha? Talvez! Mas de fato, muitas vezes sinto um vazio tremendo dentro de mim, e ao encontrar-me com a Palavra de Deus, sinto como se estivesse sendo tocado por Deus.
Volto a Rubem Alves, que certa vez esboçou o pensamento: " Toda separação é triste. Ela guarda memória de tempos felizes (ou de tempos que poderiam ter sido felizes) e nela mora a saudade."
O pecado nos separa de Deus. Mas o sangue de Cristo nos traz reconciliação com o Pai. Talvez não lembremos com exatidão, de forma clara, explícita e concreta em nossas mentes o tempo em que o primeiro amor habitou em nossa alma. Mas de fato, creio que todos nós, em algum momento, tenha experimentado esse amor. Creio que esta experiência seria a exata sensação de conviver com Deus no Éden, antes de Adão e Eva terem desobedecido à Deus.
As vezes sinto o vazio. As vezes sou o vazio. Deus me envolve em ausência. Me envolve em amor. Mas o ambiente que me cerca muitas vezes cega os meus sentidos. E muito mais que não perceber que me fiz parte do ambiente, que chamamos mundo, não percebo que Ele me ama.
Há uma infinita vontade de voltar para Casa. Olhar o Pai nos olhos. Brincar com Ele. Pular em cima da cama. Fazer uma “santa” guerrinha de travesseiros. Escutar explicitamente as Suas gargalhadas se encontrarem com a minha. Sinto uma infinita vontade de sentar em um balanço, fechar os meus olhos e sentir as mãos do Senhor me empurrar suavemente. Deixar a brisa do “vai e vem” tocar o meu rosto. Sinto vontade de jogar um gol a gol com o Pai Celestial. De sentar a beira de um lago e pescarmos lambaris. Sinto uma vontade infinita de fazer um bolo com meu Pai e no final, quando formos colocar a cobertura, lambuzar o nariz Dele com chocolate. Sinto uma imensa vontade em me deitar na beira da praia com meu Pai, sentir a onda do mar beijar os nossos pés. Fazer castelos de areia sem se importar se o mar irá destruí-lo ou não. Sinto vontade de estar com o Pai.
Sinto uma infinita vontade de estar com o Pai. Um infinito do tamanho do Pai. Um infinito que ecoa: “Maranata, Ora Vem Senhor Jesus Para Nos Resgatar”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário