segunda-feira, 27 de maio de 2013

ROUBO DE IDENTIDADE

No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio a Jerusalém e a sitiou.
E o Senhor entregou Jeoaquim, rei de Judá, nas suas mãos, e também alguns dos utensílios do templo de Deus. Ele levou os utensílios para o templo do seu deus na terra de Sinear e os colocou na casa do tesouro do seu deus.
Então o rei ordenou que Aspenaz, o chefe dos oficiais da sua corte, trouxesse alguns dos israelitas da família real e da nobreza;
jovens sem defeito físico, de boa aparência, cultos, inteligentes, que dominassem os vários campos do conhecimento e fossem capacitados para servir no palácio do rei. Ele devia ensinar-lhes a língua e a literatura dos babilônios.
O rei designou-lhes uma porção diária de comida e de vinho da própria mesa do rei. Eles receberiam um treinamento durante três anos, e depois disso passariam a servir o rei.
Entre esses estavam alguns que vieram de Judá: Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
O chefe dos oficiais deu-lhes novos nomes: a Daniel deu o nome de Beltessazar; a Hananias, Sadraque; a Misael, Mesaque; e a Azarias, Abede-Nego.
Daniel, contudo, decidiu não se tornar impuro com a comida e com o vinho do rei, e pediu ao chefe dos oficiais permissão para se abster deles.
E Deus fez com que o homem fosse bondoso para com Daniel e tivesse simpatia por ele.
Apesar disso, ele disse a Daniel: "Tenho medo do rei, o meu senhor, que determinou a comida e a bebida de vocês. E se ele os achar menos saudáveis que os outros jovens da mesma idade? O rei poderia pedir a minha cabeça por causa de vocês".
Daniel disse então ao homem que o chefe dos oficiais tinha encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
"Peço-lhe que faça uma experiência com os seus servos durante dez dias: Não nos dê nada além de vegetais para comer e água para beber.
Depois compare a nossa aparência com a dos jovens que comem a comida do rei, e trate os seus servos de acordo com o que você concluir".
Ele concordou e fez a experiência com eles durante dez dias.
Passados os dez dias eles pareciam mais saudáveis e mais fortes do que todos os jovens que comiam a comida da mesa do rei.
Assim o encarregado tirou a comida especial e o vinho que haviam sido designados e em lugar disso lhes dava vegetais.
A esses quatro jovens Deus deu sabedoria e inteligência para conhecerem todos os aspectos da cultura e da ciência. E Daniel, além disso, sabia interpretar todo tipo de visões e sonhos.
Ao final do tempo estabelecido pelo rei para que os jovens fossem trazidos à sua presença, o chefe dos oficiais os apresentou a Nabucodonosor.
O rei conversou com eles, e não encontrou ninguém comparável a Daniel, Hananias, Misael e Azarias; de modo que eles passaram a servir o rei.
O rei lhes fez perguntas sobre todos os assuntos nos quais se exigia sabedoria e conhecimento, e descobriu que eram dez vezes mais sábios do que todos os magos e encantadores de todo o seu reino.
E Daniel permaneceu ali até o primeiro ano do rei Ciro.
Daniel 1:1-21

Qual a sua identidade? Não...não é o número do RG. Identidade em um outro sentido. Como as pessoas identificam você. Já parou para pensar nisso?

Pense...

Se digo, “cassilds”...logo, você pensa:  Mussum!
Se digo, “Não contavam com minha astúcia”, logo você pensa: Chapolim Colorado!

Mas vá além dessa identidade rasa...se pergunto: Quem foi Mussum? Você, provavelmente vai dizer, era um comediante, dos trapalhões, muito engraçado. Gostava de samba, cachaça...etc. Da mesma forma que, se eu lhe perguntar: Quem foi Chapolim Colorado? Você provavelmente vai dizer: Um herói engraçado, que usava uma roupa vermelha e que era muito atrapalhado. Todas as vezes que ia agir acabava se machucando...etc.

Agora, vamos para um ciclo menos famoso:

Seus familiares. Pense, qual é o seu tio mais carismático? Bom, creio que algum nome lhe veio em mente. Ou se lhe digo, como é o seu avô?! Se você teve a oportunidade de conviver com seu avô, então certamente alguma coisa que ressaltava a sua personalidade lhe veio a mente.

Abro um parêntese aqui...bem rápido...

Engraçado, você já parou para pensar que geralmente aquele seu tio ou tia que são mais legais, são exatamente os que moram longe? De fato, é muito fácil gostarmos mais das pessoas mais distantes do que as que estão perto. Logicamente pelo fato de que são os que menos trazem atritos de relacionamento (pois vivem distantes).

Fecha parênteses.

Bom, é interessante observar que quando olhamos para a Palavra de Deus, vemos que o Criador não se permite se auto definir para o homem (criatura). Ele se auto denomina: “Eu Sou o Que Sou”. Entretanto, quando olhamos para a história do povo hebreu (que foi o berço do Messias), vemos Deus se revelando ao mesmo como Amor. Neste sentido, João afirmou: Deus é Amor. Quem não conhece à Deus não ama, por que Deus é amor!

Entenda o contexto, Deus não se auto define para o homem, entretanto Ele revela a Sua identidade como Amor. Amor repleto de misericórdia, bondade, graça e tantos outras qualidades que caracterizam a maneira como Deus trata Seus filhos.

Você já se perguntou como você identifica Deus? Como um Juiz Autoritário? Como um Professor que Fica colocando pegadinhas em Suas Provas? Como um Pai Severo? Ou como Amor, identidade que a própria Palavra de Deus nos trás!?

