quarta-feira, 22 de maio de 2013

A CRUZ É A TOMADA

Recentemente assisti uma série de reflexões do Pastor Ricardo Agreste. Em uma de suas pregações, o Pastor faz um paralelo entre o ser humano e um notebook. Vou tentar resumir o pensamento:

Imagine um notebook conectado em uma tomada. Ao estar ligado na energia elétrica, o mesmo seguirá funcionando. Entretanto, se desligarmos a tomada do notebook, o mesmo também seguirá ligado, pois estará se mantendo através da energia da bateria. Importante salientar que a bateria só tem energia pois em um determinado momento o notebook permaneceu ligado na tomada. Enfim, o problema é que chegará um determinado momento em que a energia da bateria irá acabar e o notebook irá parar de funcionar. Assim é o ser humano. Antes da queda, possuía vida eterna pois Deus o sustentava. Ao optar pela rebelião, o homem se (auto) desconectou de Deus, a fonte de Vida. Hoje o homem funciona com o “restinho” de vida que Deus proveu em Graça e Misericórdia. Mas chegará um determinado momento em que este “restinho” de vida irá chegar ao fim. Em outras palavras, o homem terá de enfrentar a morte. Deus, que é Amor e Misericordioso, então nos provê um meio de se reconectar à Ele, pois sabe que nada que esteja conectado a Ele jamais terá Vida Eterna. Esta “reconexão” acontece através de Seu Filho Jesus. Ele é a “tomada” no qual os “notebooks” podem ter acesso à “Energia Elétrica”.

Bom...antes de prosseguir, tomo o cuidado de dizer que este é um “paralelo” em pró de ajudar-nos a ter uma consciência mais assertiva de nossa condição como seres caídos. É claro que o nosso Deus é um Ser Pessoal e não uma mera energia presente no universo, como muitas pessoas acreditam ser Deus.

Dito isso...vamos prosseguir...

Particularmente, achei uma excelente comparação. Ao assumirmos a posição de funcionar por meio da energia da “bateria”, foi o mesmo que assumir a condição de “Walking Deads”. Estamos todos mortos. Apenas a aniquilação ainda não foi consumada. Nós estamos apenas aguardando o momento onde a morte será consumada.

Quando nos deparamos com o plano de redenção de Deus, conscientes da nossa verdadeira condição (mortos-vivos), nos deparamos com um favor imerecido no qual jamais poderemos descrever.

John Stott pensou acertadamente em sua fé:

A essência do pecado é: “o homem se colocando onde Deus deveria estar”
A essência da salvação é: “Deus se colocando onde o homem deveria estar”

O homem se colocando no lugar de Deus, resultou na ação (do próprio homem) em puxar o “fio da tomada”. Deus é provedor de vida. E o homem achou que poderia assumir este papel...assumir a condição de ser provedor de vida para si mesmo. É como se o homem dissesse para Deus: “Minha bateria funciona tão eficaz quanto a Sua fonte de Energia, não preciso mais de Ti”.

Deus se colocando no lugar do homem é a quebra da lógica humana. É Deus nos mostrando que estamos totalmente equivocados. É Deus nos mostrando que a nossa bateria vai perder toda a energia quando menos esperarmos, mas que Ele deseja nos prover energia eterna para que tenhamos vida eterna.

O ato de se desconectar de Deus vem pelo pecado. É engraçado que há uma distorção de entendimento entre a visão que temos de pecado e a visão que Deus tem (com base no que Ele nos revela nas Escrituras Sagradas). Ao buscar mais entendimento para diluir este pensamento, encontrei este pequeno texto:

“Veja como Deus considera o pecado:
O homem pode chama-lo de casualidade, mas Deus o chama de abominação.
O homem pode considerar o pecado um disparate, mas Deus o chama de cegueira.
O homem pode chamar o pecado de acaso, mas Deus o diz que é uma escolha.
O homem o descreve como um defeito, mas Deus como uma doença.
O homem chama o pecado de erro, mas Deus o chama de inimizade.
O homem vê o pecado como fascinação, mas Deus o vê como fatal.
O homem considera o pecado como um luxo, mas Deus o vê como a lepra.
O homem vê o pecado como uma brincadeira, mas Deus o vê como uma tragédia.
O homem chama o pecado de liberdade, mas Deus o chama de escravidão.
O homem considera o pecado uma fraqueza, mas Deus o considera uma obstinação.”

Será que enxergamos o pecado da maneira que Deus deseja que a gente enxergue?

A famosa árvore do conhecimento relatada em Gênesis é uma representação do lugar pertencente à Deus e da condição humana. Ali estava representada a condição do homem em depender-se de estar conectado na tomada. Quando desobedecemos à Deus e optamos por comer o fruto, optamos por nos desconectar da tomada. Então não só passamos a funcionar através da energia de nossas baterias, como o nosso sistema operacional foi danificado. É como se um vírus estivesse circulando em nosso sistema de funcionamento. O nome deste vírus é pecado. Ele é tão perigoso que distorce até a real visão que deveríamos ter sobre o mesmo.

Para eliminar um vírus, só com um antivírus. No caso do vírus chamado pecado, o nosso antivírus é: o sacrifício de Jesus. E muito mais do que isso, este sacrifício não consiste apenas na ação de eliminar pontualmente o pecado, mas, se permitirmos, ele agirá como uma vacina, para que jamais o sistema operacional seja contaminado novamente pelo pecado.

Que o Senhor nos abençoe grandemente, dando discernimento para sabermos exatamente qual é o nosso lugar e qual é o lugar Dele. O nosso em condição de redenção e o Dele em condição de Redentor Misericordioso. O nosso em condição de adoradores e o Dele em condição de Adorado. O nosso em condição de criatura e o Dele em condição de Criador. O nosso em condição de submissão e o Dele em condição de Soberania. O nosso em condição de dependentes e o Dele em condição de Independente.

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