terça-feira, 7 de maio de 2013

ENTRE A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO E A TRANSFORMAÇÃO DO SER

Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17

Tornar-se um cristão é tornar-se nova criatura. É tornar-se uma nova criatura em Cristo Jesus. É acolher os valores de Jesus Cristo como o “trampolim” que impulsiona as atitudes do seu viver. Atitudes, não no sentido superficial. Não, simplismente, no sentido moral. Não uma simples mudança de comportamento. Mas sim uma transformação profunda do ser.

Entenda, existe uma linha tênue que separa o “mudar de comportamento” do “transformar o ser”. Sim, mudar de comportamento não é exatamente transformar o ser. Podemos dizer que um pode alavancar o outro, ou, se preferir, dizer que um é consequência do outro. O fato é que, no sentido de se tornar uma nova criatura em Cristo Jesus, precisamos estar atentos a que comportamentos estão sendo alterados para que a transformação do nosso ser realmente ocorra. Sim, para que, ao ter o nosso ser transformado, a gente perceba quais comportamentos em nós foram mudados.

Creio que a chave de ignição para dar partida na mudança de comportamento e na transformação do nosso ser é a expanção da consciência. Sim! Expandir a consciência no sentido de abraçarmos nossa condição perante à Vida. Expandir a consciência no sentido de abraçarmos nossa condição perante à Deus, o Evangelho de Seu Filho (que implica em aderir ao Reino de Deus) e o Sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário.

Todas as nossas atitudes devem ser resignificadas a partir da consciência de que a nossa condição perante à Deus é a de merecedores do inferno. Não há boas obras que nos salve. Não há uma maneira de cumprirmos a lei como Cristo cumpriu. Tudo há em nós, principalmente a condição de “viver” é baseada no favor imerecido nos oferecido por Cristo.

É isso o que nos diz as Páginas Sagradas:

Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, Tito 2:11

Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra. Romanos 11:6

Todos estamos na mesma condição de rebeldia. Todos somos pecadores. Todos pecaram. Todos carecem desta graça de Deus. E o fator “existirmos”, significa que a Graça concedida por Cristo na Cruz já está agindo em nós. O favor imerecido oferecido por Deus, mediante ao Sangue de Seu Filho, já age em nossas vidas nos permitindo respirar...existir...viver, ainda que não uma vida eterna. Ao expandirmos as nossas consciências em pró de vivermos com atitudes movidas por valores partindo dos ensinamentos de Cristo e do Seu Sacrifíco na Cruz, nos tornamos pequenos Cristos. Imitadores de Jesus. Cristãos. Discipulos de Jesus. Neste momento, automaticamente a consciência se aprofundará no reconhecimento que a Graça de Cristo nos conduz à Vida Eterna. É pela Graça de Jesus que somos adotados como filhos de Deus. Passamos de “criaturas” para “novas criaturas. Os comportamentos mudam não superficialmente, mas sim de forma profunda, pois o ser foi profundamente transformado pela consciência expandida na direção dos valores do Pai.

A consequência da transformação do ser é a vida passar a ser um culto à Deus. Um culto que dura o dia todo, todos os dias. Um culto que parte do sacrifício de Cristo. Um culto que é prestado consciênte de que jamais seremos merecedores. Um culto que é prestado consciênte de que somos pecadores.

Neste sentido, gostaria de mencionar algo realmente imporante que ouvi do Pastor Ed René Kivitz, e que creio ser um grande sinal de que estamos adquirindo a nossa consciência de Cristão:

Muitas vezes, ao celebarmos no domingo, o culto prestado nos demais dias da semana, deixamos de participar da ceia comunitária do Senhor. Não desejamos participar do pão e do vinho por achar estarmos “em pecado”. Todos somos pecadores. Todos estamos em pecados. Por isso carecemos de estarmos em constante arrependimento. Por isso carecemos de nos crucificarmos diariamente junto à Cristo.

