Observe um milho de pipoca. Duro como uma pedra. Rígido como um “caquinho” de telha. Quem poderia imaginar que algo assim, extremamente rígido, pode se transformar em algo macio e trazer tanta alegria? Afinal de contas, quem não gosta de pipoca?
De fato, dificilmente a gente passa por um balde de pipoca, bem quentinha, esfumaçando, sem dar “mãozada” considerável para degustar os milhos arrebentados. É claro que existem exceções, gente que não gosta de pipoca, mas convenhamos, estes são como “moscas brancas”, raros de se encontrar.
Voltemos ao milho de pipoca...
Se mordermos um milho de pipoca em seu estado natural, possivelmente quebraremos algum dente. E com certeza não será nada agradável ao paladar. O milho de pipoca, como um fim em si próprio (milho cru), é praticamente uma “pedrinha” dura, rígida, imprópria para ser consumida. O milho cru não é capaz de proporcionar nenhuma alegria para nós. Talvez para galinhas, ou outras aves, mas, enfim, vamos manter o foco em nós, seres humanos. Se não for para fazer pipoca, que alegria um milho de pipoca cru pode nos proporcionar?
Talvez os mais criativos pensem em alguma outra finalidade, mas a plenitude da alegria que o milho de pipoca pode nos proporcionar é sem dúvida nenhuma...se tornar pipoca.
O milho de pipoca não é o que deve ser. O milho de pipoca não é um fim em si próprio. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. Ali está a essência de sua existência: ser pipoca.
A transformação é o propósito do milho. Esta é a sua filosofia de vida: viver para ser transformado em pipoca. E para que isso aconteça, é necessário passar pelo fogo. Afinal, o milho só arrebenta sua rigidez através do poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca para sempre. E o milho como um fim em si próprio, não cumpre o propósito de ser um elemento de alegria, de ser uma delícia a ser apreciada por paladares.
Durante a vida, imagino que o coração do homem passa (ou pelo menos deveria passar) por um processo similar ao da transformação do milho de pipoca “cru” em pipoca. Nós, seres humanos, cultivamos dentro de nós um coração duro feito milho de pipoca. Uma dureza proveniente da queda de nossos pais, ao desobedecerem à Deus no princípio da criação. Dureza decorrente da maldade, um “vírus” que tornou, e ainda torna, o nosso coração egoísta e orgulhoso. Sendo assim, por consequência, cada vez mais duro e rígido.
Da mesma forma como o milho de pipoca não é um fim em si próprio, o ser humano também não é um fim em si próprio. Nasceu para um outro propósito, viver em comunhão com Deus. Viver para se relacionar com Deus.
A grande transformação do homem acontece quando ele passa pelo fogo do Espírito Santo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira, com o coração rígido como pedra. São pessoas frias. E, o mais triste é que elas não conseguem perceber isso. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Não entendem o propósito de suas vidas.
Quando o fogo do Espírito Santo age sobre o nosso coração, a rigidez começa a ceder, e então uma transformação começa a acontecer. Aquilo que era duro e rígido começa sofrer uma mutação.
O milho aquecido caminha para o estouro. Caminha para um novo estado, onde a rigidez dará lugar para a maciez. Quando o fogo rompe a resistência da rigidez do milho, ela estoura, se arrebenta, e passa ser pipoca. Da mesma forma, quando o Fogo do Espírito Santo rompe a dureza do coração do homem, um novo coração passa a existir. O velho e duro homem da lugar a um novo homem.
Ao sermos aquecido pelo Espírito Santo, o Seu fogo santo “arrebenta” a rigidez do nosso coração e traz à tona a transformação necessária para estarmos em comunhão com Deus: um novo coração igual ao de Jesus Cristo. Um coração onde a rigidez dá lugar à maciez. Onde os valores do Reino de Deus assumem as rédeas das nossas intensões e a lógica do mundo é descartada pelo nosso “eu”.
O homem transformado é apreciado por Deus. O homem transformado, cumpre o propósito de se tornar motivo de alegria para Deus. O homem cujo o coração é transformado, se torna agradável ao paladar de Deus.
O fogo do Espírito Santo deseja arder no coração do homem, fazer o milho de pipoca morrer para que uma “flor branca e macia” venha a ganhar vida. Trazer ao homem um coração que seja fonte de alegria.
É claro que temos o milho de pipoca que se recusa estourar. Estes levam o nome de piruá. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, queime, arda....se recusam a mudar. Não permitem a transformação. Tem medo de morrer e dar lugar ao novo. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca que não estoura e permanece dura feito um casco de tartaruga. Oferecem resistência ao agir de Deus. O destino delas é triste. Ficarão duras, para sempre. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém. Ficaram esquecidos no fundo da panela, pois não servem para nada. E quando forem lembrados, seu destino será o lixo, o Geena. Lá serão queimados por um outro fogo, um fogo que não traz transformação em pró da alegria. Um fogo que trará ranger de dentes e dor.
Enfim, responda para si mesmo: e você o que é? Um milho estourado e transformado ou um piruá?
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