Responda para si!

Mas na real, a pergunta que gostaria de fazer é: Se temos como características de criação o fato de sermos “imagem e semelhança” do Criador, aonde está esta Identidade de Deus em nós?

Bom...de fato existem pessoas que identificamos como amorosas, bondosas, misericordiosas, etc.

Creio que precisamos entender é que estes atributos são um empréstimo de Deus para nós. Imagine, Deus elaborando o plano de redenção ao homem. Nós, rebeldes, seres caídos, maldosos por natureza, se não tivéssemos “um pingo” de bondade, acabaríamos uns com os outros antes da cruz poder ser consumada. Para que isso não acontecesse, Deus nos emprestou uma boa parcela de Sua bondade.

Há quem diga que a gente acha que a “bondade” é o natural e quando a “maldade” (ausência da bondade) acontece, ela se torna motivo de ficarmos perplexos. Mas se pensarmos em nossa queda, a maneira como demos as costas para Deus, veremos que o contrário está mais próximo da realidade. Que a maldade proveniente de nossas atitudes é o natural, e que quando um ato bondoso ocorre, ai sim é motivo de ficarmos perplexos. Pois como seres tão mau como nós conseguem fazer algo bom?

Ora, justamente por causa deste empréstimo de bondade provido por Deus. É por isso que muito cientista ateu consegue desenvolver vacinas para curar doenças tão graves. Por que mesmo que ele não aceite e não tenha consciência disso, a bondade de Deus habita dentro dele.

Então concluo este pano de fundo dizendo que ao aderirmos o plano de redenção do Pai, tomamos posse desta bondade que Deus nos provê.

Dito isso, olhemos para Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Pessoas que já estavam conectados a Deus. Pessoas que já haviam assumido uma identidade de acordo com os valores de Deus. Pessoas que já haviam reconhecido que não havia nenhum outro Deus além do Deus que havia libertado o povo Hebreu do Egito.

Veja que Nabucodonosor dá a seguinte ordem:

O rei designou-lhes uma porção diária de comida e de vinho da própria mesa do rei. Eles receberiam um treinamento durante três anos, e depois disso passariam a servir o rei.
Daniel 1:5

Observe também a atitude do oficial de Nabucodonosor perante à estes homens:

O chefe dos oficiais deu-lhes novos nomes: a Daniel deu o nome de Beltessazar; a Hananias, Sadraque; a Misael, Mesaque; e a Azarias, Abede-Nego.
Daniel 1:7

Perceba que Daniel e os demais eram pertencentes ao povo hebreu. Quando o rei passa a oferecer as iguarias de sua mesa, ele oferece os alimentos da Babilônia. O Rei desejava que estes hebreus se identificassem com os valores da Babilônia. Nabucodonosor desejava que eles assumissem a cultura da Babilônia. Seguindo o relato vemos que o seu oficial então, muda até o nome destes homens, usando nomes da Babilônia. A Palavra nos diz que tudo o que a Babilônia usava e consumia era profano. O profano é a identidade do pecado. O pecado deseja roubar a identidade do cristão. O pecado deseja distorcer a identidade de todo homem..

Exatamente aqui nós temos um entendimento crucial sobre o que o mundo deseja fazer com aqueles que assumiram a identidade de Cristo como valores de vida. O mundo deseja roubar estes valores. O mundo deseja substituir os nossos valores pelo pecado. Deseja inverter nossa lógica. Roubar a consciência do Reino de Deus e colocar no lugar os valores que vão contra o Amor do Pai.

Nossa identidade é a coleção de nossos valores. O cristão coleta valores em Jesus para construir e moldar a sua identidade. É assim que o cristão se faz barro nas mãos do Oleiro. O mundo se veste de Nabucodonosor e tenta trocar nossos nomes, substituir aquilo que consumimos, por coisas que são desagradáveis à Deus.

Nabucodonosor deseja trocar o seu nome por outro. Deseja que os outros te vejam como “viciado” ao invés de “filho de Deus”. Que te vejam como “adúltero”, “mentiroso”, “caloteiro”, “ladrão”, “assassino” ao invés de “cristão”.

Daniel e seus amigos agiram com sabedoria, colocando os valores de Deus à frente de tudo. Conservaram sua identidade. Conservaram os seus valores. E a Palavra diz que Deus permaneceu fiel à eles. Mais à frente, em uma atitude mais radical, Nabucodonosor obriga todos à se dobrarem ao seu deus. Daniel e seus amigos não o fazem. Então o rei manda esquentar uma fornalha (sete vezes mais que o de costume) para atirar os amigos de Daniel por desobediência.

A Palavra nos diz que 3 foram jogados na fornalha. Mas quando o rei olhou para o fogo, viu 4 pessoas caminhando dentro do fogo. Os 3 amigos saíram ilesos. E é extraordinário ver que Deus não nos livra “da” fornalha. Mas que Ele nos livra “na” fornalha.

As vezes a fornalha pode ser um câncer, um HIV, ou qualquer outra doença grave. As vezes a fornalha pode ser uma falência, ou uma demissão. Mas de fato, Deus nos livra, ainda que dentro destas fornalhas, de perdermos nossa identidade: de sermos filhos de Deus.

Qual a sua identidade? Como as pessoas te identificam? Você tem preservado sua identidade?

Que Deus nos dê discernimento para permanecermos em Seus valores eternos. Que Ele nos abençoe grandemente nos dando sabedoria para caminhar de acordo com os valores do Seu Reino, para que Deus sempre possa nos identificar como filhos que romperam com a rebelião e estão dando passos de volta para Casa.

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