segunda-feira, 13 de maio de 2013

PODER OU REDENÇÃO? EIS A QUESTÃO!

Atualmente, o relato impressionante de Mateus 14:23-33, onde Jesus caminha sobre as águas, é muito utilizado nas igrejas para explicitar o poder de Deus. Nesse sentido, realmente concordo, e creio ser indiscutível, que este é um grandes e extraordinário relato das Escrituras Sagradas que nos revelam como Jesus é realmente poderoso.

O problema é que sinto um grande anseio por parte dos Cristãos em desejarem dar passos sobre as águas. Você pode me perguntar: “Poxa, mas logo você que semanalmente escreve mensagens nos convidando a ser imitadores de Cristo?”.

Veja bem, quando nos comprometemos a assumir o papel de imitadores de Cristo, temos que levar em consideração as atitudes de Jesus como um todo. Não podemos isolar um ato de Cristo e achar que o mesmo é um fim em si próprio. O que estou querendo abordar aqui é o fato de que todas as atitudes de Cristo tinham um propósito muito maior do que o ato em si próprio.

Ao olhar as pessoas conduzindo louvores, momentos de adoração, cultos, celebrações conclamando pessoas a andar sobre as águas, vejo que o ato de Cristo é tirado do contexto.

Você deseja andar sobre as águas? Legal, bacana, tudo bem. Mas... por que você deseja andar sobre as águas?

Ainda que você argumente dizendo, as “águas” representam a “vida”, e andar sobre as águas é vencer as dificuldades da vida...eu ainda insisto na pergunta: Por que você deseja andar sobre as águas?

Ao responder esta pergunta, leve em consideração um outro questionamento:

Será que seremos cobrados por não ter andado sobre as águas ou por não termos nos arrependidos?

Vejo a igreja sendo muito mais convidada a andar sobre as águas do que ser convidada a se arrepender. Será que estamos no caminho certo?

O Caminho é Cristo. Ele é um convite a nos arrependermos e vivermos em submissão ao Pai. Este é o primeiro passo que devemos dar e repetir diariamente: arrepender-se. Não adianta desejar que o primeiro passo seja dado sobre as águas, sem antes dar um primeiro passo rumo a Cruz. O poder do cristão nasce do arrependimento. E este poder é o que resulta em amor.

Andar sobre as águas pode ser (e reconheço que é) um feito extraordinário para qualquer homem. Mas o extraordinário pode lhe levar em uma direção errada, se você não mirar o verdadeiro propósito do caminhar. Não adianta ter o “poder” para andar sobre as águas se você não souber para que direção deve proferir os passos.

Por isso que antes de sair dando passos sobre o “H2O” é necessário passar pela Cruz. Só Cristo nos indica o caminho certo.

Muita gente pega a escada certa para usar como recurso de escalada sobre o muro da fé. O problema é chegar no topo e descobrir que o muro no qual a escada foi “recostada” não era a escada da vida eterna.

Só podemos descobrir em qual muro devemos colocar a escada se assumirmos o compromisso de ir até a Cruz. A própria Cruz é o muro no qual a nossa escada deve ser reclinada. Nela encontramos o Messias. Nela encontramos o Ungido do Pai. O Cordeiro Santo que tira os pecados do mundo.

É muito mais atrativo imitar à Cristo dando passos sobrenaturais sobre as águas do que imitá-lo na crucificação. Somos tentados a desejar o “andar sobre as águas” antes de desejar “a crucificação do nosso eu”. O propósito primeiro que devemos buscar é o que nos proporciona os valores de vida eterna. O andar sobre as águas de Cristo havia diversos propósitos. Em um ponto de vista pessoal, o maior deles era o de questionarmos aquilo que assumimos como verdade. Era como se Cristo dissesse: “A sua verdade é que qualquer coisa sobre a água afunda. A Minha Verdade é que Eu Sou o Criador de Tudo e Tenho poder Sobre Tudo o que Criei. Só Eu posso salvar vocês desta condição de vida que vocês vivem, atolada na lama do pecado. E ai ...qual a verdade que você assume?”.

A igreja precisa acordar. Tem muita gente indo para o mar, para tentar flutuar sobre a superfície das águas, quando deveria estar indo para o calvário.

Sinto que Jesus irá voltar e que muita gente não dará a mínima para a Sua volta, pois estarão mais preocupados em conseguir andar sobre as águas. Queremos Jesus, ou queremos o poder de Jesus? Queremos ser como Jesus por causa da Sua santidade ou queremos ser como Jesus por causa do poder que Ele nos mostrou? Queremos poder ou redenção?

Que Deus nos de discernimento para entender os propósitos das atitudes que Cristo nos deixou, para que ao assumirmos o papel de imitadores de Jesus, o façamos conscientes de que os valores deixados por Ele vão além de um fim em si próprio, e visam o viver em eternidade juntamente com o Pai.

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