A Palavra nos diz:

Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. 1 Coríntios 11:28

Ela não diz “Examine-se e então decida se irá participar da ceia do Senhor”. Ela não diz “Examine-se e então veja se você é merecedor de participar da ceia do Senhor“.

Jamais seremos merecedores de nada, a não ser do inferno. Se Deus desejasse não agir por misericórdia... se Ele desejasse não optar por redenção e não optar por pela graça...e se Ele decidisse nos enviar para o inferno...Ele estaria fazendo o certo. Nenhuma mancha apareceria em Seu Caráter se Ele optasse por isso. É esta consciência que somos convidados a adquirir.

O “examine-se” é um ato de buscar a experiência da Graça de Deus. É aprofundar-se em sua própria consciência para se deparar com o arrependimento. É encontrar a sua própria culpa e transforma-la em arrependimento. É transformar este arrependimento em matéria prima para exercer (consumar) o perdão. É permitir-se participar da mesa do Senhor mediante ao compromisso de agir em pró do arrependimento, da misericórdia, do perdão e da graça para com o próximo, pois Deus nos concedeu isso primeiramente, muito antes de nós sermos criados.

A experiência da Graça de Deus é proporcional à experiência da nossa culpa. Quanto mais profundo o arrependimento do nosso ser, mais consciente seremos do favor imerecido de Deus. Esta consciência atinge o cerne proposto por Cristo quando se extrapola o discurso da consciência moral (o  “não roubei”, “não matei”, “não adulterei”, etc) e se assume a condição de que somente o próprio Deus pode nos resgatar de nossa situação. Somos adúlteros, assassinos, ladrões, etc... que extrapolam a moralidade e nos colocam na condição de pecadores perante à Deus

Neste momento somos convidados ao sentimento de incapacidade e de reconhecimento de que só Deus pode nos tirar deste tremedal de lama que é a maldade. Neste momento dizemos “Deus eu não tenho condição de vencer o mau, por isso caio de joelho e te clamo...me conceda a Sua Graça...pois só assim posso ser resgatado ao plano inicial que Tu elaborastes para a minha humanidade.”

Alguém já disse que os 10 mandamentos (a lei de Deus, a Torá) é o manual da vida. Jesus é a interpretação viva destes mandamentos. É uma bussola para o homem de como o próprio homem pode ser um humano conforme o planejamento de Deus. Mas que ao mesmo tempo é como se fosse um recado de Deus ao homem, dizendo: “Duvido que você seja capaz de cumprir  todos os mandamentos sem Minha ajuda”.

Evidentemente sabemos que a salvação é pela Graça e não pelo cumprimento da lei e nem por boas obras (e claro que é importante dizer que fé sem boas obras é uma fé morta). Mas alguém também já disse que, só tentando cumprir todos os mandamentos de Deus, plenamente, adquirimos total consciência de que é impossível cumpri-los e que a Graça é o caminho da salvação. Isso não nos tira da responsabilidade de buscar cumprir os mandamentos de Deus, pois os mesmos, sob lentes oculares da vida de Cristo, nos levam aos valores do Reino de Deus. Mas ao tentarmos cumprir a lei em sua totalidade, a consciência se expande ainda mais ao fator de carecermos da Graça concedida pelo próprio Deus na Cruz do Calvário.

Que nosso comportamento mude para promover transformação profunda em nosso ser. Que nosso comportamento mude, não para promover valores morais e superficiais, mas sim para nos tornar novas criaturas em Cristo Jesus. Criaturas cujo o agir parte dos valores explicitados no caráter bondoso de Cristo. Valores que expandem o consciente humano para o Reino de Deus. Valores que visam a santidade. Santidade que vence a morte. Santidade que só é possível se a consciência humana habitar na cruz do calvário. Cruz que nos concede Graça. Cruz designada por um Deus que nos diz: "Há um jeito certo de se viver". Um Deus que nos convida a ir além do simples fato de "existir". Um Deus que nos convida a viver...viver Vida Eterna.

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